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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

MEU AMIGO AUXILIOU UM PARTO DENTRO DA AMBULÂNCIA, NASCEU A BORDO Ana Luísa.

Histórias assim faço questão de escrever, pois assistir um parto em tais condições é para poucos a poucas, veja como ocorreu:


PARTO A BORDO DE AMBULÂNCIA EM CAMPO GRANDE



GABRIEL: E ai meu amigo como é que você esta se sentindo com esse parto a bordo de uma ambulância....
SGT Barros via whatzap : Muita emoção: Hj tive oportunidade de participar do parto da Ana Luísa.
GABRIEL: os jornais daí de Campo Grande noticiaram?
SGT Barros via whatzap: sim, "No caminho para maternidade, bebê nasce em ambulância dos bombeiros", pode conferir no link abaixo
http://www.midiamax.com.br/cotidiano/caminho-maternidade-bebe-nasce-ambulancia-bombeiros-350240
GABRIEL: ok, parabéns amigo colocasse uma criança no mundo, isso é muito bom e de quebra salvasse uma vida, a da mãe, estou feliz por ti!

10/08/2017 18h55 - Atualizado em 11/08/2017 17h54
"Bombeiros atendem mãe no Santa Luzia e bebê 'apressadinho' nasce na ambulância
Mãe e filha passam bem"
Raiane Carneiro/Foto: Whats app
"Uma ocorrência no bairro Santa Luzia, na tarde desta quinta-feira (10), acabou de uma forma inesperada. Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi até o local para levar uma gestante até a maternidade Cândido Mariano, mas o bebê nasceu durante o trajeto.
Segundo o Corpo de Bombeiros, a mãe, Keila Ketulyn Souza Cruz, estava com 39 semanas e 2 dias. No momento em que foi levada pela equipe, ela já se encontrava em trabalho de parto, sentindo contrações a cada 5 minutos.
No caminho para a maternidade, a bolsa rompeu e o parto teve que ser realizada pela equipe da própria viatura. Com o nascimento do bebê, as duas foram levadas para a Santa Casa de Campo Grande. Conforme o Corpo de Bombeiros, a mãe e a filha, Ana Luiza, passam bem".

Fonte: http://www.midiamax.com.br/cotidiano/caminho-maternidade-bebe-nasce-ambulancia-bombeiros-350240 acesso em 11ago17


Parabéns a todos e todas, linda história, que o bom Deus vos abençoe sempre!

O reconhecimento da Câmara dos vereadores de Campo Grande - MS



quinta-feira, 10 de agosto de 2017

UM DIA ENTRE OS GUERREIROS E GUERREIRAS XUKURU'S DO ORORUBÁ

Uma semana maravilhosa entre as aldeias do povo indígena Xukuru do Ororubá, na serra do Ororubá, cidade de Pesqueira, agreste pernambucano, aprendi muito com as professoras indígenas Shirleide e Maria Rogéria especialistas em psicopedagogia, que com muito amor e carinho conduzem a educação desse lindo povo, aos quais aprendi amar, eles me presentearam com a dança sagrada do Toré, como fiquei feliz e maravilhado por tão linda homenagem, que crianças tão amadas, que Tupã (Deus) e Tamain (N. Senhora das Montanhas) os proteja e os guie sempre.
                                      Tupã si eté














sexta-feira, 28 de julho de 2017

A COR E SUAS INFLUÊNCIAS NO AMBIENTE CORPORATIVO

Estão resguardados os Direitos autorais. Publicado aqui com autorização expressa da autora.
Interessantíssimo seu artigo, ele pode denotar o amor que pode ter um profissional que ama o que faz, e creio que isto é que faz a diferença entre os melhores, é ai que encontramos a excelência.
Parabéns filha amada, que o bom Deus seja parceiro contigo em tão belas criações.



Artigo da arquiteta Cintia de Jesus Abreu Batista Pinho. A cor e suas influências no ambiente corporativo. Publicado na Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 13ª Edição nº 012 Vol.01/2017 Julho/2017.
Também publicado na Pós-Graduação em Design de Interiores. Instituto de Pós-Graduação - IPOG Campo Grande, MS, 11 de novembro de 2016

Resumo
Diante de um mercado cada vez mais competitivo e exigente nos dias de hoje, percebe-se que as pessoas passam grande parte do tempo dentro dos escritórios tentando ser cada vez mais produtivas na execução de suas tarefas. Transformar o ambiente de trabalho em um espaço agradável e inspirador pode ser um diferencial, uma vez que as condições de conforto ambiental e psicológico asseguram o bem-estar e aumentam a motivação e desempenho do indivíduo em suas funções. Projetos de design de interiores bem elaborados poderão contribuir e, por isso, os profissionais devem conhecer todas as ferramentas a sua disposição.
Uma delas, é um planejamento cromático que atenda às necessidades dos usuários. Sendo assim, a importância da utilização das cores na concepção de ambientes corporativos passa a ser objeto de estudo deste artigo. A metodologia adotada neste trabalho consiste de uma pesquisa bibliográfica baseada em material científico (livros, revistas, artigos e teses) e pesquisas eletrônicas (sites). Conclui-se que o uso correto da cor em ambientes de trabalho não tem função apenas decorativa, mas um impacto positivo no bem-estar, humor e produtividade das equipes; agregando conhecimento técnico e uma ferramenta importante para o designer de interiores ter domínio e garantir projetos tecnicamente adequados.

Palavras-chave: Cor. Cores. Design de Interiores. Escritórios. Ambientes Corporativos.

1. Introdução
O desenvolvimento do comércio, a globalização e a concorrência de um mercado cada vez mais exigente trouxe desafios aos empresários e executivos quanto à excelência de seus serviços prestados e a qualificação dos seus funcionários. Junto com os avanços tecnológicos veio o crescimento dos escritórios. Novas técnicas foram adotadas para o redesenho dos ambientes de trabalho com o objetivo de proporcionar conforto, bem-estar, melhorar a produtividade e o desempenho dos funcionários. Segundo Fonseca (2004:19), o crescimento das empresas e o surgimento de novas corporações representou mudanças e exigiu novas soluções para o planejamento de locais de trabalho de escritórios.
Atualmente, o ambiente de trabalho tornou-se uma segunda casa para a maioria das pessoas, onde passam a maior parte do dia executando suas atividades. Transformá-lo em um espaço agradável, humanizado e inspirador passa a ser um diferencial para os empreendedores nesse mundo que tanto nos exige inovação. O especialista em design de interiores pode contribuir nesta área tanto na elaboração de projetos e consultorias bem como na execução de ambientes agradáveis, adequados e produtivos.
Conceitos como a humanização, a psicologia ambiental e a ergonomia ambiental tornam-se fundamentais nesse contexto, pois criam uma conexão com o design de interiores na adequação desses ambientes corporativos para atender com sucesso às exigências dos usuários. Segundo Vasconcelos (2004:64), quanto maior for a compreensão entre o comportamento humano e o ambiente, mais fácil será o planejamento de ambientes que proporcionem qualidade ambiental e de vida aos usuários. Na visão de Fonseca (2004:15), vários estudos têm revelado que locais de trabalho com condições ambientais favoráveis, isto é, que atendam às necessidades de seus usuários exercem impactos positivos sobre os mesmos, resultando em melhor desempenho e maior produtividade.
Proporcionar qualidade de vida no trabalho é um ponto fundamental para influenciar diretamente nos resultados da equipe de um escritório. Um ambiente confortável, descontraído e adequado às necessidades dos indivíduos e do trabalho a ser feito, serve para estimular a criatividade e deixar os funcionários mais dispostos na hora de executar as suas tarefas. Assim, automaticamente, produzirá mais e com melhor qualidade. Vasconcelos (2004:24) afirma: “É comprovado cientificamente que o ambiente influencia diretamente o bem-estar dos usuários. Seus elementos provocam estímulos sensoriais nas pessoas e evocam respostas que geralmente se repetem no seu comportamento e nas suas atitudes.”
Dentre os elementos ambientais existentes nos ambientes corporativos (escritórios), a cor é um dos que podem provocar sensações e promover o bem-estar emocional dos usuários.
Então, pergunta-se: como as cores podem influenciar positivamente os usuários nos ambientes corporativos? Até que ponto o projeto cromático pode ajudar na execução das tarefas e promover o bem-estar dos funcionários de um escritório?
Muitos estudos que dizem respeito a percepção da cor têm encantado diversos pesquisadores que defendem a ideia de que as cores que estão em nossa volta têm uma influência direta sobre o nosso comportamento, nossas reações e até mesmo em nossa forma de pensar.
Segundo Barros (2011:15): “A cor é um fenômeno fascinante. Sua presença no mundo visível exerce incontestável atração sobre nós, despertando sensações, interesse e deslumbramento.”
As cores influenciam o ser humano, e seus efeitos, tanto de caráter fisiológico como psicológico, intervêm em nossa vida, criando alegria ou tristeza, exaltação ou depressão, atividade ou passividade, calor ou frio, equilíbrio ou desequilíbrio, ordem ou desordem etc. As cores podem produzir impressões, sensações e reflexos sensoriais de grande importância, porque cada uma delas tem uma vibração determinada em nossos sentidos e pode atuar como estimulante ou perturbador na emoção, na consciência e em nossos impulsos e desejos. (FARINA, 2011:02).
É muito importante que o uso da cor, na concepção do ambiente corporativo, não seja visto apenas como elemento estético, mas também como uma maneira de adequar os ambientes às necessidades dos usuários e contribuir positivamente para aumentar o bem-estar e a produtividade das pessoas que utilizam o espaço. O uso correto das cores nestes ambientes pode influenciar diretamente o usuário e o seu desempenho. Na visão de Gurgel (2013:47): “É
importante conhecer a característica das cores e utilizá-las com sabedoria para que sejam uma forte aliada num projeto de interiores.” Para Farina (2011:13): “O impacto que a cor já traz implícito em si, de eficácia indiscutível, não pode, entretanto, ser analisado arbitrariamente pela mera sensação estética. Ele está intimamente ligado ao uso que se fará do elemento cor.”
Acreditar que a correta aplicação da cor, em projetos de design de interiores, para ambientes corporativos pode contribuir na qualidade de vida dos usuários e proporcionar maior desempenho em suas funções, é o que motivou a autora a interessar-se por este estudo. Esta pesquisa pretende, ainda, auxiliar o profissional da área de design de interiores e arquitetura a executar um planejamento cromático adequado que atinja a sua finalidade nos ambientes construídos. Sendo assim, este artigo buscou na literatura, identificar, conceituar e explicar a importância da utilização das cores como ferramenta valiosa na melhoria dos ambientes corporativos para, enfim concluir, que o domínio e uso adequado desta é fundamental para o design de interiores na criação de espaços de trabalho agradáveis, adequados e produtivos. A cor nesse processo poderá possibilitar a manifestação dos sentimentos, emoções, e com isso a criação de espaços que estimulem a qualidade de vida e melhor desempenho de seus funcionários.

2. Homem x ambiente construído
2.1. A humanização dos ambientes corporativos
Uma vez que o ritmo acelerado do mercado e a globalização exigem cada vez mais produção e rendimento, os escritórios passaram a ser a segunda casa da grande parte da população. Por conta disso, a arquitetura e o design corporativo têm passado por um processo de transformação em função da preocupação com o bem-estar dos funcionários. Assim, os ambientes de trabalho começam a ser pensados de maneira diferente, aproximando o ambiente físico das sensações humanas, tendo o usuário como foco principal do projeto. Esta visão refere-se à humanização, considerada fundamental para o bem-estar físico e psicológico dos usuários. Na visão de Mezzomo (2002:42): “Qualquer empreendimento humano, para ter sucesso, deve atingir o coração e o espírito.”
Para humanizar é preciso entender o conceito de ser humano. É preciso consciência de que a pessoa que utiliza o espaço é a peça fundamental na definição de como deve ser o ambiente. É só conhecendo as necessidades e expectativas do usuário que será possível proporcionar-lhe um ambiente capaz de suprí-las e superá-las, tornando-o mais próximo de sua natureza, de seus sentimentos, pensamentos e valores pessoais. (VASCONCELOS, 2004:23).
Para Boing (2003:72): “A humanização dos espaços envolve muitos aspectos, e aproxima-se do design de interiores. Ressalta-se o uso da cor, de revestimentos e texturas, objetos de decoração e mobiliário, iluminação, contato com o exterior e, ainda, o uso de vegetação onde possível.” Segundo Vasconcelos (2004), dentre os vários elementos ambientais, o uso de cores adequadas faz com que o ambiente adquira um valor humano, aproximando-se da vida dos usuários. Sendo assim, ao projetar ambientes corporativos é cada vez mais relevante refletir sobre os elementos que irão compô-lo conforme o tipo de ambiente e atividades realizadas nele.
O cotidiano da Arquitetura e, em especial, o Design de Interiores, envolve um
incansável aprendizado de relacionar as pessoas ao meio, ou seja, o estabelecimento de uma interligação direta entre os princípios conceituais do espaço projetado (o que é, qual sua função e a quem destina), as condições plásticas (estéticas) e de conforto, necessárias ao homem para sua permanência no lugar. (TAVARES, 2007:01).
Vasconcelos (2004:24) afirma, ainda, que a humanização envolve, principalmente, a psicologia ambiental, isto é, a forma como o usuário do ambiente percebe cada um dos elementos ambientais e a maneira como cada um desses elementos vai influenciá-lo.

2.2. Psicologia ambiental – comportamento humano e o ambiente construído
Homem e ambiente construído não podem ser considerados como elementos independentes, ao contrário, há uma interação entre eles, que resulta em ação e reação sobre ambos. Os estudos sobre esta relação são fundamentais para a pesquisa, uma vez que se torna necessário saber até que ponto os ambientes construídos ajudam na realização das tarefas e no bem-estar dos funcionários que passam horas dentro dos escritórios.
Considerando-se a crescente taxa de urbanização mundial e o fato de que a maior parte da existência humana é despendida dentro de seus ambientes construídos, o papel e a responsabilidade dos profissionais envolvidos na psicologia ambiental torna-se cada vez mais relevante. Por isso é preciso enfatizar que quanto maior for a compreensão das implicações que o comportamento humano sofre pelo ambiente que o cerca, mais fácil será o planejamento de espaços que proporcionam ao usuário qualidade ambiental e qualidade de vida. (VASCONCELOS, 2004:63-64).
Alguns autores afirmam que a estreita relação entre o comportamento do homem e o ambiente em que nele está inserido acontece, porque o ambiente construído é o resultado das ações de sobrevivência do homem.
A psicologia ambiental foca na observação e registro de como o usuário do ambiente o percebe e o experiência. Em outras palavras, busca compreender em que medida o ambiente construído influencia o comportamento do usuário, mas também como este se molda àquele ambiente, modificando-o ou não, no decorrer de seu uso, originando assim um novo padrão de ambiente construído. (FONSECA, 2004:16).
Considerando esta relação homem-espaço, o edifício construído deixa de ser
encarado apenas a partir de suas características físicas (construtivas) e passa a ser avaliado/discutido enquanto espaço “vivencial”, sujeito à ocupação, leitura, reinterpretação e/ou modificação pelos usuários. (ELALI, 1997:16).
As atividades humanas, e principalmente o trabalho, sofrem a influência de três aspectos:
físico, cognitivo e psíquico. A combinação desses fatores permite projetar ambientes seguros, confortáveis e eficientes. Na visão de Bins Ely (2003:67): “[…] Quando um ambiente físico responde às necessidades dos usuários tanto em termos funcionais (físicos/cognitivos) quanto formais (psicológicos), certamente terá um impacto positivo na realização das atividades.”

2.2.1. A percepção do ambiente construído
Os seres humanos recebem estímulos do ambiente e inconscientemente esses estímulos geram sensações. No caso do ambiente corporativo existem alguns elementos ambientais, como a cor, que atuam como estímulo e ao serem percebidos influenciam no comportamento dos funcionários e, em consequência, no seu desempenho e bem-estar. Para Vasconcelos (2004:64): “A percepção, antes de qualquer coisa, depende das condições físicas e psicológicas do observador, da capacidade do ambiente de proporcionar informações e do contexto social e cultural em que esta relação pessoa-ambiente está inserida.” De acordo com Fonseca (2004:42): “As interações do homem com o ambiente a partir de suas sensações e percepções, interferem na sua forma de agir.”
Temos a sensação do ambiente pelos estímulos desse meio, sem ter a consciência disso. Pela mente seletiva. Diante do bombardeio de estímulos, são selecionados os aspectos de interesse ou que tenham chamado a atenção, e só aí e que ocorre a percepção (imagem) e a consciência (pensamento, sentimento), resultando em uma resposta que conduz a um comportamento. (OKAMOTO, 2002:73).
Recebemos informações do meio ambiente ou das demais pessoas através de nossos sistemas de percepção: audição, visão, paladar/olfato, háptico e equilíbrio. A visão é o sistema de percepção mais desenvolvido. Estas informações são tratadas através das atividades mentais, isto é, a compreensão das informações. Representações são construídas a partir do conhecimento adquirido, atribuindo significado aos elementos resultantes da analise perceptiva. Como resultado das atividades mentais tem-se decisão de ação, traduzidas no comportamento. (BINS ELY, 2003).
Fonseca (2004:42) afirma: “No caso dos espaços de trabalho a questão da ambiência e do conforto ambiental interferem diretamente na produtividade e na saúde do trabalhador.” A autora esclarece, na sua bibliografia, que vários estudos demonstram que o ambiente físico do local de trabalho e suas características ambientais exercem efeitos sobre o homem no que se refere à satisfação, a motivação e o desempenho do indivíduo. Aliado a isso, os estudos de ergonomia ambiental serão de suma importância no processo de concepção dos ambientes corporativos, pois cooperam para tornar os ambientes adequados e favoráveis para os funcionários exercerem suas atividades.

2.3. Ergonomia ambiental
A Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), que representa o setor no Brasil, afirma que a IEA - Associação Internacional de Ergonomia, em agosto de 2000, adotou a seguinte definição oficial:
A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao
entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema.
Segundo Wachowicz (2013:13): “A origem e a evolução da ergonomia estão relacionadas às transformações sociais, econômicas e, sobretudo, tecnológicas, que vêm ocorrendo no mundo do trabalho.” Nos últimos anos, em especial, diante do avanço tecnológico, a interação do homem com o seu trabalho tem passado por muitas mudanças. A autora complementa, ainda:
“A ergonomia é uma ação preventiva junto à saúde ocupacional da empresa e do trabalhador.”
Para Gurgel (2014:141): “Com o objetivo de melhorar a relação entre o homem e o meio ambiente, a ergonomia combina e estuda as características físicas do corpo humano, sua fisiologia e os fatores psicológicos que nele atuam. Portanto, a ergonomia é uma ciência.”
Na relação homem e ambiente, a ergonomia engloba as características do homem no desenvolvimento de suas atividades e as tarefas executadas. Sendo assim, podemos considerar que a ergonomia preocupa-se com o bem-estar do homem nas suas tarefas do cotidiano e, busca ainda, contribuir positivamente no desempenho do trabalhador em sistemas produtivos com qualidade, segurança e reduzindo acidentes.
A ergonomia ambiental ou ergonomia do ambiente construído é a vertente da
ergonomia, que se dedica ao estudo do ambiente físico da tarefa, visto que ele pode contribuir positiva ou negativamente, no desempenho dos usuários que dele se utilizam, na consecução de suas tarefas e atividades. (FONSECA, 2004:76).
De acordo com a ABERGO: “Os ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas.”
A ergonomia do ambiente se dedica às questões de adaptabilidade e conformidade do espaço às tarefas e atividades nele desenvolvidas. Para o alcance deste objetivo ela utiliza elementos da antropometria, da psicologia ambiental, da ergonomia cognitiva e da analise ergonômica do trabalho – AET. Alguns conceitos de conforto térmico, acústico, lumínico e cromático também, compõe o leque de preocupações contempladas na concepção de ambientes ergonomicamente adequados.
VILLAROUCO (2002).
Todo ambiente deve estar adequado às necessidades do homem. O projeto de ambientes corporativos é bastante complexo, uma vez que envolve várias informações importantes.
Dentre elas, é fundamental identificar as exigências específicas das atividades desempenhadas no local de trabalho e o aspecto psíquico dos indivíduos que estão relacionados com as atividades a serem executadas e com a aparência geral do local de trabalho. Segundo Rosciano (1999), o espaço ergonomicamente adaptado refere-se aquele que atende tanto as necessidades físicas como as necessidades cognitivas e psíquicas dos usuários que vivenciam os espaços e dispensam nele a maior parte do tempo de suas vidas.
Bins Ely (2003) considera que a responsabilidade do arquiteto vai bem além do
desenho de ambientes eficazes em termos de conforto e segurança, que atendam às necessidades funcionais dos usuários para a realização das atividades. Pressupõe, também, compreender as necessidades formais e estéticas do usuário a fim de lhe assegurar um espaço agradável, de prazer e bem-estar. (FONSECA, 2004:77).
Segundo Battistella (2003:34): “Embora pouco explorada, a psicodinâmica das cores faz parte da nova ciência da ergonomia.” A ergonomia ambiental é fundamental na projeção de ambientes, uma vez que está diretamente ligada ao trabalho e consiste numa interface importante com a arquitetura e o design de interiores. A ergonomia é um conjunto de conhecimentos que servem para desenvolver e criar equipamentos e produtos que beneficiem e facilitem as atividades do ser humano. Logo, em ambientes corporativos é de extrema importância utilizar conceitos ergonômicos para que estes se tornem adequados à sua função.

3. A cor
A cor é um dos elementos ambientais que podem causar estímulos sensoriais e influenciar o comportamento dos usuários. Se usadas corretamente, poderão proporcionar espaços mais agradáveis e funcionais. Nesse contexto, escolher um esquema de cor adequado para o ambiente corporativo vai além de um fator estético, precisa ser estudado e analisado com cautela. Como afirma Gurgel (2014:62): “Saber optar por uma cor é fundamental para que ela seja utilizada como ferramenta de projeto e não simplesmente elemento decorativo na composição. ”
A cor atua sobre o homem provocando-lhe otimismo ou depressão, atividade ou passividade. A cor do ambiente em oficinas, escritórios ou escolas pode fazer aumentar ou diminuir a produção ou o aproveitamento, em clínicas contribuir para a saúde dos internados. A cor pode agir de uma forma indireta reduzindo ou aumentando a ação psico-fisiologica das características geométricas de um espaço, visto que é mais uma componente desse mesmo espaço; e de uma forma indireta pela capacidade emotiva da própria cor. (NEUFERT, 1976:27).
Sendo um elemento de estímulo imediato, a cor, assimilada pela visão provoca diversas reações positivas ou negativas em seus observadores. Além dos efeitos estéticos proporcionados pela cor nos ambientes, ela também tem grande influência psicológica nos usuários que estão inseridos destes espaços.
A cor deve ser considerada como um elemento ambiental que também contribuirá para transmitir uma mensagem nos espaços. Ou seja, imprimir uma atmosfera sofisticada, moderna, clássica, rústica, descontraída, entre outras. Nesse contexto, o uso adequado do projeto cromático é fundamental nos ambientes. A composição de vários elementos, materiais e texturas aliados à cor poderão passar uma mensagem agradável ou desagradável. Assim, diante da variedade de cores e texturas nos materiais e objetos que irão compor o ambiente, é importante considerar a cor muito mais que um elemento isolado, mas como um componente de suma importante na arquitetura e no design de interiores.
[...] a cor é uma linguagem e um modo de expressão. Elemento primordial para
proporcionar estilo a um interior, ela sugere uma atmosfera, evoca uma tendência, transmite uma sensação, cria um ambiente. Mas uma mesma cor não revela a mesma intensidade, não conota o mesmo significado em função do material com o qual ela está associada. Aplicada sobre uma superfície brilhante, ela se torna preciosa, combinada a uma textura fosca, ela se torna reconfortante. (DRUESNE E SOUSA, 2010:09).
3.1. A percepção da cor
Segundo Farina (2011:61): “A cor depende, pois, da natureza das coisas que olhamos, da luz que as ilumina, e ela existe enquanto sensação registrada pelo cérebro. O olho recebe a cor como mensagem e a transmite ao cérebro, receptor do indivíduo.” E o autor complementa dizendo que “[...] a cor existe quando produzida por estímulos luminosos na retina e por reações do sistema nervoso.”
A cor não tem existência material: é apenas sensação produzida por certas organizações nervosas sob a ação da luz – mais precisamente, é a sensação
provocada pela ação da luz sobre o órgão da visão. Seu aparecimento está condicionado, portanto, a existência de dois elementos: a luz (objeto físico, agindo como estímulo) e o olho (aparelho receptor, funcionando como decifrador do fluxo luminoso, decompondo-o ou alterando-o através da função seletora da retina). (PEDROSA, 2014:20).
Para Gurgel (2014:60): “Antes de mais nada, devemos lembrar que não podemos falar de cores independente de iluminação. Esse fato ocorre porque as cores podem ser bastante alteradas conforme a incidência da luz.” Cor e luz são elementos do ambiente que estão intimamente ligados, tanto que a intensidade da luz afeta substancialmente o resultado da cor.
Tem cores que absorvem a luz e outras que a refletem. Assim, com o uso adequado de um planejamento cromático, é possível usar este recurso para contrabalancear a falta ou excesso de luz num determinado ambiente. Segundo Pedrosa (2014:21): “O fenômeno da percepção da cor é bastante mais complexo que o da sensação. Se neste entram apenas os elementos físico (luz) e fisiológico (o olho), naquele entram, além dos elementos citados, os dados psicológicos que alteram substancialmente a qualidade do que se vê.”
Sobre o indivíduo que recebe a comunicação visual, a cor exerce a ação tríplice: a de impressionar, a de expressar e a de construir. A cor é vista: impressiona a retina. E sentida: provoca uma emoção. E é construtiva, pois, tendo um significado próprio, tem valor de símbolo e capacidade, portanto, de construir uma linguagem própria que comunique uma ideia. (FARINA, 2011:13).
A cor é uma informação visual. Elas atraem nossa atenção, são percebidas inconscientemente e provocam emoções. Sendo assim, podemos, através de algumas características básicas de certas cores e tons, fazer uso deles em nosso benefício racionalmente. Ou seja, rebaixar um teto muito alto ou aproximar superfícies distantes e, consequentemente alargar um ambiente.
Com o uso adequado das cores tornar ambientes monótonos em espaços mais estimulantes.
Assim como, causar a ilusão de volumes mais pesados ou leves, conforme afirma Farina (2011:16): “O próprio volume de um objeto pode ser alterado pelo uso da cor. Uma superfície branca parece sempre maior, pois a luz que reflete lhe confere amplidão. As cores escuras, ao contrário, diminuem o espaço.”
Portanto, vale ressaltar que para o sucesso de um projeto de design de interiores é fundamental entender as cores e suas características. No que se refere aos parâmetros básicos da cor, três características se distinguem na percepção: matiz, valor tonal e saturação. Estes atributos da cor serão estudados com detalhes na sequência.
3.2. Atributos da cor
São as qualidades da cor, ou seja, a maneira que a cor é percebida pelo indivíduo. Segundo Gurgel (2014:62): “As cores apresentam três atributos ou dimensões visuais: matiz, valor tonal e saturação.”
a. Matiz: É a cor pura, sem adição de branco ou preto. Também chamada de tom da cor (tonalidade). Na visão de Gurgel (2014:63): “O preto, o branco ou diferentes tons de cinza não são consideradas cores. Embora o número de cores seja infinito, encontramos doze matizes representados no círculo cromático. ”
Figura 1 - Matiz
Fontes: http://www.amopintar.com/tom-valor-e-intensidade-as-3-propriedades-da-cor/
b. Valor tonal: É o grau de intensidade de uma cor, depende do escurecimento ou clareamento, mas não da saturação ou do matiz. Segundo Gurgel (2014:65): “Refere-se à quantidade de branco ou preto presente em determinada cor. Ou seja, pode ser uma cor de tonalidade clara, luminosa (tom pastel) ou escura (tons encorpados).”
Figura 2 - Valor tonal
Fonte: http://www.amopintar.com/tom-valor-e-intensidade-as-3-propriedades-da-cor/
c. Saturação: É a intensidade de colorido de uma cor, dependendo da quantidade de cinza adicionado a ela. Também conhecido como croma ou pureza da cor. Para Gurgel (2014:65):
“Representa a intensidade de colorido de uma cor, dependendo da quantidade de cinza a ela associado. Na escala de saturação, o tom é o mesmo, o que muda é a intensidade da cor.”
Figura 3 - Saturação
Fonte: http://www.amopintar.com/tom-valor-e-intensidade-as-3-propriedades-da-cor/

3.3. Classificação da cor
As cores são divididas conforme os efeitos que causam à percepção.
- Cores primárias: São as cores puras e aquelas que não se obtém de nenhuma outra cor. Não podem ser geradas a partir de outros matizes, mas todas as cores são geradas por elas. São elas: azul, amarelo e vermelho.
- Cores secundárias: São formadas, em proporções iguais, pela mistura de duas cores primárias. São elas:
laranja (50% vermelho + 50% amarelo)
violeta (50% vermelho + 50% azul)
verde (50% azul + 50% amarelo)
- Cores terciárias: resultam da mistura, em partes iguais, de uma cor primária com uma secundária. São elas:
vermelho-alaranjado (50% vermelho + 50% laranja)
vermelho-violeta (50% vermelho + 50% violeta)
amarelo-alaranjado (50% amarelo + 50% laranja)
amarelo-esverdeado (50% amarelo + 50% verde)
azul-violeta (50% azul + 50% violeta)
azul-esverdeado (50% azul + 50% verde)
- Cores complementares ou contrastantes:
Segundo Gurgel (2014:64): “As cores diretamente opostas no círculo cromático são chamadas complementares, e, como o próprio nome diz, suas propriedades se completam, tendendo a equilibrar a composição.”
Figura 4 - Cores complementares
Fonte: http://www.amopintar.com/wp-content/uploads/cores-complementares1.jpg
- Cores análogas:
Segundo Gurgel (2014:64): “São no círculo cromático, as cores vizinhas ou adjacentes.”
Figura 5 - Cores análogas
Fonte: http://www.amopintar.com/wp-content/uploads/cores-analogas.jpg

3.3.1. Temperatura da cor
Com relação a temperatura, as cores podem ser classificadas em frias ou quentes. Vermelhos, laranjas e amarelos são considerados cores quentes ou ativas, são mais vibrantes e parecem
trazer uma sensação de vivacidade e intimidade ao ambiente. Em contraste, roxos, azuis e a maioria dos verdes são cores frias e podem ser usadas para acalmar uma sala e trazer uma sensação mais relaxante. Segundo Gurgel (2014:66): “Dependendo da quantidade dos diferentes matizes utilizados numa cor, as cores quentes ou frias podem ser consideradas mais ou menos quentes/frias.”
Podemos utilizar as cores para aquecer ou resfriar um ambiente, já que elas possuem essa propriedade. As cores quentes, além de esquentar visualmente, aproximam as superfícies e são mais energéticas. São, portanto, ideais para grandes ambientes ou por exemplo, para encurtar um corredor. Já as cores frias afastam as superfícies e são mais relaxantes, sendo ideais para ambientes pequenos. (GURGEL, 2014:65).
Figura 6 - Cores frias e cores quentes
Fonte: http://www.jabuticaba.arq.br/cores-na-arquitetura/

3.4. Esquema de cor
Segundo Gurgel (2014:66), antes de escolher um esquema de cores que seja adequado ao projeto, é fundamental conhecer as características psicológicos das cores, isto é, saber como elas influenciam a nossa mente e como influenciarão os usuários que vão frequentar o espaço.
Os esquemas de cores podem ser:
- Acromáticos: São utilizados somente preto, branco e tons de cinza, já que não são considerados cores. Essa harmonia acromática, cria uma atmosfera sofisticada e contemporânea. Se o uso do branco for em excesso, o ambiente se torna bem iluminado, mas frio, desestimulante, triste e exaustivo. Recomenda-se usar texturas para criar movimento e tons de cinza para ajudar a equilibrar a composição.
Figura 7 – À esquerda, paleta acromática e, no centro e à direita, escritório que usou o esquema acromático
Fonte: http://definicion.de/acromatico/ e http://casavogue.globo.com/Interiores/Ambientes/noticia/2015/08/onovo-
escritorio-da-blogueira-lala-rudge.html
- Neutro: Como o nome diz, utiliza cores neutras, como as variações de marrom, terra, bege, areia, creme e tonalidades pastel. A paleta de cores neutras transmite uma atmosfera requintada e elegante. Segundo Gurgel (2014:67): “Alguns profissionais consideram o esquema neutro um esquema acromático. Adotei essa classificação por acreditar que é mais didática e de melhor compreensão.”
Figura 8 – Sala de reunião que fez uso do esquema neutro
Fonte: http://assimeugosto.com/decoracao-de-ambientes/mesa-de-trabalho-ou-reuniao/
- Monocromático: De acordo com Gurgel (2014:68): “como o próprio nome diz, essa opção faz uso de somente uma cor, que poderá ser utilizada em diferentes tonalidades, juntamente com o preto, branco, cinza ou ainda cores neutras. Ideal para ambientes pequenos.”
Figura 9 - À esquerda, paleta monocromática do vermelho e, à direita, ambiente que fez uso deste esquema
Fonte: http://www.amopintar.com/wp-content/uploads/cores-monocromaticas.gif e http://architecture-anddecoration.
tumblr.com/post/105612819467/cores-na-decora%C3%A7%C3%A3o-parte-1
- Complementar: Utiliza cores opostas no círculo cromático.
Complementar: esse esquema é, sem dúvida, muito harmonioso. Segundo alguns autores, é, ao mesmo tempo, um dos mais difíceis de se equilibrar. Como utiliza cores opostas no círculo cromático, faz uso de cores contrastantes, podendo criar combinações vivas e vibrantes, cheias de energia, ideais para shopping centers, lojas de varejo ou qualquer outro tipo de ambiente comercial que se beneficie com essa energia. A combinação verde/vermelho é muito utilizada em restaurantes como fator identificador da cultura italiana. (GURGEL, 2014:68).
Figura 10 - À esquerda, círculo cromático com as cores complementares vermelho e verde e, à direita, ambiente da Sede do Google no Canadá que fez uso deste esquema complementar Fontes: http://www.amopintar.com/wp-content/uploads/cores-complementares1.jpg e http://castwars.com/wpcontent/
uploads/2012/09/2569284-2453-rec.jpg
- Tríadico: Segundo Gurgel (2014:69): “A maioria dos autores considera esse esquema aquele que emprega as três cores primárias (azul, vermelho e amarelo). Entretanto, alguns também consideram tríadico qualquer esquema que utilize três cores equidistantes no círculo cromático.” Compor um ambiente com esse esquema precisa ser cuidadoso, para evitar que ele tenha um resultado muito vibrante e confuso. Uma dica interessante para criar uma atmosfera elegante e menos vibrante é usar na composição tonalidades pastel ou fechadas.
Figura 11 - À esquerda, o círculo cromático com as cores primárias formando o esquema tríadico e, à direita, imagem do escritório da Google em Paris que fez uso deste esquema Fontes: http://www.amopintar.com/wp-content/uploads/cores-triadica.jpg e http://www.idecoracao.com/arquitectura/novos-escritorios-da-google-em-paris
- Análogo: Composição que utiliza cores análogas, ou seja, próximas no círculo cromático.
Segundo Gurgel (2014:70): “Esse esquema pode criar ambientes bem interessantes, já que as cores análogas parecem estar “umas dentro da outra”. Pode ser utilizado para aquecer (análogas quentes) ou esfriar (análogas frias) ambientes.”
Figura 12 - À esquerda, as cores análogas no círculo cromático e, à direita, ambiente que fez uso deste esquema
Fontes: http://www.amopintar.com/wp-content/uploads/cores-analogas.jpg e
http://camarinastudio.blogspot.com.br/2013/09/combinacao-de-cores-parte-3-esquema.html

3.5. Influência Psicológica das cores
As cores também podem ser analisadas sobre os efeitos psicológicos que causam sobre o organismo humano. Segundo Gurgel (2014:71): “As cores exercem grande influência em nosso estado de espírito e, consequentemente, em nosso comportamento.” Na visão de Farina (2011:96): “As cores constituem estímulos psicológicos para a sensibilidade humana, influindo no indivíduo para gostar ou não de algo, para negar ou afirmar, para se abster ou agir.” Heller (2013:17) fez uma pesquisa e constatou, através dos resultados obtidos, que “[...] cores e sentimentos não se combinam ao acaso nem são uma questão de gosto individual – são vivencias comuns que, desde a infância, foram ficando profundamente enraizadas em nossa linguagem e em nosso pensamento.” Na sua bibliografia, a autora esclarece que isso acontece através do simbolismo psicológico. Na visão de Wachowicz (2013:53): “As cores não só influenciam na disposição psíquica, mas todo o comportamento do indivíduo.”
Diante de tudo que já foi pesquisado na revisão bibliográfica sobre os efeitos psicológicos das cores, neste item será levado em consideração especialmente as literaturas de Farina (2011), Gurgel (2013), Heller (2013), Pedrosa (2014) e Gurgel (2014).
- Branco: É a cor que apresenta maior sensibilidade na presença de luz. No design de interiores transmite uma atmosfera sofisticada, moderna e minimalista. Permite maior conforto nos ambientes, pois absorve pouca luz e transmite pouco calor no ambiente interno. O uso do branco realça todas as cores e aumenta a iluminação no ambiente, com isso permite que pequenos ambientes pareçam visualmente maiores. No entanto, um ambiente todo branco torna-se frio e impessoal. Para amenizar, recomenda-se usar com variação de texturas em suas superfícies. Está relacionado à pureza, limpeza, tranquilidade, neutralidade, leveza e requinte.
- Preto: Com relação ao seu uso em projetos de interiores, pode criar ambientes sofisticados, modernos e proporcionar profundidade. Seu uso em excesso, pode criar um ambiente negativo e causar alterações de humor e depressão. Segundo Gurgel (2014:71): “[...] Para alguns pode significar sofisticação e para outros, tristeza.” Em ambientes amplos, tem o poder de parecer diminuir visualmente a área útil. Um projeto elaborado com a quantidade ideal da cor preta compondo com outras, pode deixá-lo elegante e sofisticado. Para Farina (2011:98): “[…] É expressivo e angustiante ao mesmo tempo. É alegre quando combinado com certas cores. Às vezes, tem conotação de nobreza, seriedade e elegância.”
- Cinza: Quando usado sozinho transmite tristeza e angústia e pode dar um aspecto negativo ao ambiente, mas em composição com cores fortes, quentes e vibrantes transmitem requinte e sabedoria. O cinza é neutro em qualquer uma de suas tonalidades e realça outras cores.
Diferentes e contrastantes tons de cinza num mesmo ambiente dão movimento. Segundo Gurgel (2013:56): “Tons claros são menos tristes. Funcionam muito bem quando utilizados numa composição ao lado de cores quentes.”
- Azul: É uma cor terapêutica, repousante que relaxa e evita insônia. Segundo Heller (2013:23-49), o azul é a cor preferida e a mais lembrada quando os ocidentais querem referir-se à simpatia, à harmonia, à amizade e à confiança. Esses são os bons sentimentos. Como uma cor fria, dá a sensação de distanciar e ampliar os espaços. Em regiões quentes, esse efeito de frio pode
despertar a impressão de um agradável frescor no espaço. Gurgel (2013:52), afirma que o azul esverdeado pode ser aplicado em locais de trabalho, pois aliviam o estresse e a tensão.
“Presentes em salas de reunião, ajudarão a acalmar a comunicação e a fala entre as pessoas.”
- Verde: É uma cor repousante, transmite equilíbrio. O verde claro dá paz, tranquilidade. O verde escuro proporciona força e estabilidade. E o verde cítrico alegria, energia, limpeza e frescor.
No design de interiores, deixa o ambiente repousante, neutralizante, estimula o silêncio e ajuda na concentração. Em lugares de permanência longa, é uma boa cor a ser escolhida.
Segundo Gurgel (2014:72): “O verde está associado à harmonia, à estabilidade e à confiabilidade. Pode estimular o silêncio e a concentração e não favorece discussões. Em locais de trabalho mais dinâmicos, associe-o com sua cor complementar, o vermelho.”
- Violeta e roxo: Remete à nobreza, religiosidade, mistério, grandeza, sofisticação, criatividade. Dependendo da tonalidade podem criar ambientes calmos e serenos. Segundo Gurgel (2014), ajuda a desenvolver a percepção, mas pode deprimir se usar em tons fortes. Evitar em ambientes onde as atividades exijam dinamismo. Quando combinado com a sua cor complementar, o amarelo, estimula o cérebro e cria uma atmosfera mais dinâmica. O tom lavanda ajuda a auto-estima, além de tranquilizar e refrescar.
- Vermelho: A mais quente e dramática de todas as cores, o vermelho estimula os sentidos e seduz a mente. De acordo com Heller (2013:72): “O vermelho é ativo, é dinâmico.” Segundo Gurgel (2013:54), o vermelho não é uma cor apropriada para ambientes onde as pessoas vão permanecer por longas horas. Pode tornar um ambiente opressivo, estressante e irritante, além de diminuir visualmente suas dimensões. É estimulante, mas também está ligada à agressividade. Atuará no plano racional das pessoas quando usado em salas de reunião, mas, pode aumentar a agressividade entre elas. É interessante quando usado em detalhes.
- Magenta: Segundo Gurgel (2014:72): “O magenta é a cor de maior vibração e com maior energia de transformação, induzindo a mudanças.”
- Amarelo: Associada à luz solar, é uma cor de energia, calor e claridade. Pode ser usado em ambientes com pouca iluminação. O amarelo e o branco juntos devem ser usados com moderação, pois podem causar sensação de insegurança. Já em detalhes compondo ambientes com cores neutras e escuras, o amarelo deixa os ambientes alegres, descontraídos e iluminados. Segundo Gurgel (2014:72): “O amarelo é infantil, alegre e divertido. Estimula a criatividade, a comunicação entre as pessoas, o intelecto e o poder. Matizes puros e vivos devem ser evitados em ambientes muito pequenos, pois podem estimular demais nosso cérebro.”
- Laranja: Está associada à energia, alegria, força, luminosidade, aconchego, aromático, lúdico, proximidade. Segundo Gurgel (2014:72): “O laranja é considerado a cor da criatividade, da alegria e do humor. É antidepressivo, mas deve ser utilizado com cuidado em pessoas que se estressam ou que se agitam facilmente. Ajuda a digestão e acelera o raciocínio.” A autora complementa afirmando que possui a energia do vermelho e a intelectualidade do amarelo.
- Marrom: Está associada à pesar, melancolia, resistência, vigor, natureza, terra, rústico, aconchego, estabilidade, sólido, seguro. De acordo com Heller (2013:257): “Na decoração de moradias, o marrom é avaliado positivamente. A sua naturalidade, a sua falta de artificialidade faz do marrom a cor do aconchegante.” A autora afirma que: “O marrom atua de modo especialmente agradável quando combinado com cores alegres, como o laranja e o amarelo.”

4. As cores nos ambientes de trabalho
Em ambientes de trabalho, várias pesquisas confirmam que o uso da cor quando bem coordenadas, proporcionam mais segurança, motivação, desempenho e satisfação no desenvolvimento das tarefas. Segundo Morton (2000), as experiências em empresas que investem em planejamento cromático, expressam que o uso de cores adequado no local de trabalho contribui em segurança, eficiência e bem-estar dos funcionários. Para Gurgel
(2014:61): “Podemos afirmar que, num projeto, as cores são em grande parte responsáveis pelo humor das pessoas que trabalham em determinado ambiente.”
Um planejamento adequado do uso de cores no ambiente de trabalho, aplicando-se cores claras em grandes superfícies, com contrastes adequados para identificar os diversos objetos, associado a um planejamento adequado de iluminação, tem resultado em economia de 30% no consumo de energia e aumentos de produtividade que chegam a 80 ou 90%. (IIDA, 1992:19).
O sucesso de um projeto também poderá está diretamente ligado a escolha adequada das cores nos ambientes de atividades profissionais, já que vários estudos comprovam o seu poder de proporcionar aos funcionários um melhor bem-estar, engajamento e produtividade.
A escolha correta de um esquema de cores pode significar o sucesso de um projeto, pois ele pode interferir diretamente no espaço – tanto na concepção espacial propriamente, alterando visualmente suas dimensões e formas, quanto nas sensações e nos estímulos (produtividade, conforto, satisfação, entre outros) de seus usuários. (GURGEL, 2014:62).
A cor é outro elemento ambiental que atua como estímulo, podendo influenciar o humor, a satisfação e a motivação do indivíduo (Stone, 2003). De acordo com o tipo de tarefa realizada, a cor do ambiente pode ter efeitos também sobre o desempenho (Kwallek et al., 1998ç Kwallek & Lewis, 1990) e a percepção das tarefas (grau de exigência) (Stone & English, 1998). Então, determinar o impacto das cores do ambiente sobre o indivíduo pode ser útil para o projeto de ambientes de local de trabalho (Stone, 2001). (FONSECA, 2004:47).
A ergonomia ambiental é fundamental na projeção de ambientes, já que está diretamente ligada ao trabalho e consiste numa interface importante com a arquitetura e o design de interiores.
Considera-se um projeto cromático adequado aquele que atende às exigências específicas de cada local de trabalho, sendo para isso fundamental uma análise da realidade do trabalho.
Propõe-se, então, evidenciar os aspectos específicos da cor, que se forem utilizados adequadamente podem auxiliar na obtenção de ambientes mais agradáveis e funcionais.

4.1. A função da cor nos ambientes de trabalho
4.1.1. Na sinalização de segurança
Normas nacionais e internacionais foram elaboradas com a intenção de ajudar na segurança e prevenção de acidentes de trabalho. A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT emitiu normas para a padronização das cores, suas aplicações e finalidades dentro dos locais de trabalho. A norma brasileira NB-54/80, fixa as cores para tubulações e a NB-76/59, fixa as cores dos locais de trabalho para a prevenção de acidentes. A NR-26, tem por objetivo fixar as
cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes e sinalização de segurança.
De acordo com Grandjean (1983:309): “se usarmos uma única cor para identificar o perigo, pode-se condicionar uma reação de proteção automática em uma pessoa.” Sendo assim, a cor apresenta-se como um código que pretende informar e identificar as áreas de riscos. A interpretação visual, através das cores, em local de trabalho é automática e dinâmica. Logo, um fator de grande importância na prevenção de acidentes.
O vermelho e o amarelo, cores vibrantes, dinâmicas, sinalizam o perigo ou um risco de perigo. O vermelho significa parada de urgência ou interdição; ele é reservado à sinalização do equipamento de incêndio. O amarelo assinala os riscos potenciais devido à presença de materiais perigosos (incêndio, explosão, ação, química e outros), assim como acidentes de arquitetura: passagens baixas, “ângulos salientes, obstáculos,... O verde e o azul, cores frias, assinalam situações de segurança em primeiro lugar (postos de primeiros socorros e de salvamento), e em segundo lugar a informação (cabines de telefone). (FONSECA, 2004:66)

4.1.2. Na organização do espaço
Segundo Wachowicz (2013:52): “Podemos dar cores específicas a determinadas salas, andares, até mesmo partes de prédios, com a fnalidade de obter uma visão de conjunto com melhor ordenação.” Para Gurgel (2014:73): “A utilização de cores distintas nas paredes de diferentes áreas de um escritório ou de uma loja, por exemplo, pode ajudar na localização dos diferentes setores.” Com relação aos escritórios que têm seguido o arranjo físico de planta livre, onde os trabalhadores de diversos setores dividem o mesmo salão, Fonseca (2004:67-68), afirma que a cor pode ter um papel de referência nos escritórios para os funcionários se localizarem no espaço e se sentirem seguros. “Esta seria utilizada de forma a identificar setores da empresa em grandes ambientes abertos, descaracterizando a uniformidade do
espaço e servindo de referencial para os usuários (trabalhadores e visitantes).” De acordo com Linz (2010:84-85), nos novos escritórios da Google, em Zurique, “a codificação por cores é a base para a diferenciação entre os diferentes departamentos. Cada cor foi associada a elementos visuais para criar um tema e favorecer o pensamento associativo.”

4.1.3. No conforto visual
Antes de escolher as cores que irão compor o ambiente corporativo, um aspecto importante a ser considerado também é a reflexão luminosa das cores. De acordo com Mahnke (1996), é fundamental controlar a reflexão da luz nas paredes, móveis, mesas e no piso para obter o conforto visual. Segundo Pilotto (1980), o emprego das cores com um coeficiente de reflexão elevado proporciona uma melhoria considerável na utilização da luz. O grau de reflexão das cores poderá contribuir no nível de iluminação no ambiente e, consequentemente irá deixá-lo mais adequado e funcional. Para Fonseca (2004:64): “Na maioria das vezes, a redução de eficiência e má qualidade no trabalho são consequências da tensão e da fadiga ocular. Tais constrangimentos podem ser resultantes de contrastes acentuados de cores, por exemplo, máquinas de cores escuras e parede branca [...]” Na visão de Batisttella (2003:41), a cor em ambientes de trabalho gera bons resultados quando aliada à qualidade ambiental. Sobre a claridade, a autora diz que “é determinada não apenas pela intensidade da luz, mas também pelas distâncias e pelo índice de reflexão das paredes, tetos, pisos, mobiliário e máquinas.”

4.1.4. No conforto térmico
Para Gurgel (2014:74): “As cores podem ajudar quanto à temperatura dentro dos ambientes.”
Com relação à temperatura nos ambientes, as cores também podem contribuir para torná-los mais confortáveis. Por exemplo, O uso de cores claras e frias em ambientes que recebam muita insolação e, consequentemente, sejam quentes, contribuirá para o lugar parecer mais fresco e agradável.

4.2. Na sensação espacial
Através dos atributos da cor, quentes e frias, podemos fazer pequenas alterações nos ambientes e torná-los mais agradáveis e adequados às necessidades dos usuários. Refere-se ao poder das cores “transformar” os ambientes. Ou seja, simplesmente pelo uso correto da cor em paredes, pisos e tetos do ambiente construído, é possível dar a sensação de um ambiente
ser maior, mais iluminado, mais aconchegante e confortável.
As cores frias afastam as superfícies, devendo ser utilizadas para ampliar ambientes pequenos. Em tonalidades claras, ajudam na reflexão e na claridade do ambiente.
Cores quentes aproximam as superfícies. São ideias para “encurtar” visualmente corredores longos ou ainda transformar ambientes grandes em espaços mais acolhedores. Essas propriedades das cores podem ser utilizadas para corrigir imperfeições na arquitetura, alterar a proporção do ambiente, rebaixar ou aumentar o pé-direito. (GURGEL, 2014:74).

4.3. Projeto cromático em ambientes de trabalho – recomendações e diretrizes
Nos projetos para ambientes de trabalho, a cor tem uma significativa importância, uma vez que poderá aumentar o humor, a segurança e a produtividade dos funcionários e, ainda, gerar conforto e bem-estar. No entanto, nota-se que, muitas vezes, as cores são especificadas nos projetos de acordo com o gosto pessoal e sem levar em consideração os seus aspectos
funcionais. Segundo Fonseca (2004:15): “Os projetistas de locais de trabalho (principalmente os arquitetos), não utilizam uma metodologia centrada na observação em situações reais de trabalho para a obtenção dos dados necessários ao planejamento (especial) e cromático.” Para Hayten (1958), antes de elaborar o projeto cromático para os ambientes de trabalho, o autor
do projeto deveria saber os requisitos e as necessidades do ambiente considerado. Afirma, ainda, que o profissional que não conhecesse os princípios científicos e psicológicos da cor, deveria ser orientado por um especialista em cores. Nesse contexto, percebe-se que o cuidado com a concepção de projetos cromáticos adaptados ao ambiente de trabalho é um assunto antigo. Algumas recomendações, indicações e diretrizes serão apresentadas para a elaboração do projeto cromático. No entanto, vale ressaltar que estas devem estar adequadas às necessidades de cada ambiente e usuários.
A elaboração de um projeto cromático para o ambiente de trabalho, na visão de Pilotto (1980) depende de vários aspectos. Dentre eles, o autor cita: o tipo de trabalho, o espaço em que o trabalho é realizado, a iluminação local, as características fisiológicas e psicológicas dos trabalhadores. Afirma, ainda, que além destes aspectos, é fundamental levar em consideração algumas recomendações quanto às cores a serem usadas nos elementos do local de trabalho, pois poderá guiar para um resultado satisfatório. São elas:
- Tetos e forros: pintar de cores claras (próximas do branco), pois a luz difusa refletida é
espalhada igualmente pelo interior do ambiente; dissipa as sombras e reduz o ofuscamento.
Permite que a claridade do dia entre no ambiente, reduzindo a necessidade da luz artificial.
- Paredes e colunas: as paredes determinam a atmosfera do ambiente, já que é para elas que o olhar se direciona. Uma diferença de cor acentuada entre a parede e a bancada de trabalho gera esforço visual para adaptação à nova cor. Logo, recomenda-se que a cor da parede seja no mesmo tom daquela que o funcionário vê quando está concentrado no seu trabalho.
- Piso: é aconselhável que sua cor seja um pouco mais escura do que as da parede e do teto.
Vale ressaltar que o piso também interfere na luminosidade do local.
- Superfícies de trabalho: para evitar ofuscamento e incômodo ao funcionário, recomenda-se que as mesas e bancadas de trabalho sejam sem brilho.
Pilotto (1980) afirma, ainda, que o esquema de cores em escritórios deve ser simples, com tons suaves. Esquemas elaborados com cores vivas se tornam cansativos para o funcionárioque ficar o dia todo no ambiente. Logo, os acabamentos discretos recebem melhor aceitação.
Mas vale ressaltar que em áreas como o hall de entrada, salas de espera, entre outras que não são áreas propriamente de trabalho, podem receber um esquema de cor mais elaborado.
Grandjean (1983) considera que é importante saber se o trabalho é monótono ou se tem grandes exigências à concentração. Em trabalhos monótonos, é recomendado usar elementos coloridos. Em ambientes de grande dimensão, os setores podem ser divididos por cores. Mas se o trabalho precisar de concentração, as cores usadas deverão ser mais discretas para evitar distrações e irritabilidade com as cores.
Foi visto durante toda a pesquisa e revisão bibliografica que as cores podem contribuir de forma positiva nos ambientes de trabalho. Segundo Fonseca (2004:73): “A resposta humana às cores é total, tanto da ordem física quanto psicológica, por essa razão é fundamental que se elabore projetos cromáticos adequados às características de cada local de trabalho.” Dessa forma, o estudo visto anteriormente sobre a ergonomia ambiental contribui para adaptar as condições ambientais do local de trabalho às necessidades e características psicológicas e fisiológicas do homem.

5. Conclusão
Esta pesquisa revelou que a cor apresenta uma influência expressiva nos ambientes de trabalho e que não tem função apenas decorativa. Estudos comprovam que a cor pode influenciar o humor, a satisfação, o bem-estar e a motivação, assim como o desempenho e a produtividade dos trabalhadores na execução de suas atividades. Logo, conhecer os efeitos gerados pela cor sobre o indivíduo é muito útil e importante na elaboração de projetos de ambientes corporativos.
Ao longo desta pesquisa, alguns conceitos foram abordados com a intenção de esclarecer e entender melhor as relações que se estabelecem entre o ambiente construído e o comportamento do homem. Verificou-se que com o avanço tecnológico, a globalização e o crescimento dos escritórios, os ambientes corporativos precisaram se adaptar às novas necessidades. Junto a isso, tornar o ambiente de trabalho mais humano é um dos fatores importantes para promover o bem-estar e a motivação dos funcionários.
Observou-se que a partir da composição do ambiente físico de trabalho, estímulos ambientais são emitidos ao usuário. O estímulo abordado nesta pesquisa foi a cor. Logo, verificou-se que para as cores garantirem um efeito positivo em todos os aspectos do trabalho, elas devem estar adequadas às características do tipo de trabalho realizado e às necessidades funcionais e
psicológicas do usuário deste espaço.
Também foi constatado na pesquisa que a resposta do homem às cores é total, tanto física quanto psicológica. Sendo assim, é fundamental que se use as cores corretamente e elabore projetos cromáticos adequados às características de cada local de trabalho. E, aliado a isso, fazer uma relação entre as qualidades da cor e suas características funcionais será importante.
Sabendo que a cor afeta o funcionamento do corpo, influenciando a mente e as emoções, torna-se de suma importância uma análise da realidade do trabalho. Dessa forma, a psicologia
e a ergonomia ambiental têm papel fundamental, uma vez que, a primeira, busca compreender em que medida o ambiente construído influencia o comportamento do usuário, mas também como este se acomoda ao ambiente, e a segunda, porque utiliza métodos e técnicas específicas para obter dados relativos à função do espaço, às características da tarefa e dos usuários, que
são fundamentais para a elaboração de um projeto cromático adequado ao local de trabalho.
Logo, conclui-se que o uso correto da cor em ambientes corporativos geram impacto positivo nas equipes e os projetos cromáticos devem ser elaborados com cautela e atendendo às necessidades dos usuários e às características de cada local de trabalho. O estudo das cores aliado à psicologia e à ergonomia ambiental resultam em ferramentas poderosas para o especialista em design de interiores dominar e utilizar na concepção de ambientes de trabalho
tecnicamente agradáveis e produtivos.

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