domingo, 13 de julho de 2014

COMO EDUCAR NOS DIAS DE HOJE

ESTUDO DE CASO
            Içami Tiba em seu livro “Disciplina, limite na medida certa, nos mostra que “o maior erros dos pais é amar demais. E esse demais não é delimitável, ou seja não há lugar para limites”. No entanto, o mesmo autor ao dirigir sua especificidade às mães faz uma abordagem histórica que poucas vezes paramos para refletir, visto que esse fato remonta as cavernas onde o pai saia para caçar e a mãe defendia a prole a todo custo inclusive dos animais, está quase na genética tão forte é este sentimento.
Para IÇAMI TIBA (1996):
Existe uma certa tendência de a mãe, mais que o pai, desenvolver com o filho uma relação muito íntima, que a faz sentir-se totalmente responsável pela criança. A mãe fica num estado de tensão psicológica tão intenso que tudo o que acontece com o filho ela o percebe nas mínimas coisas...assim desde o paleolítico a mulher defendia com unhas e dentes os seus filhos, chegando isso até a geração de nossos avós.
            A super proteção pode parecer boa para a mãe, mas não o é para a criança, pois cria uma dependência que a impede de tomar decisões sozinhas e até mesmo de enfrentar certas dificuldades que para outras crianças seria mais tranquilo de enfrentar. Creio que com a mãe da Milena tenha acontecido isto, ela tanto protegeu que tirou dela a oportunidade de se defender sozinha. Ao ver sua filha chorando a mãe deixou a criança três dias em casa como forma de proteger, sabendo que isto em nada ajudará.
           
            A autora de “orientação educacional e ocupacional” afirma em seu livro que nos mostra que a escola através de seus profissionais devem cumprir o seu papel e a sua função social na educação.
            Segundo MONTEIRO (2000):
A escola deve ter uma permanente ação formativa para favorecer o desenvolvimento do aluno, no seu nível social e individual.
            A professora de Milena acabou gerando antipatia entre ela e o seu grupo, não facilitado as coisas e ainda dificultando, gerando na mesma uma introspecção, visto que passou todo resto da aula sozinha sendo ridicularizada pelos colegas. O profissional de educação deve fomentar a expansão das relações interpessoais sem a exposição dos membros do grupo, ela não mediou as relações e acabou por estigmatizar a Milena.
            É mister que o educador tenha autoridade por que isso ajudará no crescimento da criança, mas não pode confundir com autoritarismo, conduzindo o processo educativo num monólogo onde só ele sabe e fala e os alunos não tem voz nem vez.
            Portanto, nem a mãe, nem a professora souberam conduzir a situação e quem mais vai sofrer neste processo será a criança, pois ela fechar-se-á em seu mundo e dificultará a absorção do conhecimento uma vez que perdeu a afetividade pela professora, um dos pilares do aprendizado saudável.
            Desde o período acadêmico de pedagogia que não deixo de pensar no mestre Paulo freire ao afirmar como todos os professores e educadores deixam suas eternas marcar nos seus discentes.
            Creio que os seus ensinamentos perpassam as barreiras do tempo e nos guiam quando a nossa prática não está consonância com o nosso discurso, que todos devemos refletir diariamente.
            Segundo FREIRE (1996):
O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amorosa da vida e das gentes, o professor mal amado, sempre com raiva das pessoas e do mundo, frio... nenhum desses passa pelos alunos sem deixar sua marca.
            Quanto a autoria nesse caso, vemos que não houve o que nos diz Luciano Ferraz Servantes (2013):
Ao nos colocarmos diante de algo que conhecemos nos tornamos autores, pois somos capazes de ir além do aprendido;
           esse processo implica: uma identidade: a do aprendiz; um método: individual e único; uma modalidade: pessoal e autodesenvolvida; uma certa liberdade de ações e de trocas:
           Caso não haja essas implicações, temos um aprendiz, mas não autor. o aprendiz autor requer um ensinante.
Visto que não desperta a “curiosidade: a primeira, mais simples e ingênua das manifestações de aprendizagem”, e como nos diz Servantes “autoria sugere autonomia” o que neste estudo de caso não foi dado a Milena, ela foi sufocada pela mãe não lhe dando autonomia. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. 16ª edição, Ed. Paz e Terra. São Paulo, 1996. (pág. 72 e 73)
IÇAMI, Tiba. Disciplina, limite na medida certa. Editora Gente. 58ª edição. São Paulo, 1996. (págs. 26, 35 e 36)
MONTEIRO, Cleide Fernandez. Orientação Educacional e Ocupacional. Editora universidade Vale do Acaraú. Ceará. 2000. (págs. 64 e 65)
WWW. Abpp.com.br
WWW. psicopedagogia.com.br
WWW. educar.com.br

Paulo Gabriel B Melo -  Psicopedagogo Institucional. 

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