ESTUDO DE CASO
Içami Tiba em seu livro “Disciplina,
limite na medida certa, nos mostra que “o maior erros dos pais é amar demais. E
esse demais não é delimitável, ou
seja não há lugar para limites”. No entanto, o mesmo autor ao dirigir sua
especificidade às mães faz uma abordagem histórica que poucas vezes paramos
para refletir, visto que esse fato remonta as cavernas onde o pai saia para
caçar e a mãe defendia a prole a todo custo inclusive dos animais, está quase
na genética tão forte é este sentimento.
Para IÇAMI TIBA (1996):
Existe uma certa tendência de a mãe, mais que o pai,
desenvolver com o filho uma relação muito íntima, que a faz sentir-se
totalmente responsável pela criança. A mãe fica num estado de tensão
psicológica tão intenso que tudo o que acontece com o filho ela o percebe nas
mínimas coisas...assim desde o paleolítico a mulher defendia com unhas e dentes
os seus filhos, chegando isso até a geração de nossos avós.
A super proteção pode parecer boa
para a mãe, mas não o é para a criança, pois cria uma dependência que a impede
de tomar decisões sozinhas e até mesmo de enfrentar certas dificuldades que
para outras crianças seria mais tranquilo de enfrentar. Creio que com a mãe da
Milena tenha acontecido isto, ela tanto protegeu que tirou dela a oportunidade de
se defender sozinha. Ao ver sua filha chorando a mãe deixou a criança três dias
em casa como forma de proteger, sabendo que isto em nada ajudará.
A autora de “orientação educacional
e ocupacional” afirma em seu livro que nos mostra que a escola através de seus
profissionais devem cumprir o seu papel e a sua função social na educação.
Segundo MONTEIRO (2000):
A escola deve ter uma permanente ação formativa para
favorecer o desenvolvimento do aluno, no seu nível social e individual.
A professora de Milena acabou
gerando antipatia entre ela e o seu grupo, não facilitado as coisas e ainda
dificultando, gerando na mesma uma introspecção, visto que passou todo resto da
aula sozinha sendo ridicularizada pelos colegas. O profissional de educação
deve fomentar a expansão das relações interpessoais sem a exposição dos membros
do grupo, ela não mediou as relações e acabou por estigmatizar a Milena.
É mister que o educador tenha
autoridade por que isso ajudará no crescimento da criança, mas não pode
confundir com autoritarismo, conduzindo o processo educativo num monólogo onde
só ele sabe e fala e os alunos não tem voz nem vez.
Portanto, nem a mãe, nem a
professora souberam conduzir a situação e quem mais vai sofrer neste processo
será a criança, pois ela fechar-se-á em seu mundo e dificultará a absorção do
conhecimento uma vez que perdeu a afetividade pela professora, um dos pilares
do aprendizado saudável.
Desde o período acadêmico de
pedagogia que não deixo de pensar no mestre Paulo freire ao afirmar como todos
os professores e educadores deixam suas eternas marcar nos seus discentes.
Creio que os seus ensinamentos
perpassam as barreiras do tempo e nos guiam quando a nossa prática não está
consonância com o nosso discurso, que todos devemos refletir diariamente.
Segundo FREIRE (1996):
O professor autoritário, o professor licencioso, o
professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o
professor amorosa da vida e das gentes, o professor mal amado, sempre com raiva
das pessoas e do mundo, frio... nenhum desses passa pelos alunos sem deixar sua
marca.
Quanto a autoria nesse caso, vemos
que não houve o que nos diz Luciano Ferraz Servantes (2013):
Ao nos colocarmos
diante de algo que conhecemos nos tornamos autores, pois somos capazes de ir além
do aprendido;
esse processo implica: uma identidade:
a do aprendiz; um método: individual e único; uma modalidade:
pessoal e autodesenvolvida; uma certa liberdade de ações e de trocas:
Caso não haja essas implicações,
temos um aprendiz, mas não autor. o aprendiz autor requer um ensinante.
Visto
que não desperta a “curiosidade: a primeira, mais simples e ingênua das
manifestações de aprendizagem”, e como nos diz Servantes “autoria sugere
autonomia” o que neste estudo de caso não foi dado a Milena, ela foi sufocada
pela mãe não lhe dando autonomia.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática
educativa. 16ª edição, Ed. Paz e Terra. São Paulo, 1996. (pág. 72 e 73)
IÇAMI, Tiba. Disciplina, limite na
medida certa. Editora Gente. 58ª edição. São Paulo, 1996. (págs. 26, 35 e 36)
MONTEIRO, Cleide Fernandez. Orientação
Educacional e Ocupacional. Editora universidade Vale do Acaraú. Ceará. 2000.
(págs. 64 e 65)
WWW. Abpp.com.br
WWW. psicopedagogia.com.br
WWW. educar.com.br
Paulo Gabriel B Melo - Psicopedagogo Institucional.
Paulo Gabriel B Melo - Psicopedagogo Institucional.
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