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sábado, 20 de abril de 2019


Idosos no Brasil: Valorizados ou negligenciados

 Por Victor Adler – Aluno de escola da rede particular do logradouro de Parnamirim.

Nota: Este artigo foi construído por um aluno muito dedicado a quem muito estimo pela construção de seus textos. O mesmo autorizou a publicação na íntegra do seu pensamento sobre os idosos. Este aluno estuda na primeira série do ensino médio.
   
 Sabemos que a cada ano que passa temos a presença de vários idosos integrando a nossa sociedade. Concomitantemente a população brasileira vem envelhecendo em um ritmo bastante acelerado. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente 11% do total das pessoas no Brasil tem 60 anos ou mais. Esses dados evidenciam que se deve ter uma preocupação muito maior com os idosos por parte da sociedade e dos nossos políticos, através de políticas públicas que visem solucionar a desvalorização dos nossos idosos.
 Quando vamos fazer uma análise sensata dos fatos percebemos que o descaso com os mais longevos da nossa sociedade é muito exacerbado. Notamos essa "indiferença" para com os idosos e inclusive os mais novos terem seus direitos básicos de qualidade supridos também, há a necessidade de recorrer a iniciativa privada, como por exemplo plano de saúde onde há a presença de psicólogos, oftalmologistas, geriatras, etc. em grande escala onde a iniciativa pública tem como dever de oferecer para todos. A preocupação com os idosos também é papel do governo federal, o qual analisando o envelhecimento da sociedade, faria um projeto de Reforma da Previdência Social justa para todos, visto que é um problema que atinge diretamente os mais velhos da população.
 Frisando a situação dos idosos no Brasil, vemos que de governo à governo, essa classe vem sendo altamente negligenciada. Muitas pessoas com uma idade avançada adorariam ter uma aula de dança, de música, ou participar de algum programa artesanal, caminhadas, projetos de leitura entre outros programas que poderiam fazer os idosos se sentirem valorizados. Há várias formas de mudar essa situação, inclusive a iniciativa privada poderia fazer descontos para idosos que não tem condições financeiras de arcar com algum serviço básico privado e ser subsidiado pelo governo nos impostos. Estas seriam algumas  formas de valorizarmos os idosos e criar ferramentas para inclusão em meios considerados "tecnológicos".
 Enfim, no tocante a valorização dos idosos no Brasil ainda temos muito a melhorar, visto que ela é uma das classes que mais contribuem para o país e também são altamente negligenciados. Vendo todos esses problemas, os mais novos de nossa sociedade poderiam se sensibilizar e reivindicar todos estes direitos citados anteriormente para os idosos, uma vez que estão previstos em Lei como o Estatuto do Idoso e outros. Cuidemos do que todos seremos amanhã.
Parabéns querido aluno, espero que em brave lance seu livro.


segunda-feira, 11 de março de 2019

ESTE ARTIGO FOI-ME ENVIADO POR UM ALUNO DO MESTRADO DE NATAL, E JULGUEI MUITO PERTINENTE AS SUAS ARGUMENTAÇÕES, OBRIGADO QUERIDO ALUNO E BOM MESTRADO.

PUBLICADO COM AUTORIZAÇÃO DO AUTOR POR EMAIL E TELEFONE.



A IMPORTÂNCIA DOS CONTEÚDOS INTERAGINDO COM A SALA DE VÍDEO: A INCLUSÃO DIGITAL AUXILIANDO NA CONCRETIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS
Prof. Jefferson F. P.
Paulo G. M. Orientador
O presente artigo objetiva fazer uma breve análise[ da importante inserção de conteúdos curriculares previamente planejados para aulas nas salas de vídeo, concatenando com os conteúdos desenvolvidos na sala de aula, momento em que movimento, som e imagem corroboram para a concretização do conhecimento, considerando os registros de agendamento no livro de controle de utilização da sala de vídeo da Escola Municipal Professora Maria Madalena da Silva, localizada no Distrito de Baixa do Meio, no Município de Guamaré, no Rio Grande do Norte, durante o ano de 2018, a partir do qual elaborou-se uma pesquisa qualitativa e quantitativa, analisada a partir da tabela relativa ao agendamento prévio das aulas nos três turnos de funcionamento da escola.  
Palavras-chave: tecnologia, planejamento, áudio visual, inclusão social.

INTRODUÇÃO
Vivenciamos atualmente momentos de grandes transformações em todos os setores da vida humana, principalmente no que tange à forma como lidamos com o conhecimento e com as informações produzidas diariamente na rede mundial de computadores, eventos que formam e deformam opiniões com rapidez nunca antes experimentada pela humanidade. Some-se a isso, a possibilidade de globalização proporcionada pela internet, fazendo com que essas informações tenham alcance mundial e consigam influenciar o modo de vida de bilhões de pessoas.
Todo esse poder, no entanto, tem sido negligenciado pelas escolas públicas brasileiras que, a despeito de todos os processos de desconstrução de paradigmas peculiares da quarta revolução industrial, mantêm-se alheia às exigências desse novo tempo, reproduzindo um ensino analógico arraigado por séculos pelo conservadorismo institucional conduzido por correntes ideológicas legadas do atraso, na forma e conteúdo, bem como do monopólio dos conhecimentos outrora exercido pela escola, então único ambiente onde os saberes poderiam ser repassados às novas gerações, via de regra atividade de dedicação exclusiva do professor, o que lhe conferia enorme poder[G4] .
Com a nova realidade tecnológica, em que os saberes passeiam por fibras óticas, a escola pública brasileira entrou em uma depressão profunda, entregou-se ao marasmo, ao atraso científico e ao medo de se reprogramar para os novos tempos, transformando-se em uma ilha de entulhos de papel cercada por muros anti- modernidade[G5] . Paradoxalmente, deveria ser a escola o ambiente de vanguarda tecnológica a conduzir os alunos para esse novo momento do desenvolvimento do capitalismo, com a concretização da quarta revolução, a qual pode surtir efeitos muito mais consistentes do que as anteriores uma vez que lida a simbiose entre as máquinas e os seres humanos.


Sendo assim, de tal forma avassaladora a proporção das mudanças causadas pela quarta revolução industrial nas nossas vidas, deveria a escola ter, imediatamente, promovido as transformações necessárias nas suas estruturas curriculares e administrativas visando acolher as novas formas do pensar e do fazer, tornando-se apta a qualificar na mesma intensidade todos aqueles que dela precisam para sobreviver com qualidade em uma sociedade cada mais competitiva e excludente. O processo de inclusão social nas escolas não pode mais ser visto como algo destinado apenas a quem tem limitações fisiológicas ou de natureza cognitiva e sim a todos aqueles que não têm acesso à informação ou que dela não conseguem extrair formação de valores pedagógicos, afinal, segundo Moran (2005, p. 97), “a informação e a forma de ver o mundo predominantes no Brasil provêm fundamentalmente da televisão. Ela alimenta e atualiza o universo sensorial, afetivo e ético que crianças e jovens – e grande parte dos adultos – levam a para sala de aula”.
Todos os agentes inseridos no processo de ensino e aprendizagem precisam estar sendo continuamente incentivados a combater o atraso tecnológico que domina a maioria dos ambientes educacionais públicos de educação básica no Brasil no sentido de possibilitar que todos possam estar sendo aproveitados adequadamente e com consciência crítica do seu devido lugar na cadeia produtiva, pelo mercado de trabalho altamente especializado que se revela na implementação dos novos aparatos tecnológicos como impressora 3D, softwares de serviços como o Uber e AirBnb, nanotecnologia e inteligência artificial, por exemplo, universo bem distante do que a escola tenta impor aos alunos, resultando em um “faz nada” sem precedentes na educação nacional. Faz nada porque a reproduzir o atual modelo de pedagogia, a escola nem prepara para a continuidade da vida acadêmica e nem prepara para o mercado de trabalho, configurando-se em mero depósito de pessoas aglutinadas em espaços inadequados, muitas vezes superlotados e quase sempre sem nenhum recurso tecnológico disponível adequadamente para promover uma inclusão digital capaz de transformar o aluno em um aprendiz autodidata, estendendo a ação pedagógica a outros ambientes fora dos muros das escolas que melhorem a capacidade de ingressarem em melhores oportunidades de trabalho.
 De acordo com Miguel Thompson, Diretor de Operações do Instituto Singularidades, “tamanha transformação nas relações econômicas e no mundo do trabalho gera uma grande preocupação nas políticas públicas de incentivo ao capital e de oferta de serviços à população. Particularmente a escola, comumente lenta em promover transformações, encontra-se em um grande dilema: presa à tradição do ensino, visto pelas famílias como valor e elemento de confiança, já não é mais capaz de responder às necessidades desse mundo 4.0”. Tal afirmação comporta enorme desafio às políticas de inclusão social nas escolas públicas brasileiras tanto quanto a questões ideológicas que refletem a visão distorcida do papel da escola pública na sociedade, atualmente inclusive quase substituindo a educação familiar na concepção de algumas famílias, tanto quanto a questões objetivas ocasionadas pela gigantesca burocracia do ordenamento jurídico administrativo brasileiro que entrava por exemplo uma modernização tecnológica nas escolas com a rapidez e eficiência que a sociedade requer.
Além disso, paira nos ambientes escolares um atraso velado, uma resistência às novas tecnologias em forma de despreparo e de desconhecimento de algo que na atualidade crianças que apenas conseguem adquirir a coordenação motora necessária para simplesmente clicar uma tecla de smartphone, tablet ou computador doméstico consegue fazer, que é adentar na rede mundial de computadores e dali extrair conhecimento, seja para trabalho, estudo ou entretenimento, o que demonstra que as reiteradas formações continuadas de professores estão contaminadas pelo atraso e ineficiência, ignorando o papel transformador que deveriam estar proporcionando nos ambientes escolares. Segundo Bentes (p.42,2008), o acesso ao áudio visual deve possibilitar ao aluno que “discuta o seu território, a cidade, o bairro, a escola, produzindo conhecimento sobre os outros e sobre si, e discuta, também, as diferentes linguagens, as mais populares e as mais sofisticadas” (BENTES, p. 42, 2008).
As aulas convencionais são estagnadas pelo espaço limitador de um quadro fixado na parede e pela ausência de “ feeling” no planejar e no desenvolvimento das aulas no que diz respeito às novas tecnologias da informação e comunicação que disponibilizam, na maioria dos casos gratuitamente, milhares de sites e aplicativos em todas as áreas do conhecimento capazes de proporcionar aulas mais atrativas e interativas que não apenas estimule a permanência do aluno na escola, mas também o estimule a buscar por conta própria formas alternativas de complementar o conhecimento escolar, principalmente nas plataformas disponíveis na internet, o que aumenta a responsabilidade do professor pois além da aula aplicada na sala de vídeo, seria oportuno estar informando e incentivando o aluno a utilizar essas plataformas virtuais de aprendizagem como por exemplo os aplicativos, cursos de idiomas, vídeos tutoriais profissionais e tantos outros recursos que corroborariam significativamente com a melhoria da qualidade do ensino e aprendizagem fazendo com que de fato as tecnologias cumpram com seu papel qual seja o de facilitar a vida das pessoas.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
Romper com a sistematização do processo de ensino e aprendizagem praticado nas escolas públicas brasileiras na direção de uma prática pedagógica que utilize as ferramentas tecnológicas disponíveis na atualidade pode encontrar na sala de vídeo um importante ambiente de incentivo ao planejamento, combinado entre o que o professor apresenta em sala de aula e a complementação desse mesmo conteúdo em vídeo ou aplicativos relacionados a mesma área de conhecimento. Entretanto, não basta apenas levar os alunos para assistir a um filme na sala de vídeo.
“O saber teórico-crítico é potencialmente transformante; quanto à prática técnica específica, diremos que, mesmo aperfeiçoando-a materialmente, esta favorecerá a reprodução. Será barro sem esperança de escultura. A simples e pura reprodução serve à repetição infértil, que é parente próxima da mediocridade”. (TRINTA & POLISTCHUK, 2003, p. 20)

Nesse sentido, o equipamento utilizado na sala de vídeo seria apenas uma nova forma de aula tradicional no quadro, a reproduzir práticas lineares fundamentadas na tradição da concentração do saber no professor, ao invés de proporcionar um ambiente questionador e investigador onde o aluno possa estar desenvolvendo a criatividade e capacidade de interagir com o saber e com seus pares no sentido de perceber a potencialidade que as informações disponíveis fora do ambiente escolar podem desempenhar para transformar suas vidas para melhor. Porém, mesmo assim, ao levar o aluno a participar de aulas com áudio e vídeo, o professor inicia o processo de contato com as novas tecnologias da informação e novas formas de aprender, o que motivou uma análise desse procedimento na Escola Municipal Professora Maria Madalenas da Silva, localizada no Distrito de Baixa do Meio, Município de Guamaré-RN.
A escola Municipal Professora Maria Madalena da Silva está localizada a margem da BR 406 e oferta as modalidades ensino fundamental básico e EJA nos turnos matutino, vespertino e noturno totalizando uma carga horária de 3.000 horas/aula. A escola conta com excelente estrutura física, recém reformada. As salas de aula são refrigeradas, existem laboratórios de ciências, computação, sala de vídeo e de leitura, além de uma sala de rádio onde acontecem os anúncios e apoio técnico às atividades sociais. A merenda apresenta ótima qualidade e regularidade no atendimento aos alunos. A equipe gestora tem percepção democrática de gestão de ensino, envolvendo a comunidade nas decisões pertinentes ao pleno funcionamento da escola. Os serviços oferecidos pela parte administrativa funcionam plenamente.  
Como a escola funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno, para utilizar a sala de vídeo o professor faz um agendamento prévio que fica registrado em um livro de controle no qual constam as informações sobre a turma, a série, nome do professor, disciplina e conteúdo aplicado e a data em que será aplicada a aula.
Analisando os registros no livro de agendamento, verificou-se que durante todo o ano de 2018 um total de 352 horas/aula de atividades com conteúdo das disciplinas curriculares foram executadas na sala de vídeo com auxílio do data show ou da televisão, na qual o professor coloca um pen-drive com o arquivo objeto de estudo. Em alguns casos, a sala de vídeo foi utilizada para a apresentação dos trabalhos elaborados pelos alunos com apresentação de slides projetados por Datashow, o que consideramos como conteúdo disciplinar pois, para além dos conteúdos da atividade em questão, os alunos podem angariar conhecimentos tecnológicos e obter mais desenvoltura quanto a utilização de programas para apresentação de atividades, banindo práticas antigas e antiecológicas como a entrega de atividades impressas.
O total de 352 horas/aula na sala de vídeo foram aplicadas durante os três turnos de funcionamento da escola, em todas as suas modalidades. Nesse momento, considerando a ausência de dados mais completos que nos permitissem uma análise mais particularizada desse procedimento, consideraremos essa quantidade no universo de aulas aplicadas em todas as modalidades oferecidas pela escola.
Sendo assim, as horas/aula desenvolvidas na sala de vídeo representam apenas -11,7 % do total de horas/aula ministradas durante o ano de 2018, considerando apenas 1.000 horas/aula por cada turno, pois a considerar as horas aula por cada turma, esse número poderia saltar para mais de 10.000 horas/aula, perfazendo uma utilização da sala de vídeo como espaço para difundir os conhecimentos na ordem de pífios 3,52 %, o que, de fato, estaria bem mais aproximado da realidade, embora não seja objeto desse artigo. Importante ressaltar o fato de que tanto professores quanto funcionários e alunos estão sempre conectados à internet se informando, fato que, consequentemente, dificulta mensurar esse percentual como sendo ideal ou deficitário no que tange ao acesso à sala de vídeo para proporcionar aulas mais interativas, mas levantam-se alguns questionamentos. A utilização de mídias na concretização do conhecimento tem sido objeto de estudo de alguns pensadores na atualidade. Kuhlthau, por exemplo, afirma que:

As atividades que se seguem a uma apresentação audiovisual, da mesma maneira que aquelas que se seguem a uma história, dão às crianças oportunidades de expressar os significados do que viram, relacionando-os com suas experiências anteriores. Dessa forma, aprendem a compreender o que viram e começam a analisar e avaliar o papel da televisão e de outros meios de comunicação em suas vidas (KUHLTHAU, 2004, p. 77).

               Redefinir o papel da escola na sociedade pós moderna, caracterizada entre outras coisas pela velocidade na transmissão dos conhecimentos, passa necessariamente pela transformação das aulas em momentos de interação com as tecnologias contemporâneas pois do contrário estaremos formando sujeitos obsoletos e sem função social a cumprir, uma vez desqualificados para atuar com competência e autonomia na sociedade e no mercado de trabalho, tão exigente quanto possível na capacitação para utilizar as novas tecnologias. Transmitir significados e valores éticos e morais que resultem em atitudes nos alunos pode ter no áudio visual de uma sala de vídeo, na qual o professor tem a possibilidade apresentar um filme ou documentário, por exemplo, um grande instrumento de auxílio na concretização dessa percepção de valores pelos alunos, mudando sua forma de atuar na sociedade e reverberando na sua família e comunidade, melhorando o capital intelectual da localidade.  
Afinal, como afirma Bellonni, “a educação é e sempre foi um processo complexo que utiliza a medida de algum tipo de meio de comunicação como complemento ou apoio à ação do professor em sua interação pessoal e direta com os estudantes”. (BELLONI, 1999. p.54). O meio de comunicação mais importante da atualidade é a internet, de onde podemos não somente retirar conteúdos, como compartilhá-los com os alunos fora dos domínios da escola e sem a necessidade de uma presença física constante para isso, formatando no aluno a capacidade autodidata de aprender e de questionar, estabelecendo com o professor uma relação de mediação que seja capaz de pacificar suas dúvidas e ampliar seus conhecimentos.
            De acordo com os registros de agendamento para ministrar aula na sala de vídeo, excluídas as ocasiões para outros fins, e considerando o total de 1000 horas/aula por cada um dos três turnos de funcionamento da escola, verificamos como algumas disciplinas e modalidades utilizaram esse importante auxílio para a concretização do conhecimento, conforme podemos avaliar na planilha abaixo:


DISCIPLINA
HORAS/AULA NA SALA DE VÍDEO (%)
01
Artes Visuais
1,7 %
02
Inglês
24,1 %
03
Educação Física
3,7 %
04
História
19,3 %
05
Português
13,4 %
06
Ciências
14,8 %
07
Geografia
21,3 %
08
Matemática
0,6 %
09
Religião
  -
10
Anos Iniciais (3º ao 5º ano)
1,1 %


100 %

               Observa-se na planilha acima que existem lacunas consideráveis quanto a utilização da sala de vídeo como recurso áudio visual para auxiliar no processo de aprendizagem dos alunos em flagrante contraste com o que ocorre fora dos domínios físicos da escola no que tange à utilização de tecnologias da informação e comunicação por todos os que compõem a comunidade escolar, salvo raríssimas exceções, que, como qualquer pessoa que tenha o mínimo de condições econômicas consegue adquirir um modelo de smartphone com conexão com a internet para estar em sintonia com a modernidade no quesito conectividade, entretanto sem vinculação com o aprendizado escolar, pois, ao não utilizar tais recursos na escola, amputa-se do aluno a possibilidade de estar conectando-o, a partir do seu universo tecnológico, com o saber formal e culto, mediado pelo professor que o guiará pelas melhoras trilhas para tornar o educando apto a extrair do oceano de informações disponibilizadas na internet os conteúdos que, de fato, o façam aprender com autonomia e eficácia no sentido de concatenar o saber escolar com o saber social e tecnológico do nosso próprio tempo histórico.
A partir dos dados coletados no livro de registro de agendamento, podemos destacar que em matemática apenas 0,6 % da carga horária (considerando como parâmetro global apenas 1000 horas/aula) foi aplicada na sala de vídeo, porém para apresentação de seminário para constar como avaliação dos alunos, utilizando o data show, ou seja, durante todo o ano letivo de 2018 não aconteceu, conforme registro no livro de agendamento, nem uma única aula de matemática que tenha explorado as potencialidades das tecnologias da comunicação e informação, apesar da infinidade de vídeos, softwares, documentários, filmes nos mais variados formatos, inclusive em desenho animado, e os práticos e disponíveis aplicativos educacionais, presentes em todas as plataformas midiáticas e gratuitas. Isso ilustra o isolamento a que se destina a escola da realidade tecnológica que permeia o mundo moderno.
Quando a escola contextualiza suas atividades didáticas com os recursos tecnológicos, constrói competências e habilidades para que os alunos possam utilizar essas novas ferramentas e enriquecer os conhecimentos para resolver exercícios matemáticos e compreender a importância de se aprender por si só, transformando o saber em instrumento de poder produzir ciência. Nesse sentido, Saviane (2011, p.66), afirma que: “a escola tem o papel de possibilitar o acesso das novas gerações ao mundo do saber sistematizado, do saber metódico, científico. Ela necessita organizar processos, descobrir formas adequadas a essa finalidade.”
Ou seja, planejadamente incorporados ao projeto pedagógico os recursos tecnológicos educacionais são ferramentas poderosas para o ensino de qualquer disciplina sobretudo da matemática, que ostenta o estigma de ser uma das mais comprometidas quanto a aprendizagem adequada, pois os conceitos podem ser compartilhados de forma lúdica e competitiva, estimulando uma participação mais ativa do aluno na construção dos conhecimentos, ao contrário de apenas receber no quadro os conceitos, fórmulas e cálculos passivamente.
De acordo com os registros de agendamento da sala de vídeo, observamos na tabela que o tempo agendado para aulas das séries iniciais utilizando tecnologias áudio visuais foi praticamente inexistente, o que suscita questionamentos acerca da utilidade do que se propõem a ensinar, uma vez que, estando contido em uma sociedade extremamente avançada científica e tecnologicamente, o aluno pode não ver sentido significativo em frequentar um ambiente tão atrasado e obsoleto.
Faz-se necessário introduzir desde as séries iniciais um conjunto mínimo de saberes tecnológicos iniciando a formação de cidadãos críticos que possam atuar de forma transformadora na sociedade, mobilizando as habilidades e competências adquiridas na escola. Justamente por isso que Lemke (2006) afirma que “a educação científica deve valorizar a curiosidade, o encantamento, o interesse e proporcionar às crianças oportunidade de apreciar e valorizar o mundo natural, observando e compreendendo os fenômenos naturais”. E ele continua afirmando que “é necessário também resgatar a curiosidade e promover a compreensão dos jovens adolescentes sobre o mundo natural, assim como o funcionamento das tecnologias (LEMKE, 2006). Sendo assim, quanto antes o aluno tiver contato com as novas tecnologias na escola e for instigado a aprender com autonomia mais ele poderá ter afinidade com o processo de ensino e aprendizagem uma vez que a tecnologia muito colabora para a percepção da utilidade das coisas e da importância de se compreender como elas funcionam.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Considerando o que observamos na tabela de percentuais de agendamento para aulas na sala de vídeo podemos perceber a enorme distância a ser percorrida para uma adequada modernização tecnológica do pensamento escolar, no sentido de elevar a participação dos equipamentos de tecnologia da informação e comunicação no processo de ensino e aprendizagem utilizando os recursos disponíveis atualmente como aplicativos e tutoriais sobre todas as disciplinas.  Transformação de pensamento porque não basta colocar o equipamento tecnológico na escola. É necessário mudar a concepção de planejamento e de execução das aulas com o olhar direcionado para o futuro e suas vertiginosas transformações em todos os aspectos da vida moderna, com foco na formação adequada do aluno para atuar no seu próprio tempo com qualidade e emancipação, buscando o conhecimento com criticidade e capacidade de compreensão autodidata.
 Em breve, sequer algumas profissões que conhecemos hoje existirão, fenômeno que já vivenciamos na atualidade: softwares de serviços substituindo empresas físicas, como o UBER, a maior companhia de táxi do mundo sem possuir um único veículo, é uma importante ilustração do mundo em que os alunos vivem.
Não basta ensinar apenas a ler e escrever, a escola tem a obrigação de preparar os alunos para interpretar os signos modernos, seja em um simples teclado de computador, no trânsito, nas instituições bancárias, por exemplo, de forma a participar ativamente das possibilidades tecnológicas do nosso tempo, sob pena de falência da escola por perda de objetividade para a adequada qualificação das pessoas para atuarem na sociedade moderna com habilidades e competências eficazes seja para a vida acadêmica ou para o mercado de trabalho.
A vertiginosa rapidez com que avança a ciência e a tecnologia atualmente, fenômeno conhecido como a quarta revolução industrial, impõe igualmente vertiginoso desafio à escola pública brasileira, qual seja o de também participar dessa revolução, o que não se prenuncia nem no aspecto pedagógico e nem no aparato tecnológico das escolas que apenas se preocupam em equipar pequenos espaços como sala de vídeo ou laboratório de informática, geralmente obsoletos ou sem funcionar, para proporcionar aulas interativas com as novas tecnologias, o que jamais será de fato objeto de interesse dos alunos se não for associada aos objetivos adequadamente planejados no projeto pedagógico da escola e relacionado à realidade sócio cultural dos educandos.
Além disso, apenas uma sala de vídeo é insignificante para que de fato a escola consiga compor um ambiente virtual de aprendizagem para que todos os professores possam executar as aulas com recursos tecnológicos, e que mobilize toda a comunidade escolar no sentido de se libertar dos muros físicos e ideológicos que acorrentam as práticas pedagógicas no universo analógico, amputando dos alunos a oportunidade de desfrutar das possibilidades tecnológicas do nosso próprio tempo e participar de forma crítica e ativa das transformações científicas e tecnológicas na contemporaneidade, o que tornaria a Escola importante instrumento de inclusão social e digital, além de instituição protagonista no combate a várias mazelas sociais que nos afligem, como a analfabetismo.  

REFERÊNCIAS
BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. 2.ed. São Paulo: Editora Autores Associados, 1999. (p.53-77).
BENTES, Ivana (org.); Salto para o Futuro - Debate: cinema documentário e educação. Rio de Janeiro: 2008. https://educacao.estadao.com.br/blogs/instituto-singularidades/onde-a-escola-deve-se-colocar-na-quarta-revolucao-industrial/
KLAUS, Schwab – A quarta revolução industrial – SP. São Paulo, Editora Edipro.2018
KUHLTHAU, C. C. Como usar a biblioteca na escola: um programa de atividades para o ensino fundamental. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
LEMKE, J. L. Investigar para El de La Educación Científica: nuevas formas de aprender, nuevas formar de vivir. Enseñanza de Las Ciencias, V. 24, n.1, 2006, p.5-12.
MORAN, J. M. Desafios da televisão e do vídeo à escola. In: ALMEIDA, M. E. B.; MORAN, J. M. Integração das tecnologias na educação: salto para o futuro. Brasília: Ministério da Educação, 2005. p. 97-100. Disponível em: . Acesso em: 01 nov. 2014.
POLISTCHUK, Ilana; Trinta, Aluizio R. Introdução (capítulo 1). In: ____Teorias da Comunicação: O pensamento e a prática da comunicação social. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 2003, p. 13-26.
SAVIANI, Dermeval – Pedagogia Histórico-crítica: Revolução e formação de professores – Editores Associado – São Paulo – SP - 2011.


sexta-feira, 1 de março de 2019


UMA PODEROSA ARMA
MATOU MAIS DE 200 MILHÕES SÓ COM AS IDÉIAS

USACH- Universidad de Santiago de Chile
Esta excelente universidade me acolheu por dois anos durante o mestrado
Ela está entre as melhores da América Latina
Meus eternos agradecimentos aos meus mestres da USACH

Qual o nome desta arma do mal que exterminou cem milhões de índios nas américas, e mais cem milhões de negros no processo de escravidão americano? 
O nome dela é ETNOCENTRISMO.  E o que é etnocentrismo?
Fomos acostumados desde a educação infantil a estudar o continente europeu como um continente que centraliza o pensamento e a cultura, sendo o centro do mundo, e olhe lá se não for assim até hoje, os valores e a educação é europocêntrica, pois se estudamos as revoluções industriais elas começam na Europa, o iluminismo e a revolução cultural também, as potências mundiais econômicas e culturais são apresentadas em sua maioria na comunidade europeia, como se a Europa fosse ainda hoje o centro do planeta e da cultura.
Essa maneira de pensar é europocêntrica, e foi isto que levou os europeus a pensarem que todos os povos que eles entraram em contato eram inferiores a eles e por isso deveriam ser subjugados, mortos e escravizados em um processo de encomendas e de guerras justas, pois o índio não catequizado era um animal e devia ser morto caso não aceitasse a imposição cultural europeia.
Isso não é algo novo, ele existe desde as primeiras civilizações, com suas atitudes e práticas de etnocentrismo ocorridas no Egito, Pérsia, Babilônia, Roma, Grécia e outros grandes impérios, os quais todos ruíram, não se sustentaram por suas práticas. Os gregos dentre eles são os mais etnocêntricos, chegaram a ser arrogantes em sua cultura, nem sequer chegavam a estudar outros povos, pois julgavam que todos eles eram inferiores, enfrentavam grandes exércitos com poucos homens, pois tamanha era a confiança de superioridade, um grego era igual a mil combatentes de outros povos, trezentos contra milhares e acabou por sucumbir ao império macedônico até Aristóteles ser professor de Alexandre o grande. Também os romanos pensavam assim, Roma era o centro do universo e dos deuses e suas divindades, em suas vastas extensões de terra e domínio, todos os povos que entraram em contato com eles foram derrotados e subjugados.
Na América foi ainda pior, quando Hernán Cortez chegou na capital Asteca de tenochtitlan, esta cidade possuía um milhão de habitantes com superestrutura jamais vista na Europa, pois lá a cidade mais populosa não tinha a metade desta população, nem Paris, nem Londres tinha tantos habitantes, os Astecas tinham um sistema invejável de plantações flutuantes para alimentar toda a população, tinham estudos e previsões calendáricas invejáveis, um povo que foi extinto por ser julgado inferior, Astecas do México, Maias da Guatemala e Incas do Peru não sobreviveram as maldades e doenças trazidas pelos europeus, que nas palavras de Darcy Ribeiro era um povo empestiado de doenças, a metade dos povos originários morreram pelo simples contato com doenças trazidas pelos povos de além mar, para maior tristeza vejo que meus ancestrais judeus tem monumentos em todos os lugares do mundo sobre o terror do holocaustro com seis milhões de mortos, mas índios e negros com duzentos milhões de mortos não ganharam monumentos nas américas.

Quando realizei minhas pesquisas no Uruguai e vi a triste matança dos Charruas, onde todos foram mortos e nada sobrou de indígenas nas mãos dos espanhóis na batalha de Salsipuedes, os únicos quatro sobreviventes indígenas forma vendidos em uma jaula para os zoológicos humanos de Paris e de outros centros europeus, uma coisa horrível, desumana, a índia Charrua guyunusa  deu a luz na jaula com as pessoas rindo e comendo pipoca, índios e negros eram sequestrados e levados para estes miseráveis circos, muitos deles na cidade luz, Paris, França que se dizem tão cultos e tão cruéis, o porque disso?

E-T-N-O-C-E-N-T-R-I-S-M-O.

Monumento aos últimos Charruas do Uruguai vendidos para os zoológicos humanos da Europa
Se você for ao Uruguai ele fica no parque do Prado - lindo.
Deixo aqui meus agradecimentos a Embaixada do Brasil no Uruguai por ter aberto as portas para este pesquisador, na pessoa do Auxiliar do Adido Gildoberto e sua esposa, obrigado pelo patrocínio.





Guyunusa com seu bebê ao colo (a esquerda)



Muito triste, pois isto é tudo o que resta dos índios uruguaios
Como pode ser mal o ser humano, estava no Chile quando por uma petição embargada junto a ONU a presidenta chilena, Michele Bacheler, conseguiu que todos os museus da Europa devolvessem os índios embalsamados como animais, para que seu povo (os Mapuches) pudessem sepultar com seus rituais os seus mortos, os índios receberam em lágrimas seus parentes e lhe deram um sepultamento decente dentro de suas tradições, gostaria que todos os países da América fizessem o mesmo em respeito a pessoa humana, e que estes países europeus pagassem severas indenizações pela maldade que praticaram.
Recomendo ao leitor que aprofunde este assunto de zoológicos humanos disponíveis no youtube:

Lamentavelmente nosso povo não se importa com a história de nossas raízes e matrizes étnicas, tão bem apresentadas no livro de Darcy Ribeiro “A formação do povo brasileiro", também disponíveis em oito vídeos de uma hora cada, nada disso é trabalhado nas escolas, nossos alunos nada sabem dessa matança.
Ao lermos “A conquista da América” de Tzvetan Todorov, vemos que o livro sai sangue por tamanha crueldade, e o mesmo pode ser visto nos livros do historiador gaúcho Janote Pires Marques da UFPE “O descobrimento do Brasil”.
ETNOCENTRISMO MATA AOS MILHARES
Precisamos combater esta prática, pois ela foi a causa de milhões de mortes só na América destes inocentes povos originários.
Devido a tanta crueldade é que o Brasil legislou em suas casas de república as leis que criminalizam esta prática como por exemplo:
LEI Nº 9.459, DE 13 DE MAIO DE 1997. Altera os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989.
Define os crimes de preconceito de raça ou de cor, e acrescenta parágrafo ao art. 140 do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passam a vigorar com a seguinte redação:  "Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional." Também o  "Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa.
Existem leis para demarcação de terras para indígenas e negros de quilombolas, mas com tudo isso, desde o dia 22 de abril de 1500 até a data de hoje: 01 de março de 2019, não houve um só ano que indígenas não fossem mortos, todos os anos as listas de índios mortos em conflitos por terra só aumentam e nada é feito.
Por este motivo professores e alunos devem ter ciência dos fatos que tristemente marcaram a história da civilização dos povos nas américas, genocídio, etnocídio e tantas outras palavras que podem definir este requinte de crueldade.
 Quando estive na Argentina também pesquisei sobre os povos originários de lá, e a melhor referência acadêmica de lá é Carlos Martínez Sarasola em um obra espetacular “Nuestros paisanos los índios” (2013), essa obra junta três livros fruto de pesquisas desse autor apresentando uma face antropológica, arqueológica e humanista, graças a Deus cheguei na Argentina para a edição desta enciclopédia indígena que faz parte do meu acervo pessoal (minha biblioteca com 5.400 livros) antes que me perguntem eu li todos, essa obra mostra em listas os extermínios de Atacamas, Diaguitas, Omaguacas, Huarpes, Tehuelches, Mapuches, Matacos e dezenas de povos indígenas. Foi maravilhoso ver a cara do ETNOCENTRISMO em suas pesquisas, um autor argentino que se debruçou sobre a verdade do extermínio, nós brasileiros estamos devendo esta página da história dos nossos indígenas, eu por exemplo tenho um livro de 300 páginas sobre isso, sem perspectiva de lançar pelo alto custo de um país que não valoriza a questão indígena nem a leitura, muito diferente do que encontrei fora do Brasil, se não mostrarmos a realidade do que aconteceu continuaremos em dívida com nossos povos originários, as obras de Sarassola abrem nossa visão sobre o indígena sulamericano.
Catedral de Buenos Aires onde ficava o Papa Francisco que tanto lutou pelos índios argentinos.


Recomendo a todos o passeio neste ônibus. Passaporte para dois dias com vinte e cinco paradas em pontos turísticos, o turista desce conhece tudo e a cada quinze minutos passa outro. Não precisa de táxi. Ele tem fone de ouvido com tradução em seis línguas dos pontos turísticos.

Esse é o meu jeito moleque de ser e pesquisar o que amo. A questão indígena minhas raízes e minha vida.
BREMEN PIRACIR JETUIN
(bom dia para vocês meninos e meninas na língua do meu povo Xukuru do Ororubá)
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