UNIVERSIDADE
ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - IBRAPES
Relatório das ruinas de Estremoz
PAULO
GABRIEL
Relatório das ruinas de Estremoz
Relatório das ruinas de
Estremoz apresentado ao professor Antônio Marcos de Oliveira como avaliação parcial da disciplina de
Teoria e Metodologia da História.
Natal - RN
2016
RELATÓRIO DAS RUÍNAS DE ESTREMOZ
Ao redor da lagoa do Guajiru habitavam os índios potiguares
(comedores de camarão), cuja população oi alvo da catequese dos jesuítas, com
água e terras para plantar e criar gado o local era perfeito para o
desenvolvimento de uma missão em solo potiguar e a fundação de uma aldeia, que
foi fundada pelos jesuítas em Guajiru em 1603 e funcionou até 1759 com a
expulsão dos jesuítas. No período de funcionamento, como ocorreu em todas as
missões, foram catequizados e educados índios Tupis-Potiguaras e
Janduis-paiacus, como sempre sem levar em consideração a especificidade de cada
cultura separadamente, estes índios sofreram a forte influência dos novos
costumes da doutrina cristã. A aldeia do Guajiru foi um marco importante na
História das missões no Rio Grande do norte.
Segundo Silva[1]
(2010) "os primeiros padres que vieram para a missão foram Gaspar de
Samperes (arquiteto que projetou o Forte dos Reis Magos e a igreja de São Miguel),
Francisco de Lemos, Francisco Pinto e Luiz da Figueira.
A colônia com seus instrumentos de escravização e morte,
assassinava os índios em larga escala conforme afirma Silva ao descrever os
mortos e desaparecidos da aldeia do guajiru, no início do aldeamento havia 4
mil indígenas, sendo mortos e desaparecidos 2.053 índios no período de 1597 a
1689. Com a saída dos jesuítas restaram apenas 350 índios domésticos e
serviçais para atender as necessidades da colônia.
Sendo Estremoz considerada uma das primeiras vilas do Rio
Grande do Norte, a qual foi dada o nome de Vila de São Miguel do Guajiru. O
nome Estremoz é uma homenagem a uma cidade portuguesa de mesmo nome, segundo
Abimael Silva (editor potiguar).
Em 7 de janeiro de 1607 é criada a sesmaria número 102
concedida as terras a companhia dos jesuítas, e criada a Missão de São Miguel
do Guajiru" que funcionou de 1607 até 1759. Nela havia plantações, currais
para gado na frente e atrás da missão, casa de farinha e hospício (lugar de
hospedagem na época, não de loucos como hoje), por tudo isso era um centro bem
organizado.
Segundo o historiador potiguar Antônio Marcos[2]
ocorreu a seguinte cronologia importante para a colônia visto que confrontava
com os interesses da corte:
1755 Alvará de criação (7 de junho)
1759 Decreto cassatório aos jesuítas
confiscando os 1429 ha de terra e escola com 147 rapazes (muito grande para a
época) aos 3 de setembro.
1760 Criada a Vila de Gohemoz do
Norte, a primeira vila do Rio Grande do Norte pelo Desembargador Bernardo
Coelho que finca o pelourinho como o símbolo do poder real e da justiça.
1858 É transferida a vila para Ceará
Mirim aos 30 de junho.
1963 É criada a cidade de Estremoz
em 4 de abril
1990 A portaria nº 458 tomba as
ruínas como patrimônio do RN.
Segundo Câmara cascudo "o abandono criminoso fez
desaparecer a mais bonita igreja do Rio Grande do Norte colonial", é
lamentável como o Brasil abandona e destrói a sua história, esse bem cultural
da humanidade.
As ruínas jesuíticas de Estremoz são um legado da presença
portuguesa e de índios potiguares, pois no Brasil colônia onde havia uma missão
jesuíta, havia indubitavelmente a presença massiva de povos indígenas a serem
catequizados e batizados pela igreja, para evitar muitas vezes a escravização,
mas isso segundo os relatos de campo do Historiador potiguar Antônio Marcos não
impediu que eles fossem expulsos por confrontar os interesses da coroa
portuguesa. Sua imponência de construção permitia ser avistada do outro lado da
lagoa de Estremoz, erguida no barroco jesuítico tinha, segundo afirma Silva[3]
(2010):
"Dezesseis metros de altura por
treze metros e meio de largura, sua parede de oitenta centímetros serviam como
muralha por trinta metros de comprimento, vinte metros a nave da igreja, quatro
metros a capela mor e seis metros a sacristia".
Não tinha
alicerce, suas grossas paredes adentravam a terra por um metro e oitenta. suas
paredes eram praticamente blocos maciços com ostras, uma característica de
pedras lateritas (litorâneas) pretas fixadas com cal e barro, seus tijolos de
grande variedade de tamanho, cor e forma. A cimalha e o frontão da igreja
vinham em pedras já cortadas e numeradas oriundas de Portugal, e nesta
belíssima igreja foi batizado o grande guerreiro Poti Felipe Camarão e também
seu casamento com a índia guerreira Clara Camarão, primeira mulher indígena a
empunhar armas contra os holandeses na batalha dos guararapes.
Há ainda nos
anais da histórias três lendas locais sobre a missão: a cobra grande que
entrava na igreja, o carro caído com o sino que tocava dentro da lagoa e o
tesouro enterrado na igreja.