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domingo, 15 de novembro de 2015

O QUE VEM A SER A HISTÓRIA ORAL
FICHAMENTO
Paulo Gabriel
Referência:
MENEZES, Marilda Aparecida. Historia Oral: Uma metodologia para o estudo da memória. In: Revista vivência: Memória. Natal: EDUFRN, 2004 (P.20 a 36).
História Oral: uma metodologia para o estudo da memória
RESUMO
            O artigo tem como objetivo tratar de forma breve da construção da metodologia de história oral desde a década de 1960 no campo da ciências humanas. No Brasil, seu bom acontece na década de 1990, o que se deve a sua expansão e articulação na academia, com um crescente número de encontros promovidos a partir da criação da associação brasileira de historia oral. Os trabalhos baseados nos relatos orais tentem incorporar as vantagem  da subjetividade dos documentos bem como das relação de subjetividade entre o pesquisador o informante. Após a revisão de tais paradigmas, não apenas pela história oral, mas, também, por outro lado perspectivas teóricometodólogicas que questionavam os pressupostos positivistas, os historiadores orais alargaram seu campo de discussão, resgatando, entre objetos de estudo, a relação entre outros objetos de estudo, a relação entre memória e identidades. (P.23 )
ORIGEM E EXPANSÃO DA HISTÓRIA ORAL
Ao logo dos séculos, a história oral se constituiu como a maior fonte humana de produção, conservação e difusão do conhecimento. Muitos estudiosos buscam na Grécia antiga as suas origem, apresentando Heródoto como o pai da história oral (trebstsch. 1994), pois seus estudos eram realizados com a observação direta e o registro dos  testemunhos daquelas que lhe eram contemporânea além dele houve tucidides e polibio que também incorpora fontes orais. No século xIx com o paradigma positivista na história, a oralidade passa a uma posição inferioridade e perde sua legitimidade. Nos temos de Trebisch (1994,p.26) busca ``tornar-se uma frente historiográfica pioneira``. Deste modo a bandeira positivista da objetividade não é hasteada ou defendida, mas contra a ficção da objetividade defende-se uma ciência engajada. O chamado método rankeano de base quantitativa era predominante nas pesquisa históricas, apenas usava-se a história oral em auxilio dos dados escritos ou documentais. Ferreira pontua com propriedade que a expansão da história oral situa-se em um contexto de mudança teórico-metodológico da história, de perspectivas estruturalista para outras voltadas para a análise do cotidiano, das mentalidades, da micro-história que beneficiam-se de documentos como as história de vida biográficas,cartas pessoas, fotografias, etc. (p.24)
Nos estados unidos da America, a História oral teve sua origem datada em 1948, embora só em 1964 tenha passado por um momento de extensa produção e criação. De um número de oitenta centros no ano de 1961, irá atingir quase 300 departamentos em 1965. O clima contestador e revolucionário da década de 60 contribuiu para o uso freqüente da história oral. A América não estava resumida apenas á guerra do Vietnã, paralelamente ao nacionalismo de muitos americanos. Uma outra America surgia, revelada através do movimento negro, feministas, das minorias étnicas, dos imigrantes latinos e daquelas taxadas de ``delinqüente´´, que também eram possuidores de um nacionalismo, porém, marcado por uma visão idealista e existencialista. Cientista políticos e historiadores pretenderam ´´dar voz´´ ás minorias, construindo,assim, a chamada história ´´vista de baixo´´ - dos humildes e dos sem história. Ela ´´tira do esquecimento aquilo que a história oficial sepulto.´´ Dos Estados unidos na década de 60, a história oral se expende em direção á Europa, especificamente a Grã-Bretanha. Diferentemente do contexto americano, no qual os primeiros trabalhadores tiveram uma preocupação em preservar a memória das elites, no caso britânica, os estudos eram mais voltados ás camadas populares. A legitimação da história oral na academia britânica dar-se-á por volta do inicio da década de 70 com a inauguração do department of sound Record em Londres e também a criação da instituição oral history society em 1973.Além da grã- Bretanha, países como a Itália, a Alemanha e a França também testemunham a presença cada vez mais freqüente da história oral em suas academias.(p.25 ).
Política e militante em decorrência do luto nazista e fascista. Na Alemanha, no final da década de 70, é desenvolvido um trabalho de pesquisas sobre a memória da guerra e do nazismos a partir das percepções da classe operaria sobre este período.No caso do brasileiro, a história oral segue mais o menos as trilhas dos europeus e dos norte-americanos. O desenvolvimento da história oral no Brasil data de 1970. Em 1974 é criado o grupo de documentação em Ciências sócias (GDCS). A idéia era criar arquivos na área de ciências sócias, com o objetivo de contribuir para a preservação de documentos necessários aos estudiosos das ciências sócias no Brasil. Aparte dos anos 90, a história oral ascende com força suficiente para ser reconhecida, nacional internacional. No Brasil, seu bom acontece na década 1990, o que se deve a uma articulação da academia com um crescente numero de encontros promovidos, pautados na criação da associação brasileira. Quando de sua emergência neste pais, por volta de 1975, a história oral estava voltada para professores e pesquisadores de história e ciência social e depois difundida para outros grupos e organizações.o marketing tem utilizado a metodologia da história oral para registrar trajetória de empresas, que contratam os serviços de pesquisadores, dando preferência aos que são vinculados á academia para obter maior legitimidade.(p.26).
Apesar de sua expansão e consolidação, a história oral tem sido alvo a sua de diversas criticas, principalmente de historiadores que utilizam apenas as fontes escritas como documentos na história. Uma das criticas das criticas é quanto á legitimidade dos documentos oral devido a influência da subjetividade dos informantes. No entanto; os documentos escritos também não garante o registro objetivo do fato, mas antes, expressa uma interpretação marcada pelo o ponto de vista de seu escritor, bem como dos interesses e intenção dos envolvidos no documento. O desenvolvimento de analises de caráter metodológica, no entanto, não significa um rompimento com a perspectiva militante. Ao contrario, nos países do leste europeu, logo após a guerra do comunismo, a história oral surgiu como u recuso libertado para povos que permaneceram em silencio por meio século. (p.27).
HISTÓRIA ORAL: Metodologia ou técnica
A história oral foi intensamente debatida, teve sua ´´identidade´´ questionada ao se interroga se ela constituiria uma disciplina,método ou técnico de obtenção de informações.Queiroz (1998) apresenta a história oral enquanto ´´técnica por excelência´´ na coleta de matérias pelos cientistas sociais, já que assegura a vivacidade dos fatos e se opõe ás técnicas quantitativas, na década de 40 afuscou o crescimento dos relatos orais, mas o avanço técnicas dos anos 50.já Trebitsch (1994,p.25) acredita que a história oral se constitui como uma metodologia que privilegio certos objetos como grupos excluídos,minorais, ou os que foram silenciados pelo história oficial; o método da pesquisa de campo e observação participante,o que aproxima da antropologia e uma abertura interdisciplinar para as demais ciência sócias. Partilhando da perspectivas de TREBITSCH e adotamos aqui a compreensão de que a história oral é uma metodologia e não uma técnica de pesquisa. Como bem define Lang; Neste sentido não utilizamos como um instrumento de obtenção de ´´dados´´,conteúdo, mas consideramos importante levar em conta as interações sócias no processo de entrevista, as diferenças das narrativas pela posição de classe e gênero ,bem como as relações entre memória e identidade. Este modo de concede as entrevista encontra respaldo em alguns autores, tais como BOURDIEU (1999) e THOMSON (2000). Para BOURDIEU, qualquer referência a procedimentos de pesquisa não esgota as estratégias infinitas da prática de pesquisa. (p.28). 
O que se pretende com a história oral aproxima-se bastante da perspectiva de Geertz com a proposta de "descrição densa", que busca não uma interpretação da fala do nativo e sim uma aproximação de seu ponto de vista. Para Geertz, através do estudo na aldeia, o antropólogo procuraria construir pontes para conciliar a sua subjetividade e a do informante [...] Os trabalhos baseados em relatos orais tentam incorporar as vantagens da subjetividade dos documentos. Ao se incorporar as relações de subjetividade entre o pesquisador e o informante, questiona-se o pressuposto da verdade histórica. (p. 29)
História oral na origem, ela foi associada ao estudo das minorias, dos marginalizados, atualmente, incorporou no seu campo um debate teórico-metodológico profícuo. O reconhecimento e adesão por um considerável número de pesquisadores de diferentes disciplinas demonstra o seu êxito[...] disciplinas como história, sociologia, antropologia, linguística, literatura e psicologia. (p. 30)
Vários pesquisadores chamam atenção para a necessidade de não perder de vista o compromisso político com os grupos sociais oprimidos e com pouco direito a voz, o que constituía um dos princípios originais dos pesquisadores, lideranças de movimentos sociais que utilizaram esta metodologia. (p. 30)
O registro escrito da história de vidas de grupos sociais considerados "sem voz" era concebido como uma ferramenta política, sendo o conhecimento do passado fundamental para a preparação da luta futura e para a compreensão global de sua realidade. (p. 30)
As narrativas dos migrantes não constituem a versão original, mas como diz Gertz são de segunda mão e as interpretações do pesquisador são de terceira mão. (p. 30)
A resposta para esta questão não se resolve em um debate teórico. mas na prática de pesquisa [...] tanto na produção dos documentos quanto de sua análise e na construção do texto do pesquisador. O compromisso político pode estar inclusive nas estratégias de comunicação e interação social estabelecidas entre o pesquisador e os informantes no sentido de questionar hierarquias entre sujeitos envolvidos. (p. 31)
A história oral e o estudo da memória
Paradigmas científicos outrora inquestionáveis passaram a ser questionados [...] "a projeção no passado dos desejos do tempo presente é a técnica mais corrente e mais cômoda para criar uma história própria para fazer as necessidades coletivas de comunidades que estão longe de ser exclusivamente nacionais" (FERREIRA, 1996 p, 19). (p. 31)
O congresso internacional de história oral realizado no Rio de Janeiro em 1998, elegeu cinco desafios à história oral no século XXI. O primeiro foi vencido quando o debate sobre o tema saiu da Europa e fez presente no Brasil [...] O segundo é o de "se manter fiel à sua inspiração inicial" [...] O terceiro está ligado à ambiguidade do termo história oral [...] O quarto ele defende o seu uso, desde que o pesquisador esteja em estado de vigília, pois o sem número de inventos tecnológicos pode ampliar o número de documentos orais [...] o último desafio é a íntima ligação entre identidade e memória (p. 32)
Os estudos acerca da Memória nos remetem as pesquisas de Halbwachs que entende a memória como resultado da interação social, por isso, ele estuda a partir dos quadros sociais da memória [...] a memória individual sempre está relacionada à memória do grupo [...] Os elementos constitutivos da memória são tomados de situações compartilhadas pelo grupo ao qual o indivíduo pertence (p. 32)
Halbwachs [...] considera que a menor alteração do ambiente atinge a qualidade da memória e amarra a memória da pessoa à do grupo e a linguagem é o instrumento decisivamente socializador da memória. (p. 32)
Michael Pollack [...] compreende a memória como um campo de forças e sua história diversa e conflituosa. Enquanto Halbwachs nos fala de uma negociação entre memória coletiva e individual, Michael Pollack percebe o caráter destruidor, uniformizador e opressor da memória coletiva e nacional[...] nestes momentos de conflitos, há a irrupção de ressentimentos e uma memória da dominação e de sentimentos "censurados" para a exposição pública [...] a perspectiva teórico-metodológica de Pollack reabilita a periferia e o que é marginal na história oficial, assim, não adere à visão de dominação exclusiva de um sobre o outro, no campo da memória, mas a possibilidade de resistências constantes em um campo de forças materiais e simbólicas. (p. 32)
O trabalho de memória e evocação do passado, ela tem a capacidade de reter e guardar o tempo que se foi, salvando-o da perda total, porque o ato de lembrar conserva o que se foi e não retornará jamais. E isto se constitui como uma garantia da nossa própria identidade. (p. 33)

  
PAULO GABRIEL
TEÓLOGO
PEDADAGOGO
PSICOPEDAGOGO
GRADUANDO EM HISTÓRIA E 
MESTRANDO EM EDUCAÇÃO

MODELO DE PLANO DE AULA PARA CONCURSO EM NATAL RN


PROFESSOR(A): Paulo Gabriel
DISCIPLINA: HISTÓRIA
SÉRIE: ENSINO FUNDAMENTAL
OBS: Este plano de aula é o plano padrão para concursos em Natal, embora o professor tenha autonomia em seu plano, quem for fazer prova para professor no RN este será o modelo exigido.


1 - PLANO DE AULA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA- 
TEMA - EXPANSÃO MARÍTIMA, MERCANTILISMO E COLONIALISMO.
Oitavo Ano do Ensino Fundamental

2 - OBJETIVOS
2.1 - GERAL
 - Apresentar e discutir a importância da expansão marítima com uma  visão brasileira dos fatos apresentados.
- Propiciar ao aluno uma visão crítica do período das navegações ultramarinas.
- Discutir a História por diversos pontos de vista de acordo com as referências adotadas de forma a ter um discente crítico da história das navegações.
2.2 - ESPECÍFICOS
Ao nível de conhecimento – associar com a visualização de mapas os continentes europeus e americanos, bem como as correntes marítimas que propiciavam as grandes navegações desembocarem no litoral nordestino.
        Reconhecer pelas diversas fontes os diversos navegadores que aportaram nas terras brasileiras antes de Cabral como Yanes V. Pinzón e outros e a colonização na América.
Ao nível de aplicação – pesquisar as navegações, a colonização e o mercantilismo a fim de produzir textos para debate e socialização na sala.

2.3 CRONOGRAMA
Primeira aula- 50 min
- O contexto histórico da expansão marítima portuguesa ocorrida nos séculos XV E XVI.
Segunda aula- 50 min
- A rivalidade ocorrida entre portugueses e espanhóis.
Terceira aula- 50 min
- O descobrimento oficial do Brasil e a formação do povo brasileiro.
Quarta aula- 50 min
- Os precursores de Cabral e a importância da colonização da América pelos europeus.
AULA 5 A 15
Vídeo Darcy Ribeiro - O povo brasileiro. A formação e o sentido do Brasil.

3 - CONTEÚDO -
3.1 Conteúdos conceituais:

      3.1.1 - O contexto histórico da expansão marítima portuguesa ocorrida nos séculos XV E XVI.
      3.1.2 - A rivalidade ocorrida entre portugueses e espanhóis.
      3.1.3 - O descobrimento oficial do Brasil e a formação do povo brasileiro.
      3.1.4 - Os precursores de Cabral.

3.2 Conteúdos procedimentais:

O professor pode trabalhar a interdisciplinariedade apenas na sua matéria ou pode envolver as outras disciplinas e os outros professores, mas isto será bem mais trabalhoso, logo a sua intenção na aula teste deverá estar clara.

MATEMÁTICA
Trabalhar as distancias percorridas pelos navegadores com a utilização das escalas dos mapas.
GEOGRAFIA
Pesquisar as rotas dos tumbeiros mercantes condutores de escravos e no retorno as rotas de comércio das especiarias e pau-brasil e a localização dos países de origem e chegada. As correntes marítimas que desembocavam no litoral nordestino.
PORTUGUêS
Trabalhar os textos de Pe Antonio vieira, Camões, e autores do período bem como autores atuais como Darcy Ribeiro que falam sobre o período.
CIêNCIAS
Pesquisar a fauna e a flora do Brasil e sua farmacologia indígena, bem como os animais marinhos e aves na rota Brasil-África.
FÍSICA
Calcular as velocidades e distancias das caravelas e demais embarcações.
BIOLOGIA
Realizar levantamento dos ecossistemas e desmatamento da Mata Atlantica.
INGLêS
Trabalhar textos em ingles

3.3 Conteúdos atitudinais:
Projeto multidisciplinar sobre Expansão marítima, colonização e mercantilismo de forma a abordar do ponto de vista do habitante local e não europocêntrica.

4 - METODOLOGIA  
Os conteúdos serão trabalhados em pequenos textos por grupos que farão fichamento, resumo e realizarão seminários.
Os temas serão abordados com aulas expositivas e com a utilização de recursos multimídia e mapas.
Serão trabalhados os vídeos do antropólogo Darcy Ribeiro com resenha crítica a ser apresentada em debate.


5 - AVALIAÇÃO
        Serão adotados para este processo trabalhos escritos individuais e em pequenos grupos.
        Os debates em sala e entre grupos será parte do processo de diversidade cultural, conforme o segundo eixo temático do PNE 2014 - 2024  e será pontuada a participação. A frequência será de acordo com a legislação em vigor - LDB (75 % ) a ser trabalhado de forma interdisciplinar.     



6 - REFERÊNCIAS
6.1 - Básica
PIRES, Janote. O descobrimento do Brasil. Recife: UFPE. Ed. Imprensa Universitária. 2000.
VEJA, Revista. Edição 14 de Novembro de 2012. O que os índios Querem.

6.2 - Complementar
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. A formação e o sentido do Brasil. São Paulo. Companhia das letras, 1998

OLIVEIRA, Dimas da Cruz. História do Brasil. 1500-1822, os primeiros séculos do período colonial. São Paulo: Discovery publicações, 2000.

SARASOLA, Carlos Martinez. Nuestros paisanos los índios. Buenos Aires: Del Nuesvo Extremo, 2013.

MINISTÉRIO DA CULTURA - Fundação Biblioteca Nacional. Departamento Nacional do livro. A carta de Pero Vaz de Caminha.



 ANEXOS

A CARTA DE CAMINHA
            A carta é um riquíssimo arquivo sobre a impressão que os europeus tiveram desse primeiro contato com os nossos índios e descreverei alguns trechos que julgo serem importantes para nossa formação:
Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram [...]E estando Afonso Lopes, nosso piloto, em um daqueles navios pequenos, por mandado do Capitão, por ser homem vivo e destro para isso, meteu-se logo no esquife a sondar o porto dentro; e tomou dois daqueles homens da terra, mancebos e de bons corpos, que estavam numa almadia. Um deles trazia um arco e seis ou sete setas; e na praia andavam muitos com seus arcos e setas; mas de nada lhes serviram. Trouxe-os logo, já de noite, ao Capitão, em cuja nau foram recebidos com muito prazer e festa.

            É possível perceber que os índios encorajaram os portugueses a avançar, pois não esboçaram de início nenhum confronto, até dormiram sossegados na nau capitânia.
A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Porém um deles pôs olho no colar do Capitão, e começou de acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos dizendo que ali havia ouro. Também olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal como se lá também houvesse prata.
Então estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir, sem buscarem maneira de cobrirem suas vergonhas, as quais não eram fanadas; e as cabeleiras delas estavam bem rapadas e feitas. O Capitão lhes mandou pôr por baixo das cabeças seus coxins; e o da cabeleira esforçava-se por não a quebrar. E lançaram-lhes um manto por cima; e eles consentiram, quedaram-se e dormiram.
               
            Essa impressão no decorrer dos meses e anos, foi péssimo aos índios que morreram aos milhares, embora a pior arma tenha sido o próprio contato que sem defesas dizimava metade das tribos.
E uma daquelas moças era toda tingida, de baixo a cima daquela tintura; e certo era tão bem-feita e tão redonda, e sua vergonha (que ela não tinha) tão graciosa, que a muitas mulheres da nossa terra, vendo-lhe tais feições, fizera vergonha, por não terem a sua como ela. Nenhum deles era fanado, mas, todos assim como nós. E com isto nos tornamos e eles foram-se [...] Também andavam, entre eles, quatro ou cinco mulheres moças, nuas como eles, que não pareciam mal. Entre elas andava uma com uma coxa, do joelho até o quadril, e a nádega, toda tinta daquela tintura preta; e o resto, tudo da sua própria cor. Outra trazia ambos os joelhos, com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas e com tanta inocência descobertas, que nisso não havia nenhuma vergonha.

            Essa pode ter sido a impressão que custou a honra de muitos caciques, visto que em relatos de muitos historiadores como Janote, muitas esposas e filhas de caciques e todas aquelas desejadas pelos europeus foram estupradas na frente de seus pais e maridos, a ponto de os índios os chamarem de bestiais, eu me pergunto quem eram os atrasados culturalmente, a degradação e o conflito eram inevitáveis. Janote afirma em suas pesquisas feitas em Portugal que os bebês índios eram arrancados do colo de suas mães e atirados de cabeça nas pedras, e diziam as gargalhadas "vamos ver se esses animaizinhos sobrevivem", há um relato de um capitão de uma nau que ao desembarcar em uma praia começaram a matar os índios e colocar lado a lado, só parando quando atingiram três kilômetros de mortos, era uma verdadeira caça ao lebre ou a raposa, esporte de caça que divertia os europeus em seus reinados. Nunca houve e não haverá tribunal de guerra para esses assassinos bárbaros e cruéis que dizimaram os filhos da terra. Afirma Janote (2000):
Começando os cristãos a tomar as mulheres e filhos dos índios para servir-se e para usar mal deles [...] começavam a entender os índios que aqueles homens não deviam ter vindo dos céus [...] os cristãos davam-lhes bofetadas, de punhos e paus até por suas mãos nos senhores dos povoados. e chegou isto a tanta temeridade e desavergonha que ao maior rei (cacique), senhor de toda ilha, um capitão violou por força a própria mulher dele... os cristãos com seus cavalos e espadas e lanças, começaram a fazer matanças e crueldades estranhas neles. Entravam nos povoados, nem deixavam meninos nem velhos, nem mulheres grávidas ou páridas que não desbarrigassem e faziam em pedaços, como se fossem cordeiros metidos em seus apriscos (currais), Faziam apostas sobre quem de uma cutelada abria um homem pelo meio. tomavam os bebês das tetas das mães para atirar-lhes nas pedras.
            Porque em tantos anos nos castraram essa verdade, que tamanha crueldade nunca vista nem entre os animais mais pérfidos, e hoje muitos acreditam que nada devemos a esses brasileiros, nem mesmo o direito de terem suas culturas preservadas. Recentemente havia um projeto de lei PEC que queria rever mesmos as terras indígenas já demarcadas, a questão está longe de ter fim, não fosse o CIMI, os ONG'S em defesa dos índios como disse o cacique Xicão já não havia mais índios no Brasil, já estavam todos mortos.

Considerações do Professor mestre da UFRN

Thyago Ruzemberg na DISCIPLINA: HISTÓRIA

SÉRIE: Se for possível, indicar mais de um nível de ensino ou modalidade.

TEMA/ASSUNTO: indicação do tema/conteúdo a ser trabalhado em sala de aula. A aula deverá apresentar uma visão interdisciplinar do tema.
OBJETIVOS: explicitação dos objetivos específicos referentes àquele determinado assunto. Informe os objetivos da sua aula. Pense em objetivos claros e centrados nos alunos, com relação direta com as estratégias e avaliação da aula.  (O que desejo mesmo com este trabalho? O que o aluno poderá aprender com esta aula? O que esperar dos alunos com esta atividade? Quais habilidades e competências devem ser desenvolvidas?).
QUESTÕES NORTEADORAS: Problemáticas que serão resolvidas durante ou com as aulas.
DURAÇÃO:Informe o tempo em horas/aulas (h/a) necessário para concluir a sua sugestão

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS/PROGRAMÁTICOS: detalhar os conteúdos menores que estão relacionados ao tema principal da aula e que também serão trabalhados. Podem ser classificados em: conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais.
Conteúdos conceituais: abordam conceitos, fatos, teorias, hipóteses e princípios e se referem à construção ativa e dinâmica das capacidades intelectuais para que os alunos possam operar símbolos, signos, ideias, imagens que representam a realidade. A relevância dos conteúdos conceituais é algo evidente para todo docente.
Conteúdos procedimentais: correspondem aos modos de buscar e aplicar, organizar e comunicar os conteúdos conceituais. Repare que os primeiros não se isolam dos segundos e de nada adianta um saber se o conhecimento o isola de sua ação. Assim, a observação, a experimentação, a comparação, a elaboração de hipóteses, o debate oral sobre essas hipóteses, o estabelecimento de relações entre fatos ou fenômenos e ideias, a leitura, a produção e a interpretação de textos são ‘ferramentas’ que solidificam a verdadeira aprendizagem.
Conteúdos atitudinais: estão ligados às normas, valores e virtudes que, em última análise, são ‘atitudes’ que devem se apresentar e permear todo conhecimento escolar. A não compreensão de atitudes, valores e normas como conteúdos escolares pode levar os alunos a atitudes pouco aceitáveis.
CONHECIMENTOS PRÉVIOS:Assuntos/conteúdos trabalhados pelo professor com o aluno em outras aulas que serão importantes para a compreensão desta aula e do novo tema. O assunto que será tratado nessa sugestão de aula exige que os alunos já tenham conhecimento de outros conceitos ou assuntos para que possam compreender, aprender o que propõe?
CONTEXTUALIZAÇÃO: explicitação da importância do conteúdo relacionado à vida prática do aluno. Busca deixar evidente para professor e, principalmente, para os alunos a relevância de se estudar determinada matéria/tema/conteúdo. A contextualização consiste na busca dos significados das interpretações históricas passadas e presentes, no estabelecimento de relações e comparações entre situações e problemáticas presentes e passadas. Por meio da contextualização busca-se a compreensão dos significados dos conhecimentos aprendidos na escola para o contexto da vida presente. O docente precisa articular diferentes conteúdos, sujeitos, eventos e temporalidades, sem se afastar da perspectiva da História, ou seja, sem incorrer em anacronismos. Trabalhar dessa maneira, portanto, requer que os conteúdos não sejam trabalhados de forma isolada ou sem qualquer relação de continuidade.

PROCEDIMENTOS: Não esqueça de alocar o tempo para cada atividade
Explicitação dos procedimentos metodológicos a serem utilizados no desenvolvimento do assunto/tema. É o caminho a ser trilhado, tanto pelo professor como pelos alunos. Observar os correspondentes momentos, que são: introdução; desenvolvimento; fechamento.
Introdução:
O professor  inicia o relacionamento com seus alunos, apresentando-se. A introdução de uma aula pode ser feita de várias maneiras.
Apresentar de uma situação-problema: o professor coloca um desafio frente aos alunos, para excitar sua curiosidade, incita-lhes a pensar, a procurar a solução. O problema pode ser apresentado como uma pergunta, como uma afirmação a ser constatada, como um caso de estudo, como um paradoxo, etc.
Uma dinâmica de motivação que tenha relação com o tema a ser estudado, ou que sirva de base para o início da discussão do assunto da aula.
Uma revisão da aula anterior  e apresentação de uma música, poema, texto de literatura interessante, uma charge, sátira, charadas. Pode ser utilizados imagens, desenhos, vídeos, dramatizações, etc.
Partindo dos conhecimentos que o aluno possui, ou seja, faz um levantando sobre as curiosidades, dúvidas e as certezas que os alunos tem sobre o tema proposto. É um diagnóstico da realidade social ou do contexto do tema que será desenvolvido na aula.
Desenvolvimento:
Se você iniciou com a metodologia da problematização os próximos passos são:
  • Pesquisa conjunta da solução: os alunos, desafiados pelo problema, procuram a solução. Para isso, o professor lhes orienta no uso de técnicas variáveis de pesquisa (biblioteca, entrevista, dados estatísticos, correspondência, laboratório, debates, discussões, etc.). O trabalho é fundamentalmente dos alunos, preferivelmente em grupos.
  • Teorização: as descobertas dos alunos necessitam ser organizadas e explicadas. Só assim poderá haver transferência e generalização da aprendizagem. De fato, aprender fatos não é ainda aprender. As observações devem ser levantadas ao nível da teoria. Esta é uma responsabilidade do professor, no sentido de ajudar os alunos a criar modelos ou estruturas, nas quais aparecem as principais variáveis do problema e suas relações recíprocas.
Se você iniciou com dinâmicas ou utilizando um recurso tecnológico:
  • A função agora é articularem objetivos e conteúdos com métodos e procedimentos de ensino que provoquem a atividade mental e prática dos alunos. O professor apresenta o conteúdo novo/continuação de temas já estudados, com vistas à construção do conhecimento por parte do aluno, podendo ser organizada atividades de resolução de situações problemas, trabalhos de elaboração mental, discussões, resolução de exercícios, aplicação de conhecimentos e habilidades em situações distintas das trabalhadas em classe, etc.
  • O professor, ao organizar as condições favoráveis à aprendizagem, utiliza meio ou modos organizados de ação, conhecidos como técnicas de ensino. As técnicas de ensino são maneiras particulares de organizar a atividade dos alunos no processo de aprendizagem.
  • Ao planejar os procedimentos de ensino, não é suficiente fazer uma listagem de técnicas que serão utilizadas, como aula expositiva, trabalho dirigido, excursão, trabalham em grupo, etc. Devemos prever como utilizar o conteúdo selecionado para atingir os objetivos propostos. As técnicas estão incluídas nessa descrição. Os procedimentos têm uma abrangência bem mais ampla, pois envolvem todos os passos do desenvolvimento da atividade de ensino propriamente dita. Os procedimentos de ensino selecionados pelo professor devem:
    • Ser diversificados;
    • Estar coerentes com os objetivos propostos e com o tipo de aprendizagem previsto nos objetivos;
    • Adequar-se às necessidades dos alunos;
    • Servir de estímulo à participação do aluno no que se refere às descobertas;
    • Apresentar desafios.

Fechamento:
Se você iniciou com a metodologia da problematização o próximo passo é:
  • Após a discussão dos pontos chaves aprendidos inicia-se a aplicação: Os alunos testam, contra a realidade, a validade do que foi aprendido, ou seja, volta a sua realidade para utilizar os conceitos aprendidos no dia-a-dia, com pequenas atitudes, na escola, na casa, na comunidade... É o verdadeiro processo de transformação social. Aí reinicia-se o ciclo, passando a outra situação-problema, que incorpore o já aprendido como um dado a mais.
Se você iniciou com dinâmicas ou utilizando um recurso tecnológico:
  • É o momento em que o professor retoma os pontos principais que estabeleceu nos objetivos da aula, ou seja, revisa, revê com os alunos o que foi discutido, as principais idéias da aula, relacionando com o contexto, com o cotidiano do aluno, procurando relacionar com a aplicação do tema proposto, reforçando as principais idéias. Esta atividade é aquele diálogo que fecha, por ora, o tema da aula. O aluno é capaz de compreender o que foi discutido e apresentar seus conhecimentos sobre o tema abordado, através de atitudes na vida real ou como pré-requisito para novas aprendizagens, assim como faz a relação interdisciplinar do tema. Este momento leva a consolidação criativa com base nos conhecimentos anteriores. É o que chamamos de práxis.

ESTRATÉGIAS: aulas não poderão ser meramente expositivas. Como os alunos poderão atingir os objetivos propostos: por meio de atividades de trocas, as exploratórias, as experimentais, as de comunicação, as interativas, de colaboração e cooperação?
RECURSOS: Que tipo de ferramentas ou recursos tecnológicos poderão ser colocados à disposição dos alunos? Em que momentos da aula
AVALIAÇÃO: Como avaliar? A avaliação deve ser consistente com o que propõem os objetivos de aprendizagem e deve incorporar as habilidades e competências dos objetivos. Não se trata aqui de provas e outras medições, mas de procedimentos que o professor pode se valer de forma que os alunos tenham oportunidade de comprovar a sua aprendizagem. Cada atividade deverá conter toda a orientação necessária ao aluno. As atividades deverão orientar o trabalho que os alunos irão realizar. As atividades deverão tratar de: pesquisas, experimentações, trocas de informações, resolução de problemas, tomada de decisões, registros e divulgação dos novos conhecimentos. Também as atividades deverão estimular a curiosidade, a polêmica, o debate entre os alunos.
RECURSOS COMPLEMENTARES E BIBLIOGRAFIA: Além dos recursos multimídia ou links incluídos na estratégia da aula, indique também outras fontes complementares como textos, vídeos, portais, blogs etc.






segunda-feira, 29 de junho de 2015

NUESTROS PAISANOS LOS INDIOS (ARGENTINA)

   NUESTROS PAISANOS LOS INDIOS

             Em minhas viagens e pesquisas de campo na América do sul, Argentina, Chile, Bolívia e Paraguai e confesso fiquei encantado com a cultura indígena desses povo originários, mas foi na Argentina na cidade de Buenos Aires que conheci Carlos Martinez Sarasola, e foi através de suas obras que percebi duas linhas metodológicas que obrigatoriamente deveria incluir nas minhas pesquisas, "não há como pesquisar povos originários (índios) sem andar de mãos dadas com a arqueologia e a antropologia visto que eles tem suas raízes em 9.000 a.C.", foi a primeira lição que me ensinou o antropólogo argentino, especialistas em índios e etnohistória, ele trabalhou com escavações históricas na Argentina, Peru e Bolívia, conhece a raiz mais profundas em um trabalho inédito sobres os povos originários, creio que na América do sul ele é pioneiro nesse trabalho, sua primeira obra"La Argentina de los caciques"  e em ”cuentan los Araucanos" e na última que une as duas primeiras e faz uma conclusão em um trabalho magnífico "Nuestros paisanos los índios" (Nossos compatriotas os índios).
provincias argentinas

museu del cabido

roupas dos espanhois que viveram na argentina

            Nessa obra ele descreve a história de todos os povos índios Argentinos, a vida, a história e o destino das comunidades indígenas da Argentina, que sofreram invasões em seus territórios por espanhóis, ingleses, portugueses e escoceses: são muitos povos indígenas por isso ele os dividiu por regiões, Noroeste, Serras centrais, pampa e patagônia, Cuyo, Neuquén, Chaco, litoral e interior. Sarasola descreve cerda de trinta povos espalhados pelas diversas províncias, concentrei meus estudos e pesquisas na província de Buenos Aires, ao que me pareceu a maior do ria da prata, por sua farta cultura e apoio em materiais escritos.
folder del puerto
Deparei-me com algo engraçado, entrei em uma livraria, ao menos ela me pareceu ser uma livraria que ficava bem perto da casa rosada e do Nogarot, o hotel que me hospedava, "La libreria de Avila"  fica na Alsina 500, ao entrar vi uma placa "DECLARADA LUGAR HISTORICO NACIONAL" que aquela livraria e também biblioteca guardava uma enorme quantidade de arquivos nacionais da Argentina, era perfeito para um pesquisador, ela também era um café, tinha uma estrutura perfeita para quem se debruçar por dias e semanas em pesquisa. Lá então tomei contato com Sarasola que é para meus estudos um grande mestre até hoje. O dono da livraria mesmo após ter acabado o expediente permitia que eu ficasse pesquisando até fechar a loja.
            No Brasil ninguém se deu ao trabalho de escrever sobre os nosso povos indígenas, eles eram mais de dois mil povos hoje restam pouco mais de quatrocentros e em cinquenta anos provavelmente uns cem deixes de existir ou sejam dados como extintos como em minhas pesquisas vi vários deles nessa situação, não cuidar da nossa história é não valorizar quem somos e quer gostem ou não nossas raízes são indígenas, de certo que miscinegenada com negros e europeus, mas a matriz é índia.
rua da La libreria de Avila
La libreria de Avila

            É impactante a forma de escrever ao afirmar os direitos dos índios, estando até mesmo numa contra mão do pensamento na América do sul, onde essa não é a prioridade das nações, Sarasola[1] afirma:
É um dever de justiça julgar o homem autóctone dentro do marco dos direitos, que como ser humano de carne e osso e membro da espécie humana lhe correspondeu no passado e lhe corresponde no presente. Os indígenas não foram considerados cidadãos, e sim uma aberração que hoje com grande esforço, está começando a ser mudado.
manifestação indígena em frente a casa rosada da presidência
            Ele aceita que a entrada do homem no continente americano pode ter muitas correntes, mas a que explica e adota é a do estreito de Bering, já que é considerado pela maioria de antropólogos e estudiosos como Brian Fagan, que ao ser congelado o estreito com hoje 80 km de distância e na época, certamente seria menos devido ao congelamento dos oceanos, permitiu que os humanos que se originaram na África, migrassem devido as condições climáticas adversas na Europa e África, vieram parar na América e foram aos pouco dominando de cima para baixo até chegar a patagônia argentina e isso se deu entre os 30.000 anos a. C. Ainda afirma em sua obra que Paul River desenvolveu estudos sobre essa chegada do homem por nossas terras onde migraram para cá, mongóis e esquimós, já o estudioso Georges Montandon acredita em uma via através do oceano Pacífico em que Malaios-polinésios aqui chegaram.          
            Em seu trabalho fruto também da arqueologia foi dividido em períodos para estudo: cedo, médio, tardio, influência Inca, hispano-indígena e colonial. Fiquei abismado com as suas teorias e para cada uma delas umas mil fotos arqueológicas para comprovar a veridicidade, além da enorme quantidade de desenhos em cadernos de campo, assim percebi que ferramentas como gravador, uma boa máquina fotográfica, computadores, pen drive e hd externo acoplado com copiadoras e scaner eram imprescindíveis a quem se propões como eu a pesquisar, levei algum tempo já que era financiado por mim mesmo. Conheço poucos sítios arqueológicos no Brasil e em sua maioria coordenado por estrangeiros, tamanha é a nossa escassez de pesquisas na área, estamos muito atrasados e as iniciativas que existem são em sua maioria pela rede privada e não governamental.
            Percebi que quisesse me arvorar nesta área devia fazer graduação em um campo que me desse abrangência o que me levou a fazer história no Rio Grande do Norte, na cidade de Natal, precisava melhorar minha metodologia e alargar o campo dos meus conhecimentos.
            Pesquisar é algo muito caro em termos de tempo para pesquisar, ter materiais suficientes para editar uma obra muitas vezes requer o trabalho de uma vida, estou há pelo menos vinte anos em contato com comunidades indígenas em todo país tendo convivido por pelo menos uma década com eles, em seu maior período os yanomamis e os Xukuru's.
cultura précolombiana museu del cabido Argentina
Objetos da cultura précolombiana museu del cabido Argentina




[1] SARASOLA, Carlos Martinez. Nuestros paisanos los índios. Buenos Aires: Del Nuesvo Extremo, 2013.