Realizar um resgate na água é uma das mais difíceis tarefas
que um homem da aviação de resgate pode encontrar. O último resgate que fiz no
mar foi de um marinheiro em um navio, ele estava em coma, tinha que ser
removido ou morreria, foi o mais difícil resgate da minha vida, pois não
tínhamos autonomia de combustível e foi necessário pousar na praia e colocar o
tonel de querosene que levamos dentro da aeronave, encaramos mar grosso com
ondas de 2,2 mt, abordei pela popa do navio, via o remoer das hélices e sabia
que se caísse ali era morte certa, final da tarde, o sol se pondo e nada mais
que quatro minutos para resgatá-lo ou não teríamos combustível para voltar,
gastamos 3 minutos e 30 segundos, pousamos com a luz de vinte minutos acesa
(luz que informa os vinte minutos restantes de combustível antes de parar o
motor), trouxemos o nosso marinheiro e uma semana após ele e sua família foram
a base aérea de fortaleza agradecer, sua esposa estava muito emocionada e grata
por devolvermos o seu marido e pai de seu filhos com saúde em um trabalho
conjunto de salvamento. São resgates assim que tornam o salvamento uma missão
nobre.
O método Kapoff de salvamento na água foi desenvolvido pelos
ingleses e tivemos que ir lá aprender como salvar rápido nas geladas águas do
mar do norte, esse método foi se aperfeiçoando ao longo de duas décadas e hoje
o usamos no nosso dia a dia, muitas vidas foram poupadas graça a esse método,
uma das últimas vezes foram salvos seis pesquisadores no mar de Florianópolis,
no por do sol com tremendo risco para tripulação, não foi possível chegar a
floripa, o combustível só deu para chegar na praia, mas foi o suficiente para
salvar aquelas vidas "PARA QUE OUTROS PUDESSEM VIVER".
Paulo Gabriel B Melo - Membro do serviço de Busca e
Salvamento desde 1990
ESTE CIDADÃO QUE ESTÁ SENDO RESGATADO É DA ETNIA TERENA - MS
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