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segunda-feira, 14 de julho de 2014

RESGATE NA ÁGUA


Realizar um resgate na água é uma das mais difíceis tarefas que um homem da aviação de resgate pode encontrar. O último resgate que fiz no mar foi de um marinheiro em um navio, ele estava em coma, tinha que ser removido ou morreria, foi o mais difícil resgate da minha vida, pois não tínhamos autonomia de combustível e foi necessário pousar na praia e colocar o tonel de querosene que levamos dentro da aeronave, encaramos mar grosso com ondas de 2,2 mt, abordei pela popa do navio, via o remoer das hélices e sabia que se caísse ali era morte certa, final da tarde, o sol se pondo e nada mais que quatro minutos para resgatá-lo ou não teríamos combustível para voltar, gastamos 3 minutos e 30 segundos, pousamos com a luz de vinte minutos acesa (luz que informa os vinte minutos restantes de combustível antes de parar o motor), trouxemos o nosso marinheiro e uma semana após ele e sua família foram a base aérea de fortaleza agradecer, sua esposa estava muito emocionada e grata por devolvermos o seu marido e pai de seu filhos com saúde em um trabalho conjunto de salvamento. São resgates assim que tornam o salvamento uma missão nobre.
O método Kapoff de salvamento na água foi desenvolvido pelos ingleses e tivemos que ir lá aprender como salvar rápido nas geladas águas do mar do norte, esse método foi se aperfeiçoando ao longo de duas décadas e hoje o usamos no nosso dia a dia, muitas vidas foram poupadas graça a esse método, uma das últimas vezes foram salvos seis pesquisadores no mar de Florianópolis, no por do sol com tremendo risco para tripulação, não foi possível chegar a floripa, o combustível só deu para chegar na praia, mas foi o suficiente para salvar aquelas vidas "PARA QUE OUTROS PUDESSEM VIVER".


Paulo Gabriel B Melo - Membro do serviço de Busca e Salvamento desde 1990

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