AS
RELAÇÕES FAMILIARES E O DESEMPENHO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INDÍGENA DA ETNIA XUCURÚ
DO ORORUBÁ: UMA VISÃO DAS ESCOLAS DA ALDEIA SÃO JOSÉ- PESQUEIRA -PE1
Paulo
Gabriel Batista de Melo2
Tânia Maria Filiu de Souza3
RESUMO:
Esta
pesquisa teve a intenção de compreender as relações familiares e o desempenho
escolar dos discentes da educação indígena da etnia Xukuru do Ororubá, após a
demarcação da reserva, delimitando a observação a aldeia São José, e analisar o
desempenho e a melhoria das relações. Para atingir o objetivo foi utilizada a
pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico e
o instrumento da coleta de dados utilizado foi o estudo documental para
comparar o antes e o
depois á demarcação da reserva, sendo utilizado como ferramenta a entrevista,
questionário preenchido pelo entrevistado e a observação. Foram entrevistados
cem índios e cem não índios, entre eles, diversas autoridades nacionais para se
ter uma visão geral da questão indígena nacional que gerou o rompimento em
muitas famílias indígenas, ocasionando um baixo rendimento escolar devido a
baixa autoestima com um currículo escolar não adaptado a sua cultura, criando
assim um problema de aprendizagem. Este artigo mostra que a demarcação gerou
mais autoestima, fortaleceu as famílias e aumentou o desempenho escolar.
PALAVRAS-CHAVES:
1.Índio Xukuru 2. Relações familiares 3. Desempenho
escolar.
1 Trabalho de conclusão do curso de pós-graduação lato sensu à distância em Psicopedagogia Institucional pelo convênio UCDB/ Portal da Educação. Campo Grande, 2013.
2Pedagog UVA-CE 2005. Teólogo FATCS-RF 2005. pós-graduando em Psicopedagogia Institucional UCDB 2013. Professor da Flycompany, da faculdade de teologia Helena Guerra. gabrielmelopaulo@hotmail.com.
3 Tânia Maria Filiú de Souza, Pedagoga - (FUCMAT) 1986. Pós graduada em psicopedagogia (UCDB) 1994. Especialista em Educação Especial desde 1992. Professora conteudista, orientadora e coordenadora dos cursos de pós graduação de Psicopedagogia e Educação Infantil.
INTRODUÇÃO
Descendente
de judeu com a índia Xukuru Luzia, este pesquisador acredita que a sociedade atual imagina
que os indígenas deviam viver em suas reservas, privados dos bens culturais e
do conforto que a tecnologia pode oferecer para aumentar a qualidade de vida
das pessoas, muito mais que demarcação de terras eles querem ter acesso a nossa
cultura e a uma educação adaptada que contemple a sua cultura e a melhoria de
relacionamento com a família e a sociedade.
Esta questão foi
apresentada pelo Instituto Data folha, encomendado pela revista veja, no qual
entre outros pontos mostra a similaridade de aspiração dos índios e da
sociedade brasileira. Faz-se necessário não somente demarcar as terras, mas
também criar escolas com um currículo adaptado para que família e escola sejam
capazes de manter seus valores e sua cultura e o desempenho do aluno esteja
voltado para as necessidades da aldeia, que é a menor célula da tribo.
Decorridos
dez anos da última observação, analisar-se-á se houve melhorias no desempenho
escolar dos alunos das escolas indígenas e a sua relação com os seus
familiares, visto que deixavam a aldeia para estudar na cidade de Pesqueira,
pois na época a escola nas aldeias era precária e de séries iniciais
multiseriadas. Fazendeiros e posseiros não estavam interessados em sua melhoria
escolar e de relacionamento.
Este
artigo desenvolver-se-á qualitativamente, buscando fatos para entender as relações
familiares e o desempenho dos discentes indígenas após a demarcação como
reserva indígena Xukuru do Ororubá. Para tal utilizou-se da pesquisa
bibliográfica e de campo sendo comparado o antes e o depois á demarcação da reserva, usando
como instrumento o questionário e a entrevista delimitando a aldeia São José
como foco.
Atualmente, na sociedade, por conta
de uma história
aprendida e ensinada com a visão do conquistador e não do ponto de vista do
índio brasileiro, pensa-se que eles devem viver em suas reservas, privados dos
bens culturais e do conforto5 que o mundo
da tecnologia pode oferecer para aumentar a qualidade de vida das pessoas,
muito mais que demarcação de terras eles querem ter acesso a nossa cultura.
Esta questão foi apresentada pelo Instituto Data folha, encomendado pela
revista veja, no qual entre outros pontos mostra a similaridade de aspiração
dos índios e da sociedade brasileira.
Na
constituição de 19886, foi
reconhecido aos índios seus direitos, porém
muito falta para sua execução. Esquecendo-se que não existem culturas
inferiores7, os conquistadores de terras
brasileiras praticaram a mais horrenda das atrocidades, que segundo vários
historiadores nominados nesta pesquisa apontam para um objetivo. A busca do vil
metal (ouro e prata)8.
Depois de ter passado cinco anos com os Yanomamis (de
6
BRASIL. Constituição Federal do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.
7 Sebastião
Vilanova. Introdução a sociologia
8 PIRES,
Janote. O descobrimento do Brasil no contexto da expansão marítima ibérica
ocorrida nos séculos XV e XVI. Recife:
Ed. Universitária UFPE, 2000.
Kambiwás,
Kapinawá, Atikum, Truká e Xukuru), resolvi trabalhar com a etnia de maior população, cerca de 8 mil
índios (Xukuru do Ororubá) e para ser mais específico na área de
abrangência escolhi a aldeia São José.
A
psicopedagogia nos ensina que os problemas de aprendizagem são causados por
prejuízos emocionais e afetivos, sendo este um dos motivos pelos quais os
Xukurus tiveram até antes da demarcação um fraco desempenho escolar, as
gerações que viveram antes da demarcação em sua maioria não passavam do quarto
ano do ensino fundamental, visto que eles próprios consideravam-se
marginalizados, já depois da demarcação todos podem fazer na própria aldeia até
o ensino fundamental.
1
A HISTÓRIA INDÍGENA NO BRASIL E SEU PROCESSO EDUCACIONAL E CULTURAL
Conforme nos descreve o
historiador da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Janote Pires Marques
o descobrimento do Brasil teve origem quando nos séculos XV e XVI, Portugal e
Espanha fizeram parte de um contexto histórico englobando elementos políticos, econômicos,
sociais e culturais que acabaria gerando a expansão ultramarina desses países
ibéricos, era uma corrida que tinha como alvo a busca por riquezas e novos
domínios territoriais.
9
MELO, P. G. B. Educação indígena na Etnia Xukuru do Ororubá. Monografia
(graduação) – Curso de Pedagogia, Universidade Estadual Vale do Acaraú, João
Pessoa , 2004.
Embora muito tenha contribuído a história mesma não chegou às salas de
aulas e Cabral ainda tem levado o crédito pelo descobrimento e outros aspectos .
Janote (2000, p. 111) apresenta que:
Portugal foi o primeiro Estado a iniciar-se nas
navegações que tem na conquista de Ceuta, em 1415, seu marco inicial. A partir
daí houve uma constante nas viagens de exploração e posse de terras, sendo que
entre essas está a expedição que chegou em terras brasileiras em 22 de abril de
1500, porém são claros os indícios que mostram a vinda de outros navegadores ao
Brasil em data anterior à armada cabralina, como foi o caso dos que vieram na
expedição comandada por Duarte Pacheco Pereira que chegou no Maranhão entre
novembro e dezembro de 1498, e também a expedição comandada por Vicente Yañes
Pinzón, que chegou ao litoral do nordeste do Brasil em janeiro de 1500 antes de
Cabral.
Embora, tenham se passados mais de
500 anos das primeiras viagens lusitanas de exploração de terras brasileiras
por portugueses e espanhóis, ainda há uma tendência muito forte em se ver a
questão de um ponto de vista europocêntrico, ou seja, a visão do conquistador.
É certo que todos os povos
indígenas que merecem ser vistos pelo que têm e não pelo que não têm, e que
legaram as nações ditas civilizadas, um inaudito exemplo de civilidade, hoje
bem mais acentuada a questão ambiental e a preservação da natureza, área
na qual o indígena brasileiro tem vasto
conhecimento empírico.
Segundo Janote o que seria hoje o encontro dos
europeus com os povos ameríndios e a visão destes em relação àqueles homens
estranhos que vinham do mar e muitas vezes foram confundidos com deuses. Seria
com este espanto e fascínio que um
10 Idem nota 8
homem contemporâneo veria um alienígena, que os índios visualizaram
inicialmente esses estranhos que chegavam em terras americanas, especificamente
no Brasil.
Janote (2000, p. 11) afirma:
Para os povos indígenas, contatar com uma civilização
muitíssimo mais elevada tecnologicamente e predisposta a dominar e a
desrespeitar-lhes o modo de vida, foi não só um choque cultural tremendo, mas
também o início de sua extinção.
Para Janote a palavra
‘descobrimento’ significa neste contexto o encontro de duas civilizações e de
indivíduos, cada um com sua própria cultura e modo particular de compreender a
vida e o mundo com estranheza de ambas as partes e como afirma Janote apud Tzvetan Todorov após esta interação
entre europeus e aborígenes “os homens descobriram a totalidade de que fazem
parte”.
Muitas referências psicopedagógicas
nos mostram que o processo de aprendizagem decorre da transmissão da cultura,
sendo o elo mais forte da educação; em vista disso infere-se que devido a
proibição feita aos índios brasileiros de não falarem suas línguas de origem,
especificamente os Xukuru’s, e também não poderem realizar seus cultos fez com
que o processo educacional fosse deficiente e só na constituição de 1988
conseguiram mudar esse processo anticultural.
2 COMO ERAM VISTOS OS ÍNDIOS E COMO VEMOS HOJE?
Para muitos
historiadores a visão que o europeu tinha dos indígenas brasileiros era bastante distorcida da realidade, sendo muitas vezes colocados numa escala animalesca
abaixo dos escravos, como mostra Janote apud
Godinho (1962, p. 20):
A economia dos descobrimentos Henriquinos ao citar as
crônicas de Gomes Eanes Zurara e os exemplos da ideologia dos descobrimentos
destaca entre outras: é lícito reduzir a escravidão os infiéis, porque as almas
perdidas não são verdadeiros senhores dos corpos e assim, as almas serão salvas
e os corpos deixarão a vida bestial (ironicamente esta é a visão que muitos têm
dos terroristas islâmicos).
Apesar de bem distante daquela
época, hoje observa-se que a sociedade ainda tem a impressão de que o índio
brasileiro deve viver em sua reserva privado dos bens culturais e do conforto
que a tecnologia pode oferecer para aumentar a qualidade de vida das pessoas, muito
mais que demarcação de terras eles querem ter acesso a nossa cultura.
A recente pesquisa realizada pelo
Instituto Data folha, encomendado pela revista Veja aponta outra direção para a
questão.
O que os índios Querem? Perguntava o
Instituto Data Folha em pesquisa nas aldeias do Brasil, publicado pela revista
Veja em sua edição de 14 de Novembro de 2012.
A Revista Veja em sua edição de 14
de Novembro de 2012, intitulado “O que os índios Querem”11
nos mostra que a maioria quer progredir socialmente, mas ainda depende do
governo para sobreviver”, “a maior reclamação dos índios é que não são ouvidos.
Abaixo seguem os
dados da pesquisa
O tempo usado na pesquisa foram de 55 dias, tendo sido visitadas 32
aldeias e entrevistados 1222 índios em 20 etnias
Data Folha (2012)12
Os índios querem progredir socialmente através do
estudo e do trabalho, mas sem abandonar sua cultura. Nove em cada dez índios
acham melhor morar em casa de alvenaria
12 Idem nota
5
do que numa maloca. oito em cada dez consideram muito
importante ter banheiro sob o teto, um conforto desfrutado por uma minoria.
O ser humano busca sempre a melhor
qualidade de vida, isso é ainda mais marcante quando se está em contato com
outras culturas e tendo acesso a bens culturais que melhoram a qualidade de
vida. Afirma Marcos Apunirã, coordenador das organizações indígenas da Amazônia
brasileira e representante de 160 etnias.
Ainda de acordo com a Revista Veja, Edição de 14 de Novembro de
2012 feita pelo Data Folha (2012):
Quase metade gostaria de tomar uma ducha quentinha
todos os dias. Ninguém deixa de ser índio por querer viver bem. É inaceitável
que as regras de como devemos ser continuem sendo ditadas de cima para baixo
sem levar em consideração a nossa vontade, afirma. (Marcos Apunirã)
A falta de condições dignas fez ocorrer o êxodo, pois há quatro anos
12.500 índios viviam na periferia de Manaus. Hoje estima-se que são 30.000
vivendo apinhados em construções precárias na cidade.
É interessante perceber que com os Xukuru do ororubá
aconteceu o inverso, eles eram 5200 índios vivendo nas aldeias em 2004 e agora
são 9500 segundo Marcos Luidson cacique Xukuru13.
Hoje o êxodo ocorre da cidade para a aldeia pelo simples motivo que agora eles
têm terra, posto de saúde com médico e remédio gratuitos, escola de qualidade
na maioria das aldeias com televisão, som, dois bebedouros com filtro por sala,
quadro
13
Pesquisa de campo realizada por Paulo Gabriel B. Melo de 2002 a 2004, Monografia
(graduação) – Curso de Pedagogia, Universidade Estadual Vale do Acaraú, João
Pessoa, 2004., na etnia Xukuru ofício nº SCA 094/2004
de giz e quadro branco, biblioteca por sala e seguranças da Norsegel
(também índios Xukurus) como observado na aldeia São José14.
Todas as escolas do povo Xukuru são estaduais uma vitória que orgulha o
Conselho de Professores Indígenas Xukuru do Ororubá e líderes como Agnaldo, o
cacique Marcos e o pajé Zequinha todos professores das aldeias.
O currículo escolar das aldeias é elaborado por estes líderes juntamente
com os professores das aldeias e ele contempla anualmente as necessidades de
manutenção da cultura e até mesmo a criação de palavras indígenas na língua
Xukuru uma vez que em só há 165 palavras em seu vocabulário, devido a obrigação
dos índios falarem o português por ocasião da catequese no período colonial.
Em entrevista com a índia Valdete Bezzerra Vasconcelos,
74 anos, moradora do bairro Xucuru15 em
Pesqueira, ainda hoje não fala que é índia, pois tem vergonha, devido as
opressões que sofriam sua família, seus parentes e amigos, esse fato contribuía
para aumentar o domínio por parte dos latifundiários, fazendeiros e posseiros,
degradando assim as relações familiares da etnia e piorando o desempenho
escolar de seus filhos que deixavam a aldeia e iam morar nos subúrbios,
passavam fome e perdiam seus costumes. Vê-se na atual pesquisa de campo16 que os mais jovens da geração pós-demarcação
da reserva tem uma auto-estima mais elevada e um melhor desempenho escolar, há em
uma única sala do curso de pedagogia 28 professores e jovens Xukurus, que tem
14
Pesquisa de campo realizada por este pesquisador em complementação a anterior
(2002) realizada para a produção do artigo científico da pós graduação em
psicopedagogia UCDB, 2013.
15
Bairro da cidade de Pesqueira habitado em sua maioria por caboclos (xukurus)
que abandonaram a aldeia. Passaram a viver na precariedade de um bairro pobre
sem recursos e com vergonha e medo de serem chamados de índios.
16
idem nota 14.
orgulho em ser índio, em suas tradições e cultura, foi o que afirmou a
índia Xukuru Fernanda uma das alunas do curso.
Segundo a pesquisa do instituto Data Folha (2012) as motivações que os
levam a ir para cidade são similares aos anseios da sociedade não indígena17:
1.
a precariedade
dos serviços de saúde (medicamentos, médicos) que eles valorizam tanto quanto
os deles.
2.
a falta de emprego (os índios querem ter acesso a todos
os bens culturais da sociedade moderna).
Para
Megaron – cacique txucarra-mãe- Líder Caiapó em Mato Grosso “os nossos
filhos querem ter tudo que os filhos do homem branco têm. Falar português, ir
para universidade e ser reconhecidos como brasileiros e índios”. Durante
os anos de 1989 a
1996, pesquisei junto aos yanomamis e durante os anos de 2002 e 2004 pesquisei
junto aos Xukuru do
Ororubá e não se precisa ir longe para perceber que a demarcação das reservas
apenas sem o efetivo apoio nas áreas de educação, saúde e uma infra-estrutura
mínima como transporte não é suficiente para que os índios fiquem na reserva,
mas o apoio não ocorre porque é fruto de uma política não indígena, é o que
afirma Jonas Marcolino- índio Macuxi – no estado de Roraima, formado em
matemática e estudante de direito em entrevista para a pesquisa encomendada
pela Veja em sua edição de 14 de Novembro de 2012.
Nessa pesquisa afirma o sociólogo Bernard Sorj que “é inevitável que os
povos indígenas absorvam valores da cultura nacional e aspirem aos mesmos
direitos”.
Observe-se o que mostra a estatística dos 1222 índios entrevistados em 20
etnias comprovando que o contato com outras culturas acaba-se por assimilar e
viver esta nova cultura:
17 Idem nota
5
- 67% dos indígenas gostariam de ter cursado a
faculdade, dentre os cursos mais procurados estão:
- Professor 19%; Enfermeiro 7%; Médico 7%
Segundo a pesquisa do sociólogo Bernard Sorj, publicado pela Veja em sua
edição de 14 de Novembro de 2012 parece que a profissão está ligada diretamente
as necessidades da aldeia ou de sua etnia.
- 68% seguem uma religião não indígena
- 41 são católicos; 22% são evangélicos
- 92% acham importante ter medicamentos farmacêuticos
na aldeia.
- 86 % preferem habitações de alvenaria.
- 20% tem propriedade registrada em seu nome.
- 57% acham que as terras onde vivem deveriam ser
maiores e que a demarcação das reservas melhoraria a vida dos índios em
geral.
- 93% consideram importante ter remédios naturais na
aldeia.
- 89% não estariam dispostos a deixar sua aldeia para
morar em outro lugar.
- 71% vivem em aldeias com língua ou dialeto próprio.
- 16% acham que não são devidamente reconhecidos como
cidadãos brasileiros
Pesquisa de campo feita por um grupo de estudo (incluindo
este pesquisador) pela Universidade estadual Vale do Acaraú na tribo Xukuru do Ororubá em 2004
percebeu que 100% das habitações eram de alvenaria, embora muitas não tivessem
banheiro junto a casa. Ao final da pesquisa o governo havia liberado a construção
de 115 privadas nas aldeias18.
Dentre os problemas enfrentados pelas diversas etnias existentes no nosso
país, a questão da educação constitui gravíssimo problema uma vez que a língua
materna de muitas tribos praticamente desapareceu por uma questão de imposição
da colonização, a tribo Xukuru
do Ororubá dispunha em 1996 de 165 palavras em seu léxico19,
sendo esta uma das pesquisas feitas pelo instituto Luiz Freire para que eles
pudessem voltar a ter a língua materna em sua etnia.
Como não foi possível descobrir as palavras perdidas os anciãos criaram
palavras novas como única alternativa de recuperar a língua da tribo, este projeto
ainda faz parte da vida nas aldeias.
Se a escola publica nacional carece de recursos para melhorar a sua
qualidade, o que se podia dizer da indígena antes da demarcação. Ao visitar a
aldeia São José na tribo Xukuru após dez anos, vê-se que esta possui uma
estrutura física e pedagógica que não se encontra ainda em todas as escolas da
cidade de Pesqueira, como por exemplo a Escola Cacilda Almeida, João XXIII e
outras.
De forma geral os principais problemas relatados pelos entrevistados ao sociólogo
Bernard Sorj, publicado pela Veja em sua edição de 14 de Novembro de 2012, nos
mostra que a precariedade de necessidades básicas da nossa sociedade, está pior
nas áreas indígenas.
Principais problemas
enfrentados
|
Percentual
|
Acesso a serviços de saúde
|
30%
|
Falta de emprego
|
16%
|
Saneamento básico insuficiente
|
16%
|
Alimentação precária
|
12%
|
Acesso a educação
|
10%
|
Falta de transporte
|
9%
|
Falta de recursos econômicos
próprios
|
6%
|
Qualidade de moradia
|
5%
|
Acesso a energia
|
5%
|
Falta de investimentos públicos
e privados
|
3%
|
Recebem cesta básica da FUNAI
|
46%
|
Vivem da agricultura, da
criação de animais, da caça ou da pesca de subsistência
|
29%
|
Fazem artesanato para vender
|
9%
|
Tem chuveiro em casa
|
6%
|
Fonte: Data Folha (sociólogo Bernard
Sorj, Revista Veja. edição de 14 de Novembro de 2012)
Ao fazer um comparativo dos índios
do Brasil com a população não índia chega-se a dados alarmantes. Se a população
brasileira em sua maioria acha que o brasileiro não tem serviços básicos de
qualidade, isso na população indígena é muito pior, o que explica o forte êxodo
indígena para os grandes centros. Ao chegar aos centros urbanos com pouca
especialização passam a viver uma situação degradante. Na cidade de Pesqueira
existe um bairro em sua maioria de indígenas da tribo, chamado de bairro
Xucuru, embora muitos índios estejam voltando, pois esta é uma imposição do
cacique Marcos Luidson Xukuru, o índio só terá acesso a educação, saúde e todos
os benefícios disponíveis na aldeia se estiver morando em alguma aldeia, até
mesmo professores que moravam na cidade voltaram para as aldeias como é o caso
da professora Shirleide, Maria das montanhas e outras.
Problemas nacionais
|
População indígena do Brasil
|
População brasileira não
indígena
|
Renda familiar dois mínimos
|
79%
|
44%
|
Famílias no bolsa família.
|
64%
|
25%
|
Taxa de analfabetismo
|
33%
|
9%
|
Fumantes
|
29%
|
15%
|
Têm curso superior
|
6%
|
11%
|
Têm casa com banheiro
|
18%
|
98%
|
Têm acesso a internet
|
11%
|
37%
|
Não têm trabalho remunerado
|
70%
|
6%
|
Fonte: Data Folha (sociólogo Bernard
Sorj, Revista Veja. edição de 14 de Novembro de 2012)
18 Idem nota
13
19 Mãe natureza. Paradidático editado para a
etnia Xukuru pelo Intituto Luiz Freire, visto que o povo Xukuru não possuía em
suas escolas nenhum paradidático que pudesse auxiliar a sua cultura. Olinda,
PE. 1998.
Os dados são tão
claros que dispensam comentários a qualquer pesquisador que entre a população
da nação brasileira todos “não são iguais perante a Lei” conforme prevê a Carta
Magna, está escrito, mas falta sua real implantação.
O título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais) em seu Capítulo I (Dos
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos) em seu Art. 5º mostra:20:
Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
A
pesquisa acima nos mostra claramente que os índios (povos originários) tem os
seus direitos violados desde a chegada de portugueses e espanhóis na
sudamérica. Somente neste artigo da Constituição o item ‘direito a vida’ foi
brutalmente agredido quando foram mortos quinze milhões de índios, no item
‘liberdade’ são perseguidos e escravizados por grileiros, fazendeiros e
posseiros que querem suas terras em nada respeitando o outro item que é
‘segurança’ e ‘propriedade’.
A
psicopedagogia no Brasil nasceu com a implantação do conhecimento adquirido
pelos argentinos afirmando que quando um colega não aprende em uma sala de aula
é preguiçoso, para o professor é defasado, para a gestão escolar é problema,
para a família é portador de alguma doença; e por tudo isso foram prejudicados
os Xukuru’s, pois em sua grande maioria, em especial os de mais idade e antes
da demarcação abandonaram a escola por vergonha, medo e angústia de não
aprenderem, essa forte opressão social os fez perder parte de sua cultura e não
aprender a nossa.
20 Idem nota 6
3 DOS DIREITOS
DOS ÍNDIOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Diversos
juristas afirmam que a legislação indígena brasileira é uma das melhores do
mundo, o que está faltando é a sua atuação prática pelo órgãos governamentais.
Ainda afirma a
constituição com relação aos direitos dos índios em seu Capítulo VIII - Dos Índios:
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua
organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos
originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União
demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e
organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus
direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do
processo.
Em seu livro ‘Pedagogia da Diferença,
José Santos Pereira mostra que a educação é um forte mecanismo de inclusão ou exclusão
quando assim se deseja. Pereira (1995)
afirma21: ‘A educação deveria ser um
grito de liberdade e de negação das tantas injustiças sociais que existem neste
país’.
Para Santos apud Gentili (1996) p. 29:
os princípios de qualidade total no que se aplicam ao
campo educacional, é a construção de uma sociedade onde os excluídos tenham
espaços, onde possam exercitar seus direitos de ir e vir, gozando do direito a
educação. Qualidade da educação é um direito inalienável de todos os cidadãos,
sem distinção.
21 PEREIRA, José Santos. Pedagogia da diferença. Recife:
Edição do autor, 2001. Professor Doutor da FATCISRE e coordenador do curso de
padagogia. Autor de diversos livros na área da educação.
As relações familiares são indispensáveis à construção de uma boa
autoestima para a criança e a família pode facilitar ou dificultar o processo
de aprendizagem, que culminará no desempenho escolar. Devido a opressão,
perseguição e morte de todos os Xukuru’s que tentavam liderar seu povo, a
família indígena desta etnia vivia em constante conflito, comprometendo em
muito o desempenho escolar, visto que dos trinta e cinco índios adultos com
mais de quarenta anos entrevistados por este pesquisador não concluíram o
quarto ano do ensino fundamental.
4
VISÃO SOCIOLÓGICA DE CULTURA E SUBCULTURA
Nas entrevistas feitas com os índios, fazendeiros e
posseiros na cidade de Pesqueira (PE) por este pesquisador em dezembro de 2005,
percebeu-se que após vários assassinatos a tribo Xucuru (inclusive seu cacique
– Xicão) que estava dispersa
nos bairros da cidade
começou um movimento de coesão que culminou na demarcação de sua reserva e isto
aconteceu devido a um pressuposto da sociologia, pois de acordo com a
sociologia Vilanova (1994) ‘É um princípio sociológico que quando os
grupos humanos sofrem alguma ameaça externa real ou fictícia, eles tendem a
aumentar a sua coesão’.
Vilanova (1994)22 p. 38
Para a sociologia não existem culturas superiores nem
inferiores, mas apenas diferentes. À ciência não compete julgar, emitir juízos
de valor, pois cada cultura é uma realidade autônoma e só pode ser compreendida
adequadamente a partir de si mesma. O etnocentrismo, em ciência social, é a tendência humana universal a perceber e
julgar culturas e sociedades estranhas através do crivo de valores da sua
própria cultura.
Culturas tradicionais de tecnologia rudimentar podem
inversamente, oferecer condições mais favoráveis ao conforto mental dos seus
participantes, à medida que enfatizem a solidariedade e a cooperação e,
consequentemente, dêem aos seus indivíduos fortes sentimentos de apoio grupal.
O tempo passado por este pesquisador entre os Yanomamis permite afirmar que os
idosos não são abandonados, não existem crianças na floresta descuidadas,
poluição de rios e nascentes e tudo é dividido entre todos23 não há supermercados e armazéns.
A cultura tem como função evidente satisfazer
necessidades humanas, bem como as idéias a respeito do modo convencionalmente
correto de satisfazê-las. Porém, quando esta não é respeitada atuarão
códigos que punam os infratores para não gerar anomia.
Ainda para Vilanova (1994)24:
‘na sociologia subcultura significa parte de uma
cultura. Ela é antes constituída de valores,
22 Idem nota
7
23
Observação feita na reserva dos Yanomamis na
serra das Surucucus RR realizando transporte de índios para as diversas
aldeias e participando de seus costumes e crenças inclusive com a troca de
objetos que eles consideravam valiosos, de 1990 a 1996 durante “Operação Selva Livre” fronteira com Venezuela junto com a
FUNAI, FUNASA E PF.
24 Idem nota
7
crenças, normas e padrões de comportamento, ou seja, um modo de vida
próprio’.
Os participantes de subculturas mais evidentes tendem a
ser vítimas de rotulações sociais, estereótipos, que são imagens
preestabelecidas para todos os indivíduos pertencentes a alguma categoria
social. Logo, o estereótipo, porém, sendo uma imagem preconceituosa, quando não
discriminatória, é uma representação falsa das pessoas rotuladas através deles.
Isto foi o que aconteceu no Brasil e que levou a mortandade de cinco milhões de
índios.
5 UMA DÍVIDA HISTÓRICA PARA COM OS XUKURU’S
Dos muitos feitos históricos dos
Xukuru, setenta e dois índios lutaram na guerra do Paraguai e apenas doze deles
voltaram com vida. Com a criação do Serviço de Proteção ao Índio -SPI criado pelo Marechal Rondon, os Xukuru
resolveram lutar pelo seu reconhecimento como índios. Em 1973 foi aprovado o
estatuto do índio (lei 6001), a igreja católica criou o conselho indigenista
missionário - CIMI para ajudar a causa
indígena25.
Em 1989 a Fundação Nacional do
Índio - FUNAI fez um relatório apontando um total de 26.980 hectares
invadidos por 281 fazendeiros, o que provocou a morte de muitos índios na cidade de
Pesqueira, do procurador da FUNAI (Geraldo Rolim), etc. Em março de 1995 foram
colocados os marcos de demarcação, e isto ocorreu primeiramente na tribo Xukuru
devido ao processo de luta por educação por parte de seu cacique, os filhos do
cacique Chicão estudavam em escolas particulares e muitos índios eram
professores nas aldeias, por isso foi criado o conselho de professores
indígenas Xukuru - COPIXO, em 2004 com doze membros.
Tão rica é sua cultura
com danças, entre elas o Toré, suas comidas, suas crenças em seus encantados
(divindades como sol, lua e terra), devia-se ter orgulho desses brasileiros.
Tamanha foi a luta que a viúva do cacique assassinado pelo fazendeiro Zé de
Riva, D. Zenilda Xukuru, foi indicada a receber o Nobel da paz. Em 1990 foi
retomada a primeira das muitas fazendas pelos índios que culminou na sua
demarcação, a cada índio morto mais fazendas eram retomadas, o cacique Xicão
morto brutal e violentamente virou mártir do seu povo e muitos historiadores
das universidades do Nordeste escreveram livros sobre ele, sua morte forçou a
demarcação e todos estes assuntos foram levados aos organismos internacionais Organização
dos Estadoa Americanos - OEA e Organização das Nações Unidas - ONU. O cacique
Xicão fez um trabalho educacional de conscientização em cada índio da tribo,
inclusive com as crianças e com o passar do tempo ele foi angariando
colaboradores da igreja católica, Fundação Nacional do Índio - FUNAI e até
mesmo de organismos internacionais, inclusive estava presente na constituinte
de 1988.
Pela
extensão de suas vinte e quatro aldeias a pesquisa foi restrita a aldeia São
José, pelo seu fácil acesso e ser bem desenvolvida estrutural, física e
pedagogicamente na área da educação. As outras aldeias foram visitadas, porém a
estrutura educacional
25
SILVA, Edson Hely. Xukuru: memórias e história dos índios da Serra do ororubá.
Tese (Doutorado) – curso de história UNICAMP, Campinas, 2008. Esse foi o único
trabalho escrito encontrado na biblioteca da cidade de pesqueira, município
onde se localiza o povo Xukuru, não há um único item oriundo de achados
arqueológicos, inclusive as fardas e documentação comprobatória da participação
dos mesmos na guerra do Paraguai, a espada dada pelo comandante da batalha foi
apropriado pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI.
Hoje percebe-se um novo índio Xukuru
que é referência nacional para projetos educacionais de outras etnias, com
melhor auto-estima, com um bom relacionamento familiar e com a educação voltada
para seus problemas e melhor desempenho nos campos educacional e até político,
visto que eles elegeram um vereador na cidade de Pesqueira.
Tem consciência de ser índio
|
%
|
Idade
de 5 a 20: 17 índios sim (total 17)
|
100%
|
|
|
Tinha consciência de ser
índio antes de Chicão e Demarcação
|
|
Idade de 20 a 39: 15 sim (tot: 16)
|
93,75%
|
Idade mais de 40: 35 não (tot: 35)
|
100%
|
Tinha
vergonha de ser índio antes da demarcação
|
|
Idade mais de 40: 14 índios
(tot 35)
|
40%
|
Fonte: pesquisa de campo na etnia Xukuru 2013.
Após dezoito anos de pesquisa nas
áreas indígenas da AM. Do Sul percebe-se que a demarcação trás um aumento na
melhoria da qualidade de vida, nas relações familiares, uma vez que as famílias
são livres de pressão externa e ameaças, na auto-estima e no desempenho escolar,
representados pelo aumento de índios com graduação voltada para as necessidades
do seu povo. Juntamente com a demarcação deve vir acompanhada uma apoio e
estrutura de forma a coibir o êxodo da aldeia para as cidades.
Segundo Sant’anna (1995)26,
Por vezes, quando o aluno não consegue obter um bom desempenho escolar, ele é
discriminado pela escola e pela família, o que pode exercer um impacto negativo
em sua aprendizagem futura. Isto foi o que aconteceu aos índios mais velhos,
acabavam por abandonar a escola, sentiam-se rejeitados. Corroboram
este pressuposto Freitas e Rocha (2003)27 ao
afirmarem que ‘o baixo desempenho escolar pode ser fonte geradora de conflitos’.
Não havendo nada que mude esta situação, ‘a criança pode abandonar a escola’. O
que muda certamente é a demarcação das terras, embora conflituosa é necessária.
Este artigo se propôs, segundo o foco psicopedagógico,
a identificar se a demarcação da reserva indígena Xukuru ocasionou melhoria nos
resultados escolares. Após a demarcação as cinqüenta e quatro escolas da
reserva passaram a categoria de estaduais, gozando de maior apoio, levando hoje
quarenta e oito índios estarem cursando a graduação de pedagogia (ainda fora da
aldeia na cidade de pesqueira), nas aldeias todos podem cursar até o final do
ensino médio e há um projeto de faculdade dentro da reserva. Tudo isso tem
aumentado a autoestima e tem crescido o rendimento escolar a patamares nunca
visto antes, a ponto de pessoas que foram para cidade de Pesqueira estão
voltando para aldeia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A capacitação humana de líderes e
professores dentro de sua cultura, o apoio dos órgãos governamentais e de ONGs
e a destinação de recursos adequados ao quantitativo do povo Xukurú do Ororubá
de forma que se possa desenvolver uma educação de qualidade através de projetos
com ONGs e órgãos governamentais é o caminho para as outras etnias barrarem o
êxodo indígena e fortificarem suas culturas.
Resultados obtidos após as analises dos instrumentos de
pesquisa mostram que dez anos após ter pesquisado e ao retornar ao povo Xukuru,
percebe-se que a organização em termos de material humano e estrutura física e
pedagógica, desempenho dos alunos e as relações familiares melhoraram
consideravelmente graças primeiramente a visão de seu líder o cacique Xicão em
investir e priorizar a educação, trabalhar a conscientização nas aldeias, e o
apoio dos órgãos governamentais em demarcar, prender assassinos, apoiar a educação
e a saúde nas aldeias, eletrificar todas as aldeias e as ONG’s em levar ao
mundo os nossos problemas indígenas, embora, muito falte para o ideal
necessitando ainda internet em todas as aldeias do povo Xukuru, nem todas as
casas possui banheiro acoplado a casa outras nem banheiro tem, é no mato como
falam os caboclos, ainda assim, foi feito um gigantesco avanço em dez anos, mas
o que todos os indígenas (cem por cento das entrevistas e questionários)
afirmam que melhorou bastante é o fato de não haver mais mortes e perseguições
por parte dos fazendeiros e posseiros, os índios não são mais expulsos de seus
roçados para o gado comer suas plantações, como era comum acontecer.
Infelizmente, a demarcação das áreas indígenas não
ocorrem sem que primeiro aconteçam: A conscientização dos índios pelas lideranças, A tomada das fazendas pelos índios conscientizados e a morte de algumas lideranças e a
demarcação. Percebi estas ocorrências nas
pesquisas que fiz com os mapuches na Argentina e no Chile, bem como no Brasil.
Portanto,
as áreas psicopedagógicas que resultaram num melhor desempenho escolar são
frutos da melhoria das relações familiares que contribuiu fortemente para o
aumento do desempenho escolar. A inserção de sua cultura no currículo escolar
elevou sua autoestima que fez melhorar a aprendizagem a demarcação da reserva
indígena Xukuru do Ororubá contribuiu enormemente para a melhoria do desempenho
escolar.
REFERÊNCIAS
BRASIL.
Constituição Federal do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.
FREITAS, M. G., & ROCHA M.
M. Atendimento a crianças com desempenho
escolar insatisfatório. In C. G. Almeida (Org.), Intervenções em grupos: Estratégias psicológicas para a melhoria da
qualidade de vida. Campinas: Papirus, 2003.
INSTITUTO
LUIZ FREIRE. Mãe natureza. Olinda: Instituto Luis Freire, 1998.
MELO, P. G. B. Educação indígena na Etnia Xukuru do
Ororubá. Monografia (graduação) – Curso de Pedagogia, Universidade Estadual
Vale do Acaraú, João Pessoa , 2004.
PEREIRA, José Santos. Pedagogia da diferença. Recife: Edição do autor, 2001.
PIRES, Janote. O descobrimento do Brasil no contexto da expansão
marítima ibérica ocorrida nos séculos XV e XVI. Recife:
Ed. Universitária UFPE, 2000.
SILVA, Edson Hely. Xukuru: memórias e história dos índios da
Serra do ororubá. Tese (Doutorado) – curso de história UNICAMP, Campinas,
2008.
SANT’ANNA, I. M. Por
que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos. Petrópolis:
Vozes. 1995.
REVISTA VEJA. O que os índios Querem. Edição 14 de
Novembro de 2012. ano 46, Ed. Abril, São Paulo.
VILA NOVA, Sebastião. Introdução a sociologia. São Paulo: Atlas,
1985.
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