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sábado, 5 de julho de 2014

Artigos Científicos da Educação

AS RELAÇÕES FAMILIARES E O DESEMPENHO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INDÍGENA DA ETNIA XUCURÚ DO ORORUBÁ: UMA VISÃO DAS ESCOLAS DA ALDEIA SÃO JOSÉ- PESQUEIRA -PE1


Paulo Gabriel Batista de Melo2
Tânia Maria Filiu de Souza3



RESUMO: Esta pesquisa teve a intenção de compreender as relações familiares e o desempenho escolar dos discentes da educação indígena da etnia Xukuru do Ororubá, após a demarcação da reserva, delimitando a observação a aldeia São José, e analisar o desempenho e a melhoria das relações. Para atingir o objetivo foi utilizada a pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico e o instrumento da coleta de dados utilizado foi o estudo documental para comparar o antes e o depois á demarcação da reserva, sendo utilizado como ferramenta a entrevista, questionário preenchido pelo entrevistado e a observação. Foram entrevistados cem índios e cem não índios, entre eles, diversas autoridades nacionais para se ter uma visão geral da questão indígena nacional que gerou o rompimento em muitas famílias indígenas, ocasionando um baixo rendimento escolar devido a baixa autoestima com um currículo escolar não adaptado a sua cultura, criando assim um problema de aprendizagem. Este artigo mostra que a demarcação gerou mais autoestima, fortaleceu as famílias e aumentou o desempenho escolar.
PALAVRAS-CHAVES: 1.Índio Xukuru 2. Relações familiares 3. Desempenho escolar.


1 Trabalho de conclusão do curso de pós-graduação lato sensu à distância em Psicopedagogia Institucional pelo convênio UCDB/ Portal da Educação. Campo Grande, 2013.
2Pedagog UVA-CE 2005. Teólogo FATCS-RF 2005. pós-graduando em Psicopedagogia Institucional UCDB 2013. Professor da Flycompany, da faculdade de teologia Helena Guerra. gabrielmelopaulo@hotmail.com.
3 Tânia Maria Filiú de Souza, Pedagoga - (FUCMAT) 1986. Pós graduada em psicopedagogia (UCDB) 1994. Especialista em Educação Especial desde 1992. Professora conteudista, orientadora e coordenadora dos cursos de pós graduação de Psicopedagogia e Educação Infantil.

INTRODUÇÃO

Descendente de judeu com a índia Xukuru Luzia, este pesquisador acredita que a sociedade atual imagina que os indígenas deviam viver em suas reservas, privados dos bens culturais e do conforto que a tecnologia pode oferecer para aumentar a qualidade de vida das pessoas, muito mais que demarcação de terras eles querem ter acesso a nossa cultura e a uma educação adaptada que contemple a sua cultura e a melhoria de relacionamento com a família e a sociedade.
Esta questão foi apresentada pelo Instituto Data folha, encomendado pela revista veja, no qual entre outros pontos mostra a similaridade de aspiração dos índios e da sociedade brasileira. Faz-se necessário não somente demarcar as terras, mas também criar escolas com um currículo adaptado para que família e escola sejam capazes de manter seus valores e sua cultura e o desempenho do aluno esteja voltado para as necessidades da aldeia, que é a menor célula da tribo.
            Decorridos dez anos da última observação, analisar-se-á se houve melhorias no desempenho escolar dos alunos das escolas indígenas e a sua relação com os seus familiares, visto que deixavam a aldeia para estudar na cidade de Pesqueira, pois na época a escola nas aldeias era precária e de séries iniciais multiseriadas. Fazendeiros e posseiros não estavam interessados em sua melhoria escolar e de relacionamento.
            Este artigo desenvolver-se-á qualitativamente, buscando fatos para entender as relações familiares e o desempenho dos discentes indígenas após a demarcação como reserva indígena Xukuru do Ororubá. Para tal utilizou-se da pesquisa bibliográfica e de campo sendo comparado o antes e o depois á demarcação da reserva, usando como instrumento o questionário e a entrevista delimitando a aldeia São José como foco.
            Atualmente, na sociedade, por conta de uma história aprendida e ensinada com a visão do conquistador e não do ponto de vista do índio brasileiro, pensa-se que eles devem viver em suas reservas, privados dos bens culturais e do conforto5 que o mundo da tecnologia pode oferecer para aumentar a qualidade de vida das pessoas, muito mais que demarcação de terras eles querem ter acesso a nossa cultura. Esta questão foi apresentada pelo Instituto Data folha, encomendado pela revista veja, no qual entre outros pontos mostra a similaridade de aspiração dos índios e da sociedade brasileira.
            Na constituição de 19886, foi reconhecido aos índios seus direitos, porém muito falta para sua execução. Esquecendo-se que não existem culturas inferiores7, os conquistadores de terras brasileiras praticaram a mais horrenda das atrocidades, que segundo vários historiadores nominados nesta pesquisa apontam para um objetivo. A busca do vil metal (ouro e prata)8.
            Depois de ter passado cinco anos com os Yanomamis (de 1990 a 2006), este pesquisador escolheu o estado de Pernambuco para pesquisar a questão indígena,  esbarrando no fato de existir na época 17 mil índios em sete comunidades (Fulni-ô, Pankararu,


5 VEJA, Revista. Edição 14 de Novembro de 2012. O que os índios Querem. p. 45
6 BRASIL. Constituição Federal do Brasil.  Brasília: Senado Federal, 1988.
7 Sebastião Vilanova. Introdução a sociologia
8 PIRES, Janote. O descobrimento do Brasil no contexto da expansão marítima ibérica ocorrida nos séculos XV e XVI.   Recife: Ed. Universitária UFPE, 2000.
Kambiwás, Kapinawá, Atikum, Truká e Xukuru), resolvi trabalhar com  a etnia de maior população, cerca de 8 mil índios (Xukuru do Ororubá) e para ser mais específico na área de abrangência escolhi a aldeia São José.
            A psicopedagogia nos ensina que os problemas de aprendizagem são causados por prejuízos emocionais e afetivos, sendo este um dos motivos pelos quais os Xukurus tiveram até antes da demarcação um fraco desempenho escolar, as gerações que viveram antes da demarcação em sua maioria não passavam do quarto ano do ensino fundamental, visto que eles próprios consideravam-se marginalizados, já depois da demarcação todos podem fazer na própria aldeia até o ensino fundamental.


1 A HISTÓRIA INDÍGENA NO BRASIL E SEU PROCESSO EDUCACIONAL E CULTURAL

Conforme nos descreve o historiador da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Janote Pires Marques o descobrimento do Brasil teve origem quando nos séculos XV e XVI, Portugal e Espanha fizeram parte de um contexto histórico englobando elementos políticos, econômicos, sociais e culturais que acabaria gerando a expansão ultramarina desses países ibéricos, era uma corrida que tinha como alvo a busca por riquezas e novos domínios territoriais.


9 MELO, P. G. B. Educação indígena na Etnia Xukuru do Ororubá. Monografia (graduação) – Curso de Pedagogia, Universidade Estadual Vale do Acaraú, João Pessoa , 2004.
 Embora muito tenha contribuído a história mesma não chegou às salas de aulas e Cabral ainda tem levado o crédito pelo descobrimento e outros aspectos .
Janote (2000, p. 111) apresenta que:
Portugal foi o primeiro Estado a iniciar-se nas navegações que tem na conquista de Ceuta, em 1415, seu marco inicial. A partir daí houve uma constante nas viagens de exploração e posse de terras, sendo que entre essas está a expedição que chegou em terras brasileiras em 22 de abril de 1500, porém são claros os indícios que mostram a vinda de outros navegadores ao Brasil em data anterior à armada cabralina, como foi o caso dos que vieram na expedição comandada por Duarte Pacheco Pereira que chegou no Maranhão entre novembro e dezembro de 1498, e também a expedição comandada por Vicente Yañes Pinzón, que chegou ao litoral do nordeste do Brasil em janeiro de 1500 antes de Cabral.

            Embora, tenham se passados mais de 500 anos das primeiras viagens lusitanas de exploração de terras brasileiras por portugueses e espanhóis, ainda há uma tendência muito forte em se ver a questão de um ponto de vista europocêntrico, ou seja, a visão do conquistador.
É certo que todos os povos indígenas que merecem ser vistos pelo que têm e não pelo que não têm, e que legaram as nações ditas civilizadas, um inaudito exemplo de civilidade, hoje bem mais acentuada a questão ambiental e a preservação da natureza, área na qual o indígena brasileiro tem vasto conhecimento empírico.
Segundo Janote o que seria hoje o encontro dos europeus com os povos ameríndios e a visão destes em relação àqueles homens estranhos que vinham do mar e muitas vezes foram confundidos com deuses. Seria com este espanto e fascínio que um


10 Idem nota 8
homem contemporâneo veria um alienígena, que os índios visualizaram inicialmente esses estranhos que chegavam em terras americanas, especificamente no Brasil.
Janote (2000, p. 11) afirma:
Para os povos indígenas, contatar com uma civilização muitíssimo mais elevada tecnologicamente e predisposta a dominar e a desrespeitar-lhes o modo de vida, foi não só um choque cultural tremendo, mas também o início de sua extinção.

            Para Janote a palavra ‘descobrimento’ significa neste contexto o encontro de duas civilizações e de indivíduos, cada um com sua própria cultura e modo particular de compreender a vida e o mundo com estranheza de ambas as partes e como afirma Janote apud Tzvetan Todorov após esta interação entre europeus e aborígenes “os homens descobriram a totalidade de que fazem parte”.
            Muitas referências psicopedagógicas nos mostram que o processo de aprendizagem decorre da transmissão da cultura, sendo o elo mais forte da educação; em vista disso infere-se que devido a proibição feita aos índios brasileiros de não falarem suas línguas de origem, especificamente os Xukuru’s, e também não poderem realizar seus cultos fez com que o processo educacional fosse deficiente e só na constituição de 1988 conseguiram mudar esse processo anticultural.


2 COMO ERAM VISTOS OS ÍNDIOS E COMO VEMOS HOJE?

            Para muitos historiadores a visão que o europeu tinha dos indígenas brasileiros era bastante distorcida da realidade, sendo muitas vezes colocados numa escala animalesca abaixo dos escravos, como mostra Janote apud Godinho (1962, p. 20):
A economia dos descobrimentos Henriquinos ao citar as crônicas de Gomes Eanes Zurara e os exemplos da ideologia dos descobrimentos destaca entre outras: é lícito reduzir a escravidão os infiéis, porque as almas perdidas não são verdadeiros senhores dos corpos e assim, as almas serão salvas e os corpos deixarão a vida bestial (ironicamente esta é a visão que muitos têm dos terroristas islâmicos).

            Apesar de bem distante daquela época, hoje observa-se que a sociedade ainda tem a impressão de que o índio brasileiro deve viver em sua reserva privado dos bens culturais e do conforto que a tecnologia pode oferecer para aumentar a qualidade de vida das pessoas, muito mais que demarcação de terras eles querem ter acesso a nossa cultura.
            A recente pesquisa realizada pelo Instituto Data folha, encomendado pela revista Veja aponta outra direção para a questão.
            O que os índios Querem? Perguntava o Instituto Data Folha em pesquisa nas aldeias do Brasil, publicado pela revista Veja em sua edição de 14 de Novembro de 2012.
            A Revista Veja em sua edição de 14 de Novembro de 2012, intitulado “O que os índios Querem”11 nos mostra que a maioria quer progredir socialmente, mas ainda depende do governo para sobreviver”, “a maior reclamação dos índios é que não são ouvidos.
Abaixo seguem os dados da pesquisa
O tempo usado na pesquisa foram de 55 dias, tendo sido visitadas 32 aldeias e entrevistados 1222 índios em 20 etnias   
Data Folha  (2012)12
Os índios querem progredir socialmente através do estudo e do trabalho, mas sem abandonar sua cultura. Nove em cada dez índios acham melhor morar em casa de alvenaria


11 Idem nota 5
12 Idem nota 5
do que numa maloca. oito em cada dez consideram muito importante ter banheiro sob o teto, um conforto desfrutado por uma minoria.

            O ser humano busca sempre a melhor qualidade de vida, isso é ainda mais marcante quando se está em contato com outras culturas e tendo acesso a bens culturais que melhoram a qualidade de vida. Afirma Marcos Apunirã, coordenador das organizações indígenas da Amazônia brasileira e representante de 160 etnias.
            Ainda de acordo com a Revista Veja, Edição de 14 de Novembro de 2012 feita pelo Data Folha (2012):
Quase metade gostaria de tomar uma ducha quentinha todos os dias. Ninguém deixa de ser índio por querer viver bem. É inaceitável que as regras de como devemos ser continuem sendo ditadas de cima para baixo sem levar em consideração a nossa vontade, afirma. (Marcos Apunirã)

A falta de condições dignas fez ocorrer o êxodo, pois há quatro anos 12.500 índios viviam na periferia de Manaus. Hoje estima-se que são 30.000 vivendo apinhados em construções precárias na cidade.
É interessante perceber que com os Xukuru do ororubá aconteceu o inverso, eles eram 5200 índios vivendo nas aldeias em 2004 e agora são 9500 segundo Marcos Luidson cacique Xukuru13. Hoje o êxodo ocorre da cidade para a aldeia pelo simples motivo que agora eles têm terra, posto de saúde com médico e remédio gratuitos, escola de qualidade na maioria das aldeias com televisão, som, dois bebedouros com filtro por sala, quadro


13 Pesquisa de campo realizada por Paulo Gabriel B. Melo de 2002 a 2004, Monografia (graduação) – Curso de Pedagogia, Universidade Estadual Vale do Acaraú, João Pessoa, 2004., na etnia Xukuru ofício nº SCA 094/2004
de giz e quadro branco, biblioteca por sala e seguranças da Norsegel (também índios Xukurus) como observado na aldeia São José14. Todas as escolas do povo Xukuru são estaduais uma vitória que orgulha o Conselho de Professores Indígenas Xukuru do Ororubá e líderes como Agnaldo, o cacique Marcos e o pajé Zequinha todos professores das aldeias.
O currículo escolar das aldeias é elaborado por estes líderes juntamente com os professores das aldeias e ele contempla anualmente as necessidades de manutenção da cultura e até mesmo a criação de palavras indígenas na língua Xukuru uma vez que em só há 165 palavras em seu vocabulário, devido a obrigação dos índios falarem o português por ocasião da catequese no período colonial.
Em entrevista com a índia Valdete Bezzerra Vasconcelos, 74 anos, moradora do bairro Xucuru15 em Pesqueira, ainda hoje não fala que é índia, pois tem vergonha, devido as opressões que sofriam sua família, seus parentes e amigos, esse fato contribuía para aumentar o domínio por parte dos latifundiários, fazendeiros e posseiros, degradando assim as relações familiares da etnia e piorando o desempenho escolar de seus filhos que deixavam a aldeia e iam morar nos subúrbios, passavam fome e perdiam seus costumes. Vê-se na atual pesquisa de campo16 que os mais jovens da geração pós-demarcação da reserva tem uma auto-estima mais elevada e um melhor desempenho escolar, há em uma única sala do curso de pedagogia 28 professores e jovens Xukurus, que tem


14 Pesquisa de campo realizada por este pesquisador em complementação a anterior (2002) realizada para a produção do artigo científico da pós graduação em psicopedagogia UCDB, 2013.
15 Bairro da cidade de Pesqueira habitado em sua maioria por caboclos (xukurus) que abandonaram a aldeia. Passaram a viver na precariedade de um bairro pobre sem recursos e com vergonha e medo de serem chamados de índios.
16 idem nota 14.
orgulho em ser índio, em suas tradições e cultura, foi o que afirmou a índia Xukuru Fernanda uma das alunas do curso.
Segundo a pesquisa do instituto Data Folha (2012) as motivações que os levam a ir para cidade são similares aos anseios da sociedade não indígena17:
1.      a  precariedade dos serviços de saúde (medicamentos, médicos) que eles valorizam tanto quanto os deles.
2.      a falta de emprego (os índios querem ter acesso a todos os bens culturais da sociedade moderna).
            Para Megaron – cacique txucarra-mãe- Líder Caiapó em Mato Grosso “os nossos filhos querem ter tudo que os filhos do homem branco têm. Falar português, ir para universidade e ser reconhecidos como brasileiros e índios”.           Durante os anos de 1989 a 1996, pesquisei junto aos yanomamis e durante os anos de 2002 e 2004 pesquisei junto aos Xukuru do Ororubá e não se precisa ir longe para perceber que a demarcação das reservas apenas sem o efetivo apoio nas áreas de educação, saúde e uma infra-estrutura mínima como transporte não é suficiente para que os índios fiquem na reserva, mas o apoio não ocorre porque é fruto de uma política não indígena, é o que afirma Jonas Marcolino- índio Macuxi – no estado de Roraima, formado em matemática e estudante de direito em entrevista para a pesquisa encomendada pela Veja em sua edição de 14 de Novembro de 2012.
Nessa pesquisa afirma o sociólogo Bernard Sorj que “é inevitável que os povos indígenas absorvam valores da cultura nacional e aspirem aos mesmos direitos”.
Observe-se o que mostra a estatística dos 1222 índios entrevistados em 20 etnias comprovando que o contato com outras culturas acaba-se por assimilar e viver esta nova cultura:


17 Idem nota 5
  • 67% dos indígenas gostariam de ter cursado a faculdade, dentre os cursos mais procurados estão:
    • Professor 19%; Enfermeiro 7%; Médico 7%
Segundo a pesquisa do sociólogo Bernard Sorj, publicado pela Veja em sua edição de 14 de Novembro de 2012 parece que a profissão está ligada diretamente as necessidades da aldeia ou de sua etnia.
  • 68% seguem uma religião não indígena
    • 41 são católicos; 22% são evangélicos
  • 92% acham importante ter medicamentos farmacêuticos na aldeia.
  • 86 % preferem habitações de alvenaria.
  • 20% tem propriedade registrada em seu nome.
  • 57% acham que as terras onde vivem deveriam ser maiores e que a demarcação das reservas melhoraria a vida dos índios em geral.
  • 93% consideram importante ter remédios naturais na aldeia.
  • 89% não estariam dispostos a deixar sua aldeia para morar em outro lugar.
  • 71% vivem em aldeias com língua ou dialeto próprio.
  • 16% acham que não são devidamente reconhecidos como cidadãos brasileiros
Pesquisa de campo feita por um grupo de estudo (incluindo este pesquisador) pela Universidade estadual Vale do Acaraú na tribo Xukuru do Ororubá em 2004 percebeu que 100% das habitações eram de alvenaria, embora muitas não tivessem banheiro junto a casa. Ao final da pesquisa o governo havia liberado a construção de 115 privadas nas aldeias18.
Dentre os problemas enfrentados pelas diversas etnias existentes no nosso país, a questão da educação constitui gravíssimo problema uma vez que a língua materna de muitas tribos praticamente desapareceu por uma questão de imposição da colonização, a tribo Xukuru do Ororubá dispunha em 1996 de 165 palavras em seu léxico19, sendo esta uma das pesquisas feitas pelo instituto Luiz Freire para que eles pudessem voltar a ter a língua materna em sua etnia.
Como não foi possível descobrir as palavras perdidas os anciãos criaram palavras novas como única alternativa de recuperar a língua da tribo, este projeto ainda faz parte da vida nas aldeias.
Se a escola publica nacional carece de recursos para melhorar a sua qualidade, o que se podia dizer da indígena antes da demarcação. Ao visitar a aldeia São José na tribo Xukuru após dez anos, vê-se que esta possui uma estrutura física e pedagógica que não se encontra ainda em todas as escolas da cidade de Pesqueira, como por exemplo a Escola Cacilda Almeida, João XXIII e outras.
De forma geral os principais problemas relatados pelos entrevistados ao sociólogo Bernard Sorj, publicado pela Veja em sua edição de 14 de Novembro de 2012, nos mostra que a precariedade de necessidades básicas da nossa sociedade, está pior nas áreas indígenas.

Principais problemas enfrentados
Percentual
Acesso a serviços de saúde
30%
Falta de emprego
16%
Saneamento básico insuficiente
16%
Alimentação precária
12%
Acesso a educação
10%
Falta de transporte
9%
Falta de recursos econômicos próprios
6%
Qualidade de moradia
5%
Acesso a energia
5%
Falta de investimentos públicos e privados
3%
Recebem cesta básica da FUNAI
46%
Vivem da agricultura, da criação de animais, da caça ou da pesca de subsistência
29%
Fazem artesanato para vender
9%
Tem chuveiro em casa
6%
Fonte: Data Folha (sociólogo Bernard Sorj, Revista Veja. edição de 14 de Novembro de 2012)
            Ao fazer um comparativo dos índios do Brasil com a população não índia chega-se a dados alarmantes. Se a população brasileira em sua maioria acha que o brasileiro não tem serviços básicos de qualidade, isso na população indígena é muito pior, o que explica o forte êxodo indígena para os grandes centros. Ao chegar aos centros urbanos com pouca especialização passam a viver uma situação degradante. Na cidade de Pesqueira existe um bairro em sua maioria de indígenas da tribo, chamado de bairro Xucuru, embora muitos índios estejam voltando, pois esta é uma imposição do cacique Marcos Luidson Xukuru, o índio só terá acesso a educação, saúde e todos os benefícios disponíveis na aldeia se estiver morando em alguma aldeia, até mesmo professores que moravam na cidade voltaram para as aldeias como é o caso da professora Shirleide, Maria das montanhas e outras.
Problemas nacionais
População indígena do Brasil
População brasileira não indígena
Renda familiar dois mínimos
79%
44%
Famílias no bolsa família.
64%
25%
Taxa de analfabetismo
33%
9%
Fumantes
29%
15%
Têm curso superior
6%
11%
Têm casa com banheiro
18%
98%
Têm acesso a internet
11%
37%
Não têm trabalho remunerado
70%
6%
Fonte: Data Folha (sociólogo Bernard Sorj, Revista Veja. edição de 14 de Novembro de 2012) 

18 Idem nota 13
19 Mãe natureza. Paradidático editado para a etnia Xukuru pelo Intituto Luiz Freire, visto que o povo Xukuru não possuía em suas escolas nenhum paradidático que pudesse auxiliar a sua cultura. Olinda, PE. 1998.
Os dados são tão claros que dispensam comentários a qualquer pesquisador que entre a população da nação brasileira todos “não são iguais perante a Lei” conforme prevê a Carta Magna, está escrito, mas falta sua real implantação.
O título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais) em seu Capítulo I (Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos) em seu Art. 5º mostra:20:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

                A pesquisa acima nos mostra claramente que os índios (povos originários) tem os seus direitos violados desde a chegada de portugueses e espanhóis na sudamérica. Somente neste artigo da Constituição o item ‘direito a vida’ foi brutalmente agredido quando foram mortos quinze milhões de índios, no item ‘liberdade’ são perseguidos e escravizados por grileiros, fazendeiros e posseiros que querem suas terras em nada respeitando o outro item que é ‘segurança’ e ‘propriedade’.
            A psicopedagogia no Brasil nasceu com a implantação do conhecimento adquirido pelos argentinos afirmando que quando um colega não aprende em uma sala de aula é preguiçoso, para o professor é defasado, para a gestão escolar é problema, para a família é portador de alguma doença; e por tudo isso foram prejudicados os Xukuru’s, pois em sua grande maioria, em especial os de mais idade e antes da demarcação abandonaram a escola por vergonha, medo e angústia de não aprenderem, essa forte opressão social os fez perder parte de sua cultura e não aprender a nossa.


20 Idem nota 6
3 DOS DIREITOS DOS ÍNDIOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

            Diversos juristas afirmam que a legislação indígena brasileira é uma das melhores do mundo, o que está faltando é a sua atuação prática pelo órgãos governamentais.        
Ainda afirma a constituição com relação aos direitos dos índios em seu Capítulo VIII - Dos Índios:
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.
            Em seu livro ‘Pedagogia da Diferença, José Santos Pereira mostra que a educação é um forte mecanismo de inclusão ou exclusão quando assim se deseja. Pereira (1995) afirma21: ‘A educação deveria ser um grito de liberdade e de negação das tantas injustiças sociais que existem neste país’.
            Para Santos apud Gentili (1996) p. 29:
os princípios de qualidade total no que se aplicam ao campo educacional, é a construção de uma sociedade onde os excluídos tenham espaços, onde possam exercitar seus direitos de ir e vir, gozando do direito a educação. Qualidade da educação é um direito inalienável de todos os cidadãos, sem distinção.


21 PEREIRA, José Santos. Pedagogia da diferença. Recife: Edição do autor, 2001. Professor Doutor da FATCISRE e coordenador do curso de padagogia. Autor de diversos livros na área da educação.
 O currículo escolar, afirma Pereira, assume uma grande dimensão no combate às exclusões no campo educacional, pois a pedagogia que deve ser vivenciada nas escolas que apresentam dificuldades e desvantagens, deve corresponder a uma prática pedagógica na arte de melhor ensinar conteúdos, que inspire mudanças direcionando tendenciosamente ao progresso no resgate de hábitos e atitudes, onde o processo dar-se-á pela participação ativa de todos.
As relações familiares são indispensáveis à construção de uma boa autoestima para a criança e a família pode facilitar ou dificultar o processo de aprendizagem, que culminará no desempenho escolar. Devido a opressão, perseguição e morte de todos os Xukuru’s que tentavam liderar seu povo, a família indígena desta etnia vivia em constante conflito, comprometendo em muito o desempenho escolar, visto que dos trinta e cinco índios adultos com mais de quarenta anos entrevistados por este pesquisador não concluíram o quarto ano do ensino fundamental.


4 VISÃO SOCIOLÓGICA DE CULTURA E SUBCULTURA
            Nas entrevistas feitas com os índios, fazendeiros e posseiros na cidade de Pesqueira (PE) por este pesquisador em dezembro de 2005, percebeu-se que após vários assassinatos a tribo Xucuru (inclusive seu cacique – Xicão) que estava dispersa
nos bairros da cidade começou um movimento de coesão que culminou na demarcação de sua reserva e isto aconteceu devido a um pressuposto da sociologia, pois de acordo com a sociologia Vilanova (1994) ‘É um princípio sociológico que quando os grupos humanos sofrem alguma ameaça externa real ou fictícia, eles tendem a aumentar a sua coesão’.
Vilanova (1994)22 p. 38
Para a sociologia não existem culturas superiores nem inferiores, mas apenas diferentes. À ciência não compete julgar, emitir juízos de valor, pois cada cultura é uma realidade autônoma e só pode ser compreendida adequadamente a partir de si mesma. O etnocentrismo, em ciência social, é a tendência humana universal a perceber e julgar culturas e sociedades estranhas através do crivo de valores da sua própria cultura.

            Culturas tradicionais de tecnologia rudimentar podem inversamente, oferecer condições mais favoráveis ao conforto mental dos seus participantes, à medida que enfatizem a solidariedade e a cooperação e, consequentemente, dêem aos seus indivíduos fortes sentimentos de apoio grupal. O tempo passado por este pesquisador entre os Yanomamis permite afirmar que os idosos não são abandonados, não existem crianças na floresta descuidadas, poluição de rios e nascentes e tudo é dividido entre todos23 não há supermercados e armazéns.
            A cultura tem como função evidente satisfazer necessidades humanas, bem como as idéias a respeito do modo convencionalmente correto de satisfazê-las. Porém, quando esta não é respeitada atuarão códigos que punam os infratores para não gerar anomia.
Ainda para Vilanova (1994)24: ‘na sociologia subcultura significa parte de uma cultura. Ela é antes constituída de valores,


22 Idem nota 7
23 Observação  feita na reserva dos Yanomamis  na  serra das Surucucus RR realizando transporte de índios para as diversas aldeias e participando de seus costumes e crenças inclusive com a troca de objetos que eles consideravam valiosos, de 1990 a 1996 durante “Operação Selva  Livre” fronteira com Venezuela junto com a FUNAI, FUNASA E PF.
24 Idem nota 7
crenças, normas e padrões de comportamento, ou seja, um modo de vida próprio’.
            Os participantes de subculturas mais evidentes tendem a ser vítimas de rotulações sociais, estereótipos, que são imagens preestabelecidas para todos os indivíduos pertencentes a alguma categoria social. Logo, o estereótipo, porém, sendo uma imagem preconceituosa, quando não discriminatória, é uma representação falsa das pessoas rotuladas através deles. Isto foi o que aconteceu no Brasil e que levou a mortandade de cinco milhões de índios.


5 UMA DÍVIDA HISTÓRICA PARA COM OS XUKURU’S

            Dos muitos feitos históricos dos Xukuru, setenta e dois índios lutaram na guerra do Paraguai e apenas doze deles voltaram com vida. Com a criação do Serviço de Proteção ao Índio -SPI  criado pelo Marechal Rondon, os Xukuru resolveram lutar pelo seu reconhecimento como índios. Em 1973 foi aprovado o estatuto do índio (lei 6001), a igreja católica criou o conselho indigenista missionário - CIMI  para ajudar a causa indígena25.
            Em 1989 a Fundação Nacional do Índio - FUNAI fez um relatório apontando um total de 26.980 hectares invadidos por 281 fazendeiros, o que provocou a morte de muitos índios na cidade de Pesqueira, do procurador da FUNAI (Geraldo Rolim), etc. Em março de 1995 foram colocados os marcos de demarcação, e isto ocorreu primeiramente na tribo Xukuru devido ao processo de luta por educação por parte de seu cacique, os filhos do cacique Chicão estudavam em escolas particulares e muitos índios eram professores nas aldeias, por isso foi criado o conselho de professores indígenas Xukuru - COPIXO, em 2004 com doze membros.
Tão rica é sua cultura com danças, entre elas o Toré, suas comidas, suas crenças em seus encantados (divindades como sol, lua e terra), devia-se ter orgulho desses brasileiros. Tamanha foi a luta que a viúva do cacique assassinado pelo fazendeiro Zé de Riva, D. Zenilda Xukuru, foi indicada a receber o Nobel da paz. Em 1990 foi retomada a primeira das muitas fazendas pelos índios que culminou na sua demarcação, a cada índio morto mais fazendas eram retomadas, o cacique Xicão morto brutal e violentamente virou mártir do seu povo e muitos historiadores das universidades do Nordeste escreveram livros sobre ele, sua morte forçou a demarcação e todos estes assuntos foram levados aos organismos internacionais Organização dos Estadoa Americanos - OEA e Organização das Nações Unidas - ONU. O cacique Xicão fez um trabalho educacional de conscientização em cada índio da tribo, inclusive com as crianças e com o passar do tempo ele foi angariando colaboradores da igreja católica, Fundação Nacional do Índio - FUNAI e até mesmo de organismos internacionais, inclusive estava presente na constituinte de 1988.
            Pela extensão de suas vinte e quatro aldeias a pesquisa foi restrita a aldeia São José, pelo seu fácil acesso e ser bem desenvolvida estrutural, física e pedagogicamente na área da educação. As outras aldeias foram visitadas, porém a estrutura educacional 


25 SILVA, Edson Hely. Xukuru: memórias e história dos índios da Serra do ororubá. Tese (Doutorado) – curso de história UNICAMP, Campinas, 2008. Esse foi o único trabalho escrito encontrado na biblioteca da cidade de pesqueira, município onde se localiza o povo Xukuru, não há um único item oriundo de achados arqueológicos, inclusive as fardas e documentação comprobatória da participação dos mesmos na guerra do Paraguai, a espada dada pelo comandante da batalha foi apropriado pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI.
 (física e pedagógica) eram similares ou um pouco mais degradada que a da aldeia São José, embora ainda se encontre pessoas que falam de índios com homogeneidade como se fossem todos iguais e não houvesse divergência de cultura, língua, costumes, etc.
            Hoje percebe-se um novo índio Xukuru que é referência nacional para projetos educacionais de outras etnias, com melhor auto-estima, com um bom relacionamento familiar e com a educação voltada para seus problemas e melhor desempenho nos campos educacional e até político, visto que eles elegeram um vereador na cidade de Pesqueira.
Tem consciência de ser índio
%
Idade de 5 a 20: 17 índios sim (total 17)
100%

Tinha consciência de ser índio antes de Chicão e Demarcação
Idade  de 20 a 39: 15 sim (tot: 16)
93,75%
Idade mais de 40: 35 não (tot: 35)
100%
Tinha vergonha de ser índio antes da demarcação
Idade mais de 40: 14 índios (tot 35)
40%
Fonte: pesquisa de campo na etnia Xukuru 2013.

            Após dezoito anos de pesquisa nas áreas indígenas da AM. Do Sul percebe-se que a demarcação trás um aumento na melhoria da qualidade de vida, nas relações familiares, uma vez que as famílias são livres de pressão externa e ameaças, na auto-estima e no desempenho escolar, representados pelo aumento de índios com graduação voltada para as necessidades do seu povo. Juntamente com a demarcação deve vir acompanhada uma apoio e estrutura de forma a coibir o êxodo da aldeia para as cidades.
Segundo Sant’anna (1995)26, Por vezes, quando o aluno não consegue obter um bom desempenho escolar, ele é discriminado pela escola e pela família, o que pode exercer um impacto negativo em sua aprendizagem futura. Isto foi o que aconteceu aos índios mais velhos, acabavam por abandonar a escola, sentiam-se rejeitados. Corroboram este pressuposto Freitas e Rocha (2003)27 ao afirmarem que ‘o baixo desempenho escolar pode ser fonte geradora de conflitos’. Não havendo nada que mude esta situação, ‘a criança pode abandonar a escola’. O que muda certamente é a demarcação das terras, embora conflituosa é necessária.
Este artigo se propôs, segundo o foco psicopedagógico, a identificar se a demarcação da reserva indígena Xukuru ocasionou melhoria nos resultados escolares. Após a demarcação as cinqüenta e quatro escolas da reserva passaram a categoria de estaduais, gozando de maior apoio, levando hoje quarenta e oito índios estarem cursando a graduação de pedagogia (ainda fora da aldeia na cidade de pesqueira), nas aldeias todos podem cursar até o final do ensino médio e há um projeto de faculdade dentro da reserva. Tudo isso tem aumentado a autoestima e tem crescido o rendimento escolar a patamares nunca visto antes, a ponto de pessoas que foram para cidade de Pesqueira estão voltando para aldeia.


26 SANT’ANNA, I. M. (1995). Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos.
27 FREITAS, M. G., & ROCHA M. M. (2003). Atendimento a crianças com desempenho escolar insatisfatório. In C. G. Almeida (Org.).


CONSIDERAÇÕES FINAIS

            A capacitação humana de líderes e professores dentro de sua cultura, o apoio dos órgãos governamentais e de ONGs e a destinação de recursos adequados ao quantitativo do povo Xukurú do Ororubá de forma que se possa desenvolver uma educação de qualidade através de projetos com ONGs e órgãos governamentais é o caminho para as outras etnias barrarem o êxodo indígena e fortificarem suas culturas.
            Resultados obtidos após as analises dos instrumentos de pesquisa mostram que dez anos após ter pesquisado e ao retornar ao povo Xukuru, percebe-se que a organização em termos de material humano e estrutura física e pedagógica, desempenho dos alunos e as relações familiares melhoraram consideravelmente graças primeiramente a visão de seu líder o cacique Xicão em investir e priorizar a educação, trabalhar a conscientização nas aldeias, e o apoio dos órgãos governamentais em demarcar, prender assassinos, apoiar a educação e a saúde nas aldeias, eletrificar todas as aldeias e as ONG’s em levar ao mundo os nossos problemas indígenas, embora, muito falte para o ideal necessitando ainda internet em todas as aldeias do povo Xukuru, nem todas as casas possui banheiro acoplado a casa outras nem banheiro tem, é no mato como falam os caboclos, ainda assim, foi feito um gigantesco avanço em dez anos, mas o que todos os indígenas (cem por cento das entrevistas e questionários) afirmam que melhorou bastante é o fato de não haver mais mortes e perseguições por parte dos fazendeiros e posseiros, os índios não são mais expulsos de seus roçados para o gado comer suas plantações, como era comum acontecer.
            Infelizmente, a demarcação das áreas indígenas não ocorrem sem que primeiro aconteçam: A conscientização dos índios pelas lideranças, A tomada das fazendas pelos índios conscientizados e a morte de algumas lideranças e a demarcação. Percebi estas ocorrências nas pesquisas que fiz com os mapuches na Argentina e no Chile, bem como no Brasil.
            Portanto, as áreas psicopedagógicas que resultaram num melhor desempenho escolar são frutos da melhoria das relações familiares que contribuiu fortemente para o aumento do desempenho escolar. A inserção de sua cultura no currículo escolar elevou sua autoestima que fez melhorar a aprendizagem a demarcação da reserva indígena Xukuru do Ororubá contribuiu enormemente para a melhoria do desempenho escolar.


REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição Federal do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.
FREITAS, M. G., & ROCHA M. M. Atendimento a crianças com desempenho escolar insatisfatório. In C. G. Almeida (Org.), Intervenções em grupos: Estratégias psicológicas para a melhoria da qualidade de vida. Campinas: Papirus, 2003.
INSTITUTO LUIZ FREIRE. Mãe natureza. Olinda: Instituto Luis Freire, 1998.
MELO, P. G. B. Educação indígena na Etnia Xukuru do Ororubá. Monografia (graduação) – Curso de Pedagogia, Universidade Estadual Vale do Acaraú, João Pessoa , 2004.
PEREIRA, José Santos. Pedagogia da diferença. Recife: Edição do autor, 2001.
PIRES, Janote. O descobrimento do Brasil no contexto da expansão marítima ibérica ocorrida nos séculos XV e XVI.   Recife: Ed. Universitária UFPE, 2000.
SILVA, Edson Hely. Xukuru: memórias e história dos índios da Serra do ororubá. Tese (Doutorado) – curso de história UNICAMP, Campinas, 2008.
SANT’ANNA, I. M. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos. Petrópolis: Vozes. 1995.
REVISTA VEJA. O que os índios Querem. Edição 14 de Novembro de 2012. ano 46, Ed. Abril, São Paulo.
VILA NOVA, Sebastião. Introdução a sociologia. São Paulo: Atlas, 1985. 
  

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